sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A Arte de Escutar, Arte da Empatia e a Arte de Avaliar o Caráter Dentro do Aconselhamento Pastoral.

A necessidade de se ouvir as pessoas que estão sendo aconselhadas

As pessoas que estão passando por problemas emocionais e espirituais necessitam desabafar com alguém de confiança sobre seus conflitos. Necessita verbalizar seus pensamentos, ventilarem suas emoções, através do processo de “cartase”, isto é, realizam uma purificação de suas emoções.
Às vezes, uma simples conversa fará com que uma pessoa evite fazer uma besteira. De repente, poderá até evitar um atentado contra a própria vida. Nada como uma boa conversa com uma pessoa de confiança. Ao verbalizarmos nossos pensamentos, clarificamos nossa mente.
Deus nos deu dois ouvidos e uma boca. Com certeza, Ele sabia da utilidade dos ouvidos e da necessidade de aprendermos a ouvir as pessoas. Por isso, a Palavra de Deus nos apresenta várias passagens bíblicas falando sobre a arte de ouvir as pessoas. Há tempo para falarmos e tempo para ficarmos calados. Devemos ser prontos para ouvir e tardios para falarmos com as pessoas.
Devemos ouvir mais e falar menos. E ao falarmos devemos ter o cuidado de proferirmos palavras de bênçãos. As nossas palavras tanto podem ser bênçãos quanto maldição. De uma mesma boca poderá proceder bênçãos ou maldição. Uma palavra mal dita é como uma flecha, depois de atirada jamais poderá retornar. Palavras mal ditas são como pregos, mesmo depois de retirados deixam marcas.

Avaliação do caráter das pessoas aconselhadas

A avaliação do caráter das pessoas aconselhadas é de suma importância para o sucesso do aconselhamento pastoral. Necessitamos compreender a natureza humana, pois enganoso é o coração do ser humano. Podemos conhecer a personalidade e o caráter de uma pessoa através de sua fala, gestos, vestimentas, cabelos, fisionomia, etc.
Existem várias características que podemos identificar numa pessoa para avaliarmos o seu caráter. A maneira de cumprimentar, de se vestir, de falar, reações musculares, a maneira de se sentar diante do aconselhador. Tudo isto indicará a personalidade e o caráter de uma pessoa.
No entanto, o aconselhador precisa conhecer seus limites. Caso ele detecte que uma pessoa possui traços ou características neuróticas, deverá encaminhá-la para uma especialista, tal como um psicólogo ou psiquiatra. Existem problemas que o aconselhador poderá tratar através do aconselhamento pastoral. No entanto, existem problemas que o aconselhador não poderá resolver, somente através de tratamento de uma especialista, até com medicamentos, se necessário. Existem casos e casos que devem ser analisados.
O caráter de uma pessoa indica como e o que ela é. O nosso caráter é formado até os seis anos de idade. Daí a importância dos pais na educação do caráter de seus filhos nesta idade. Um complexo não resolvido na infância poderá refletir conseqüências na vida adulta.
Existem pessoas que reconhecem suas debilidades, procuram o aconselhamento pastoral, mas não tomam uma firme decisão de se ajudarem. Estas pessoas possuem um grave problema de caráter. São muito indecisas. Neste caso, o conhecimento do caráter dessa pessoa dependerá o sucesso do aconselhamento pastoral. Caso contrário, de nada adiantará e todo o trabalho poderá ir por água abaixo. O aconselhador deverá conduzir o aconselhando para que tome uma firme decisão para resolução de seus conflitos.

