domingo, 15 de agosto de 2010

Por que a teologia seria relevante?

Por que a teologia seria relevante? Esta parece ser uma questão, senão uma dúvida generalizada. J. P. Williams faz referência ao desabafo de um ministro desencantando com a teologia: “Eu amo as flores, mas detesto a botânica; Amo a religião, mas detesto a teologia”. Tal atitude parece, e às vezes com boas razões, difundida. Freqüentemente, a teologia tem se tornado um mero exercício acadêmico, alienada da realidade concreta, sem qualquer pertinência ou relevância para a vida diária das pessoas. Contudo, a resposta à teologia precária, não deve ser a eliminação do pensamento teológico, mas a substituição dessa por uma teologia que seja indispensável, fundamentada na revelação bíblica.

O termo “teologia” vem de dois vocábulos gregos: Theos, que significa “Deus”, e logos, traduzido por “palavra” ou “pensamento racional”. Se entendemos Deus como sendo a fonte e a base do próprio sentido final da vida, torna-se claro, que não se pode viver sem teologia. Não é possível viver sem teologia, precisamente porque não se pode eliminar as questões finais da existência, pretendendo que elas não existam ou que não sejam importantes. Se as ignorarmos, elas ressurgirão de muitas outras formas distorcidas. O problema do ateísmo não é apenas que Deus deixa de existir, mas que, em Seu lugar, tudo passa a ser aceito como deus!

Freqüentemente, ainda, ouvimos pessoas afirmarem que o que importa não é o que “cremos, mas o que fazemos.” Esta idéia parece razoável, contudo, devemos notar que no mínimo, ela esconde uma contradição. Claro que, do ponto de vista cristão, o pensamento teológico não é um fim em si mesmo (embora um bom número de teólogos parece crer e comunicar esta noção). A fé cristã é para ser vivida, para ser encarnada em ação. Afinal, este é o propósito da própria Bíblia, maior fonte de teologia: “Toda Escritura é inspirada por Deus (esta é teoria)...”, mas observe o propósito prático: “é útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3:16,17). Se, ao contrário de sua fonte, a teologia permanece no reino das idéias, ela não passa de uma abstração fútil.

No entanto, e este é o elemento da contradição, independentemente do que o homem faça, ele depende daquilo que pensa ou mantém como valor final. Em outras palavras, em última análise não se pode fazer uma distinção simples entre “pensamento” e “ação”. Quando o assim chamado “homem prático” é desafiado a decidir sobre como agir, ele precisa ter uma idéia implícita acerca do resultado que deseja obter; e daquilo que deve ser ganho como solução. Isto é, ele tem uma forma de teoria, da qual depende o seu curso de ação. Além disto, ele deve ter ainda algum conceito sobre os melhores meios para alcançar tais resultados esperados. Tudo isto sugere o relacionamento íntimo entre o “que pensamos e como agimos”.

Assim, o clichê “o que importa não é o que se pensa, mas o que se faz,” embora bem intencionado, não passa num teste simples de lógica geral. Uma vez que ninguém age independentemente do que pensa, não se pode desconsiderar o valor daquilo que pensamos. Por muito tempo, comunistas e nazistas reconheceram que não existe distinção entre aquilo que uma pessoa “realmente” crê e aquilo que ela faz. Como resultado, eles utilizaram a propaganda calculadamente, na tentativa de mudar o que as pessoas pensavam sobre as questões finais da existência. Eles sabiam que se modificassem o pensamento acerca destas questões, poderiam manipular as ações dos homens (a propósito, as ações do próprio Hitler foram grandemente influenciadas pela filosofia de Nietzche).

A teologia cristã é, simplesmente, a tentativa de influenciar e transformar o pensamento das pessoas sobre as questões e valores finais da vida, a fim de que ao entenderem estes de um ponto de vista cristão, passem a agir como cristãos. E, porque vivemos em um tempo em que diferentes forças da cultura ao nosso redor buscam “vender” sua cosmovisão e convicções quanto ao significado da existência, a teologia nunca foi tão necessária! Teologia, como a tentativa de se articular e comunicar a idéia de Deus, envolve uma quantidade de temas correlatos, que em ultima análise tem um extraordinário impacto na vida prática dos cristãos.

