sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

O debate hermenêutico sobre a morte de Jesus: morreu pelos pecados ou por causa dos pecados?

Conforme a leitura do texto que realizamos, “sempre falaremos e pensaremos nossas cristologias a partir de nossas experiências de fé”.
Foi com base na minha experiência de fé que defendo que Jesus Cristo morreu pelos meus pecados e de toda a humanidade.
Senão, vejamos o que a Palavra de Deus diz a respeito. O profeta Isaías, no Antigo Testamento nos esclarece a esse respeito:

Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” ... Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas suas mãos... Por isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo, porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu. (grifos nossos). (Isaías 53: 5,6, 10 e 12).

Já o apóstolo Paulo, em sua carta aos Coríntios afirma: “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras”. (grifos nossos). (I Coríntios 15:3-4).
O discípulo amado João em sua primeira carta também afirma o mesmo: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados”. (grifos nossos). (I João 4:10).
O apóstolo Paulo afirma que “se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e vã a nossa fé... e ainda permaneceis nos vossos pecados”. (I Cor. 15-14-17).
Jesus Cristo ressuscitou fisicamente, conforme o relato de Lucas 24:36-43 subiu aos céus na qualidade de Deus-homem e iniciou a sua importante obra intercessória como nosso Mediador e Sumo Sacerdote e como nosso Advogado junto à Deus Pai. (Hebreus 8: 1 e 2).
Philip Schaff, um renomado teólogo sistemático, escreveu que “a ressurreição de Cristo é enfaticamente uma questão-teste da qual depende a genuinidade ou a falsidade da religião cristã. Ela é o maior milagre ou o maior engano registrado pela História” [1]
Da mesma forma, Wilbur Smith comentou: “A ressurreição de Cristo é a própria cidadela da fé cristã. Esta é a doutrina que subverteu o mundo no primeiro século, que ergueu o cristianismo acima do judaísmo e das religiões pagãs do mundo mediterrâneo. Assim sendo, dela depende praticamente tudo aquilo que é vital e singular no Evangelho do Senhor Jesus Cristo: ‘Se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé’ (I Cor. 15:17). [2]
De acordo com o pensamento de Agostinho e em conformidade com Orígines, teólogo de Alexandria, Cristo pagou o resgate para nos redimir de Satanás, em cujo reino se encontrava todas as pessoas, devido ao pecado. Sabemos que Satanás é o rei desse mundo. Aquele que não é de Cristo, é de Satanás, porque ele comanda este mundo tenebroso, cheio de pecados.
Deus amou o mundo de tal maneira, pela sua misericórdia e graça deu o seu Filho Unigênito para resgatar a humanidade do pecado e morrer pelos nossos pecados. Podemos assim dizer, portanto, que a cruz é uma demonstração tanto da misericórdia quanto da justiça de Deus. Jesus não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. (Mateus 20:28).
Diante o exposto, este é o ponto de vista que defendemos. O resto são especulações humanas, baseadas em teorias filosóficas humanas. Defendemos, portanto, o ponto de vista da Palavra de Deus, onde a mesma é enfática ao afirmar que Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados e não por causa dos nossos pecados, ressuscitou literalmente, fisicamente e não simbolicamente, como alguns querem interpretar.
[1] Phillip Schaff, History of the Christian Church - Grand Rapids, MI: Wm. B. Eerdmans, 1962, vol. 1, p. 173.

[2] Willbur M. Smith, “Twentieth-Century Scientists and Resurrection of Christ”, Christianity Today, 15 de abril de 1957, p. 22.

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