Deus e o Ambiente

O Aconselhamento na Bíblia

Atualmente, muitas pessoas estão em busca de auto-ajuda. Costumo afirmar que a Bíblia é o melhor livro de auto-ajuda ou melhor é o maior livro que contém "ajuda do alto".
Na Palavra de Deus encontramos refrigério para a nossa alma e dela podemos extrair muitos conselhos sábios que nos conduzirão para a vida eterna. Se quisermos ser sábios, devemos dar ouvidos aos conselhos bíblicos, pois foram escritos por Aquele que não pode errar. A Bíblia, a Palavra de Deus foi escrita por homens santos, que falaram da parte de Deus inspirados pelo Espírito Santo.
O Senhor Deus, em sua infinita sabedoria usou homens capazes para apascentarem seu rebanho. Jetro, o sogro de Moisés foi divinamente inspirado para aconselhá-lo sobre a divisão da responsabilidade de conduzir o rebanho de Deus, através da escolha e capacitação de líderes capazes para conduzir o povo de Deus rumo à Terra de Canaã.
Na Bíblia podemos encontrar bons e maus exemplos de conselheiros. Os conselheiros de Jó demonstraram ser péssimos exemplos. No entanto, apesar de seus maus conselheiros não o terem ajudado, Jó conseguiu sair de seu próprio cativeiro e Deus restaurou sua saúde e prosperidade.
O apóstolo Paulo foi um ótimo exemplo de conselheiro capaz. Deixou-nos cartas que podem ser chamadas de verdadeiras palavras de sabedoria, conhecimento e aconselhamento do rebanho de Deus.
Nos últimos tempos, Deus nos tem falado através de Seu Filho Jesus Cristo, o maior líder, filósofo e psicólogo que já existiu. Nele podemos encontrar a solução para todos os nossos conflitos interiores. Ele é o nosso “Maravilhoso Conselheiro”. De sua boca saíam “palavras de graça” e “nunca homem algum falou assim de tal maneira”. Jesus ama o pecador, porém, nunca concordou com o pecado. Jesus proferiu palavras de bênçãos, perdão e graça para o pecador desesperado e Nele podemos encontrar refrigério para a nossa alma. Diante disso, podemos chamá-lo de “o maior psicólogo que já existiu”, o mais excelente conselheiro.

O Aconselhando e Suas Necessidades

As pressuposições psicológicas

Entendo que o ser humano é um ser holístico e social. Ele possui necessidades sociais, físicas, psicológicas e espirituais. Desde a concepção até os seis anos de idade, as crianças desenvolvem o caráter e necessitam de carinho, amor, e aceitação de seus pais. Nesta fase, se forem rejeitadas, na vida adulta terão conflitos interiores não resolvidos. Todo ser humano necessita de segurança, aceitação, amar e ser amado. Deve sentir parte de um grupo e ser útil em sua comunidade.
Uma pessoa equilibrada, com boa auto-estima e saúde mental será capaz de se adaptar às situações de conflito. Erguerá sua cabeça e seguirá sua vida de forma consciente, equilibrada e sadia. Desta forma, desfrutará de uma vida plena, próspera e frutífera consigo mesmo, com seus entes queridos e com a sociedade.

A necessidade de se manter maturidade psíquica em nossas vidas

Manter a maturidade psíquica creio ser uma das atitudes mais difíceis e necessárias diante dos conflitos que enfrentamos. Em algum momento de nossas vidas podemos perder o equilíbrio. As pessoas que não conseguem manter um equilíbrio em suas vidas em algum momento, são candidatas ao aconselhamento pastoral.
O aconselhamento pastoral fará com que o indivíduo encare a realidade das coisas como elas são a vida como é, sem máscara e sem obstruções. Nossa vida consiste de altos e baixos, aspectos positivos e negativos e devemos estar sempre preparados para enfrentar os desafios da vida.
Uma pessoa madura e equilibrada emocionalmente conseguirá controlar suas ansiedades e medos e depositará confiança “naquele” que tudo pode. “Tudo posso naquele que me fortalece”.
Uma pessoa madura psicologicamente terá condições de ajudar a si mesmo e ao próximo. Conseguirá controlar suas emoções negativas, revertendo-as em prol de atitudes benéficas para si e para os que a rodeiam. Não devemos odiar os nossos inimigos, mas, acima de tudo, uma pessoa madura psiquicamente terá condições de amar o seu inimigo e orar por eles. Deve amar e ser amada.
Uma pessoa madura psicologicamente deve se preocupar mais em dar do que receber, porque assim agindo não será uma pessoa egoísta, preocupada somente com seus problemas. Será uma bênção para a sua comunidade. Desenvolverá o amor de Deus em suas ações. Que tenhamos uma vida próspera e com muita saúde! Este é o desejo de Deus para nossas vidas! Amém!

As Pessoas Envolvidas no Aconselhamento Cristão

A importância dentro do aconselhamento as qualificações do conselheiro

O conselheiro deve ser, além de uma pessoa acessível, humana e atenciosa, acima de tudo ser uma pessoa real, treinada e qualificada tecnicamente e humanamente, possuir uma forte personalidade e ser de inteira confiabilidade.
Dentre as qualificações que um conselheiro deve possuir, destacamos a cordialidade, sinceridade, sensibilidade, simpatia, empatia, compreensão, maturidade e ser uma pessoa acessível e sociável.
De nada adiantará possuir qualificações técnicas, se não possuir qualidades essenciais nos relacionamentos humanos e os dons para o exercício do ministério do aconselhamento.
O conselheiro deve se colocar no lugar do aconselhando e compreender os seus problemas de forma mais humana e relacional.
Muitos conselheiros falham por não possuírem sinceridade nos relacionamentos. Por falta de empatia e por não demonstrarem confiabilidade nas informações, caem em descrédito com seus aconselhandos e relação é quebrada.