Finalmente, ao contrário do que muitos possam concluir, teologia não é também uma disciplina estática. Os teólogos são forçados, continuamente, a relacionarem a fé cristã com um mundo em constante mudança. Tudo isto que foi dito, introduz a nova tentativa do Seminário Adventista Latino Americano de Teologia (Salt), em tornar o pensamento teológico bíblico, disponível. Assim, uma revista eletrônica vem suprir uma lacuna sentida, há um bom tempo. Devido à natureza mais ágil e acessível, ao disponibilizarmos Kerygma, julgamos que esta será uma outra avenida para colocarmos ao alcance de uma audiência ainda mais ampla, a produção teológica do Salt.

Esperamos que Kerygma represente para todos os que acessarem suas páginas, uma nova forma de entrarem em contato com o conhecimento teológico, e, através disto, sejam estimulados e desafiados a assumirem um compromisso concreto com a missão delegada por Cristo à Igreja.

Cordialmente,

Amin A. Rodor, Th.D.
Coordenador do curso de Teologia do Unasp

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Assim Diz O Senhor Cap 01 - RESPINGOS --- Pág 07

ABOLIDO O VELHO TESTAMENTO?
Muitos sinceros cristãos estão afirmando que o Antigo Testamento foi abolido. Por exemplo, o Pastor Antenor Santos de Oliveira (pentecostal), afirmou em seu livro, o seguinte:
“Se o mundo todo evangélico viesse me dizer que o Velho Testamento não foi abolido, eu ficaria com o que a Bíblia me diz, através das palavras claras do apóstolo Paulo em II Cor. 3:6-16, onde mostra a sua abolição.” – Adventismo do Sétimo Dia, pág. 43. Grifo meu.
Sobre II Cor: 3:6-16, por favor, leia o capítulo: OS DOIS CONCERTOS. Ali tentei explicar o assunto minuciosamente. Agora, ouça isto:
Efésios 2:20
“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos (Novo Testamento) e dos profetas (Antigo Testamento), de que Jesus Cristo é a principal Pedra de esquina.”
II Pedro 3: 2
“Para que vos lembreis das palavras que primeiramente foram ditas pelos santos profetas (Antigo Testamento), e do mandamento do Senhor e Salvador, mediante os vossos apóstolos (Novo Testamento).” Bastante claro, não!?
Jesus repeliu a Satanás utilizando as Escrituras do Antigo Testamento (Mat. 4:4 – Deut. 8:3). (Mat. 4:7 – Deut. 6:16). (Mat. 4:10 – Deut. 6:13; 10:20). O Mestre ratifica a verdade. Aleluia! O Antigo Testamento é o fundamento. É como uma casa, sem fundamento não se pode construir. Mas, depois da casa pronta o fundamento jamais ficará inutilizado. Pelo contrário, não é?! Sem fundamento, nada se constrói.
Moisés profetizou a vinda de Cristo (Deut. 18:15,18). Pedro e Estêvão a confirmaram (Atos 3:22; 7:37). E o Senhor Jesus disse:
João 5: 39
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de Mim testificam.”
• Quando Jesus falou isso, qual Escritura havia?
– Somente o Antigo Testamento!
• Qual a Escritura que testifica de Jesus? – O Antigo Testamento!
“O Novo testamento é uma árvore, cujo tronco é Jesus e cujas raízes afundam no Antigo Testamento”.

PROFECIAS CUMPRIDAS POR JESUS
VELHO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO
Gênesis 1: 27; 2: 24 Mateus 19:3-8
Gênesis 6 e 9 Lucas 17:26-30
Gênesis 15:4-6; 18:11 Romanos 4:3; 9:21
Gênesis 1:3-26; 4:4; 5:24; 6:13,22; 12:14 Hebreus 11:3-22
Miquéias 5:2 Mateus 2:1
Isaías 11:1 Atos 13:22,23
Isaías 9:6,7 Lucas 1:31,32
Isaías 7:14 Mateus 1:18-23
Salmo 89:4; 34-37 Lucas 1:32-33
Zacarias 9:9 Mateus 21:1-9
Isaías 40:3; Malaquias 3:1 Mateus 3:1-3; 11:7-10
Isaías 61:1 Lucas 4:16-19
Isaías 9:1-2 Mateus 4:13-17,23
Isaías 49:6; 42:6 Lucas 2:27-32
Salmo 110:4 Hebreus 7:24; 5:10
Isaías 40:11 João 10:11,14
Salmo 69:8 João 1:11; 7:3-5
Salmo 69:9 João 2:13-17
Salmo 69:4 João 15:24
Zacarias 11: 12-13 Mateus 27:5
Zacarias 13: 7 Mateus 26:31
Isaías 50:6 Lucas 22:63-64
Miquéias 5:1 Mateus 27:30; 26:67
Salmo 22:7,8 Mateus 27:39,43
Salmo 22: 16; Zacarias 13:6 João 19:18; 20:25
Salmo 22:18 Mateus 27:35
Daniel 9:26; Isaías 53:9 Lucas 23:46
Salmo 16:10 Lucas 24:6-7; Atos 2:24-27
Isaías 53:12 Lucas 22:37

Ademais, o Novo Testamento faz 637 referências ao Antigo Testamento.
Por isso, é elementar: O Velho Testamento jamais perderá o seu valor. De suas páginas emanam salvação (“...vós cuidais ter nelas a vida eterna...”) João 5:39.
Assim, as duas testemunhas de Deus (Apoc. 11), ou seja: O Antigo e Novo Testamentos, jamais cairão em desuso. O novo não pode existir sem o antigo, e este não terá valor sem o novo. Daí Paulo afirmar: “Toda a Escritura é divinamente inspirada...” II Tim. 3:16. Portanto, só nos resta concluir: O Pastor Antenor, é como tantos outros, sinceros, porém – precipitados.
Uma doutrina não pode ser assentada sobre um verso apenas. Um texto tem que ser dissecado pelo contexto. O capítulo, pelo contexto do capítulo. O livro, pelo contexto de toda a Bíblia. Por favor, meu querido irmão, nunca esqueça: O radicalismo obscurece a visão espiritual impedindo-a de ver luzes brilhantes.
Quanto ao mais, Jesus Cristo que é a Verdade, afirmou: “...e a Escritura não pode ser anulada”, João 10:35. Referia-se Ele as Escrituras do Antigo Testamento, pois o contexto o diz claramente (verso 34); a referência leva-nos ao livro de Salmos, que, efetivamente, é Escritura do Antigo Testamento. Portanto, quem diz que não pode ser anulado o Antigo Testamento, é o Salvador Jesus Cristo, não é?

AFINAL, POSSO OU NÃO COMER TUDO?
Certo pastor pregava à sua igreja: “Podemos comer tudo o que nosso coração desejar, pois Deus assim autorizou”. Depois abriu a Bíblia para confirmar, e leu:
Deuteronômio 12: 15
“Porém, conforme a todo o desejo da tua alma, degolarás e comerás carne segundo a bênção do Senhor teu Deus, que te dá dentro de todas as tuas portas; o imundo e o limpo dela comerá, como de corço e do veado.”
No mesmo livro de Deuteronômio há outros textos que podem ajudar aquele pastor em seu raciocínio. Ei-los:
Deuteronômio 15: 22
“Nas tuas portas o comerás; o imundo e o limpo o comerão juntamente como da corça ou veado.”
Deuteronômio 12:22
“Porém, como se come o corço e o veado, assim o comerás; o imundo e o limpo juntamente comerão dela.”
Inicialmente temos a admitir que aquele amado Pastor não discute a existência de animais imundos e limpos. Sua dificuldade está em saber deveras o que é um e o que é outro. Também certo é que corça ou veado são animais limpos (Deut. 14:4-5).
Porém, podemos assegurar que a declaração do pastor é um equívoco sincero. Uma afirmação não aprofundada no que diz o Senhor.
Ele entende que, pelo fato do verso mencionar LIMPO e IMUNDO, tudo agora é lícito comer. Ele não compreendeu bem o texto bíblico e está induzindo a igreja ao caminho errado, lamentavelmente. Veja bem o que diz a Bíblia!
Primeiro: Deus fez separação entre os animais, aves e peixes:
a) – limpos: Lev. 11:3,9.
b) – Imundos: Lev. 11:4-8, 10-20,29-30, 41-42.
Segundo: Qualquer pessoa que tocasse em algum cadáver de homem ou de animal, também ficava imunda (Lev. 11:24-28, 31, 39-40; 5:2. Núm.19: 11,13, 17. Isa. 52:1).
Terceiro: Qualquer objeto que tocasse algum cadáver de homem ou animal, igualmente ficava imundo (Lev. 11:32-35,38).
Quarto: A casa, também os terraços, onde se queimava incenso aos deuses pagãos (Sol – Lua – estrelas – ídolos de pau e de pedra), tornavam-se imundos (Jer. 19:13).
Por conseguinte, como não há contradição na Bíblia, tudo se esclarece colocando-se a palavra – HOMEM – no texto apresentado pelo pastor. Vamos colocar?
Deuteronômio 12: 15 – Porém, conforme a todo o desejo da tua alma degolarás e comerás carne segundo a bênção do Senhor teu Deus, que te dá dentro de todas as tuas portas; o (HOMEM) imundo e o (HOMEM) limpo dela comerá.”
Para que não fique nenhuma dúvida quanto a veracidade do assunto, estes textos finais possibilitam melhor o entendimento.
II Crônicas 23: 19 – “E pôs porteiros às portas da casa do Senhor, para que não entrasse nela ninguém imundo em coisa alguma.”
Ageu 2: 13 – “E disse Ageu: Se alguém, que se tinha tornado impuro pelo contato com corpo morto, tocar nalguma destas coisas, ficará isso imundo? E os sacerdotes, respondendo, diziam: Ficará imunda.”