A importância da ética dentro do ministério de aconselhamento.

A ética deve fazer parte de todos os relacionamentos humanos. No aconselhamento pastoral ela é indispensável e de suma importância. Se não houver confidencialidade entre o conselheiro e o aconselhando o aconselhamento não terá sucesso.
O conselheiro tem a obrigatoriedade de guardar confidências e nada poderá ser divulgado sem a expressa permissão do aconselhando. Ele deve evitar contatos físicos mais íntimos para se evitar a “aparência do mal” e não cair em tentação.
O pastor conselheiro é um ser humano como qualquer outro sujeito às tentações e falhas e não deve deixar-se levar pelas paixões e pela tentação> Também deve saber conhecer as suas limitações como ser humano. Ele não é um super-herói que está sempre pronto a usar os seus super poderes para resolver todos os problemas do mundo.
O conselheiro deve possuir opinião própria e não deixar que o aconselhando imponha as suas opiniões pessoais. Nem ele deverá impor suas opiniões pessoais ao aconselhando, mas sim utilizar-se dos princípios cristãos baseados na Palavra de Deus.
Caso o aconselhando decida-se a não mais continuar com o aconselhamento, o conselheiro deve respeitar a sua vontade.
Quando o conselheiro perceber que o aconselhando possui distúrbios mentais, deverá encaminhá-lo a um profissional competente. Ele jamais poderá entrar nesta seara, pois ele não é especialista em psicologia, mas sim em aconselhamento pastoral cristão.

Considerações Gerais do Aconselhamento Pastoral

No Aconselhamento Diretivo a atuação do pastor é semelhante a um médico, ou seja, o paciente (aconselhando) procura o médico (pastor), expõe-lhe sua doença (seus problemas, dificuldades) e o pastor faz perguntas para a compreensão do caso. Após isso, realiza-se um diagnóstico e prescreve ao aconselhando o remédio com base em princípios bíblicos. Neste caso, o pastor é a figura central da relação entre ambos.
Já no Aconselhamento não Diretivo, ao contrário do Diretivo, a figura central está no próprio aconselhando, que procura o pastor, expõe seus problemas e sentimentos. A partir disso, o pastor atua como ouvinte, porém não emite nenhum tipo de diagnóstico, nem lhe prescreve as soluções de seus conflitos. No entanto, ajuda o aconselhando a encontrar a solução por si mesmo, oferecendo-lhe alternativas ou caminhos para que o mesmo consiga resolver seus problemas.
Diante dos dois tipos de aconselhamento, o último deixa o aconselhando mais livre, mas corre-se o risco de o mesmo não escolher o melhor caminho a ser seguido. Este processo acaba tomando muito tempo do pastor e nem sempre o indivíduo não está em condições de tomar decisões acertadas em momentos de crises.
Neste caso, o Aconselhamento Diretivo seria o mais apropriado. No entanto, há desvantagem nesse tipo de aconselhamento, pois o aconselhando acaba ficando dependente da figura do conselheiro, o pastor, o que não é bom para a busca das soluções de seus conflitos. O ideal seria a mesclagem dos dois métodos de aconselhamento, para que o pastor possa obter sucesso em seu trabalho de aconselhamento pastoral.

Alvos e Metas do Aconselhamento Geral e Pastoral

Alvo do Conselheiro no Aconselhamento Pastoral

O alvo do Conselheiro no Aconselhamento Pastoral é promover a maturidade espiritual e emocional do aconselhando, através do seu relacionamento com a divindade ou com o sobrenatural.O alvo principal é levar o aconselhando a alcançar a plenitude de vida, a buscar sempre a perfeição em suas relações humanas, e tornar-se à imagem e semelhança de Deus.
O próprio Senhor nos exorta a sermos perfeitos, assim o Pai o é. Ele diz: “Sede perfeitos, como é perfeito o Vosso Pai celestial”. O aconselhando necessita ser encorajado a enfrentar os seus conflitos e, desta forma, aprender a enfrentar os problemas e desafios da vida com mais eficiência e objetividade, resolvendo assim os seus conflitos interiores com maior eficácia.
E, por fim, o conselheiro deve ajudar o aconselhando a se tornar discípulo do Grande Mestre Jesus Cristo, o qual verteu o Seu sangue na cruz do calvário, para que nos tornássemos seus discípulos e fôssemos salvos para o Reino de Deus e ao mesmo tempo também tornarmos discipuladores e ajudadores uns dos outros, auxiliando outras pessoas que também necessitam de cuidados.

Metas do Aconselhamento Pastoral

As metas do Aconselhamento Pastoral têm por objetivo principal fazer com que o aconselhando se conscientize dos seus conflitos, entenda a si mesmo e diminua as suas emoções negativas, tais como ansiedade, hostilidade, ira, angústia, etc.
Desta forma, o aconselhando terá condições de melhorar a sua qualidade de vida, através de bons relacionamentos, mudando suas atitudes e valores, com relação à vida, o seu meio social e quanto à sua situação emocional.Com isso, o aconselhando se libertará de suas tensões interiores, de suas atitudes inadequadas e assumir um papel de responsabilidade diante dos seus atos, melhorando, desta forma, sua qualidade de vida, através da confiança em Deus e em Jesus Cristo, o qual nos dá força para continuarmos em nossa jornada rumo à Canaã Celestial.

Objetivos do Aconselhamento Cristão

Diferenças entre Aconselhamento Pastoral e Aconselhamento Geral

O Aconselhamento Pastoral é geralmente realizado por um sacerdote, pastor ou líder religioso no âmbito das igrejas ou casa pastoral, utilizando-se dos princípios cristãos éticos e morais com base nas orientações das Sagradas Escrituras e do Espírito Santo, através da oração, confissão e comunhão do orientando.
Neste aspecto, o Aconselhamento Pastoral é mais específico do que o Aconselhamento Geral. Enquanto que o Aconselhamento Geral é não-diretivo, ou seja, não é específico, pois envolve aconselhamento de forma geral e mais ampla ao orientando.
O Aconselhamento Geral utiliza-se de outras ciências auxiliares, tais como a Psicologia, Psicanálise, Psicoterapia e Psiquiatria.
Atualmente, já se fala da fusão entre a Teologia e Psicologia, ou seja, dessa união resulta a chamada “Psicoteologia”. É uma linha de pensamento muito utilizada por psicólogos cristãos

Importância do Aconselhamento pastoral no ministério Pastoral

Creio ser de suma importância o Aconselhamento Pastoral no ministério Pastoral, pois o pastor ou sacerdote religioso é líder espiritual capacitado, experimentado e educado dentro dos princípios cristãos, para aconselhar e ajudar os membros de sua comunidade religiosa.
O ser humano vive em sociedade e necessita estar em harmonia com a mesma. Quando não consegue relacionar aspectos de sua vida espiritual, material e familiar, neste momento entra o Aconselhamento Pastoral com o objetivo de equilibrá-lo holisticamente (corpo, alma, espírito).
O Aconselhamento Pastoral é mais direcionado para o aspecto espiritual do indivíduo, enfocando aspectos relacionados ao crescimento como ser humano e social do aconselhando, fazendo com que o mesmo interaja com o seu meio de forma consciente e equilibrada podendo, assim, desfrutar de uma vida plena e de qualidade.

Definições de Aconselhamento Cristão

Diante de várias definições e correntes existentes podemos afirmar que Aconselhamento Cristão pode ser uma relação profissional ou não estabelecida entre duas pessoas, com a finalidade de auxiliar um indivíduo que esteja passando por alguma dificuldade ou problema e nessa relação, ambos, estabelecem critérios com base na Palavra de Deus para que o indivíduo possa ser ajudado a resolver tais problemas, através do Aconselhamento Cristão.
Afirmo profissional ou não pelo fato de que o Aconselhamento Pastoral ou cristão não está adstrito apenas ao pastor ou sacerdote religioso, mas deve ser uma responsabilidade de toda a comunidade cristã, de todo cristão, oferecendo, desta forma, qualidade de vida para os irmãos de fé de uma comunidade, conforme conceituação de Schneider-Harpprecht.

2 – Qual a diferença entre Aconselhamento Cristão e Poimênica?
De acordo com Clinebell, o Aconselhamento Cristão é “uma dimensão da Poimênica, a qual se utiliza de vários métodos terapêuticos e espirituais de cura para ajudar as pessoas a lidar com suas crises, conflitos e problemas numa forma que conduz ao crescimento e à experimentar à cura do seu estado de fraqueza, abatimento e sem energia”.
Para Clinebell, a Poimênica é um ministério de serviço de ajuda ampla e inclusiva das pessoas através de cura e crescimento mútuo, no seio da comunidade, em todos os momentos da vida.
Diante das definições acima e de outros autores citados na apostila, podemos concluir que a diferença básica entre ambas é que o Aconselhamento Cristão é um tipo de aconselhamento comunicado com base na “Palavra de Deus”, com a utilização de princípios bíblicos, com a finalidade de orientar a conduta e as decisões dos indivíduos aconselhados.
O Aconselhamento Pastoral poderá ser de curto prazo, apenas nos momentos de crise que passamos durante um período de nossas vidas. Enquanto que a Poimênica é um ministério contínuo de auxílio em todos os momentos de nossa vida.