– OS ANIMAIS IMUNDOS
Não podem ser comidos por homens limpos nem homens imundos.

– OS ANIMAIS LIMPOS
Podem ser comidos por homens limpos e imundos.
LEMBRE-SE: Jesus não morreu para purificar nenhum animal imundo.

VINHO, COM OU SEM ÁLCOOL
Recentemente sintonizei a Rádio Copacabana e um dos pastores fazia o seguinte convite: “Amanhã em Copacabana vamos distribuir vinho. É bíblico. Paulo mandou Timóteo tomar um pouco de vinho. Portanto é bíblico e vamos em uma mesa redonda distribuir um cálice de vinho.”
Que pena! Que perigo tremendo correm aqueles irmãos que, sinceramente, seguem um líder que não está usando a Bíblia corretamente. “É bíblico...”, disse ele.
Uma pessoa para se viciar em alguma coisa nociva, basta apenas começar. Está, pois, ele, abrindo um precedente de repercussões negativas incalculáveis. (Imagine um crente que foi alcoólatra!... Será fatal apenas um cálice!).
Do ponto de vista cristão, nenhuma bebida alcoólica deve ser ingerida seja por prazer ou para saciar a sede. Não existe no álcool nenhum elemento terapêutico ou medicinal, a não ser, externamente.
As pesquisas modernas têm demonstrado que até mesmo uma pequena quantidade de álcool, na corrente sanguínea, matam células cerebrais, e estas são as únicas que não se recompôem.
Por isso que, quando Paulo orientou Timóteo a usar um pouco de vinho (I Tim. 5:23), creio sinceramente fosse o puro suco da vide, extraído de uvas frescas.
Paulo não apoiava o consumo de bebidas alcoólicas, razão porque afirmou: “Nosso corpo é o templo do Espírito... quem o destruir, Deus o destruirá no último dia.” I Cor. 3:16-17.
Paulo coloca o hábito da bebedice no mesmo patamar da imoralidade, idolatria e feitiçaria. Gál. 5:21. Nunca esqueça: o socialmente!

FOLHAS DA ÁRVORE... PARA SAÚDE DAS NAÇÕES? Apoc. 22:2
Antes do pecado, o homem comia do fruto da Árvore da Vida, para nunca ficar doente nem morrer. Ao pecar, Deus proibiu esse ato para que o homem não se tornasse um pecador imortal. Gên. 3: 22, 24. O homem possuia o livre arbítrio.
Só Deus é imortal, sem princípio e nem fim. O homem o seria sob condições. Após a erradicação do pecado e com a Terra renovada, tudo voltará a ser como era no Éden. O homem continuará a comer do fruto da Árvore da Vida, de suas folhas fará deliciosos chás e terá o livre arbítrio, pois não é do caráter divino criar autômatos.
Como já não mais existem anjos maus, e os salvos conhecem o preço da transgressão, o pecado “não se levantará segunda vez” (Naum 1:9). Aleluia!

TODO MILAGRE É DE DEUS?! PODE-SE CONSULTAR TODO
FAZEDOR DE MILAGRES?
Alto lá! Ainda há profeta em “Israel” (II Reis 5:8).
Mateus 12:26-28: “E, se Satanás expulsa Satanás, está dividido contra si mesmo; como subsistirá, pois, o seu reino? E, se Eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam então vossos filhos? Portanto, eles mesmos serão os vossos juizes. Mas, se Eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o Reino de Deus.”
Marcos 9:38-40: “E João lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que em Teu Nome expulsava demônios, o qual não nos seguem; e nós lho proibimos, porque não nos segue. Jesus, porém, disse: Não lho proibas; porque ninguém há que faça milagre em Meu Nome e possa logo falar mau de Mim.”
Estes textos não estão franqueando a nenhum transgressor da Lei de Deus a fazer o que bem entenda em Nome de Jesus; e muito menos estão autorizando ao crente ir em busca de tais transgressores para qualquer consulta, levados pela “corrente” dos “milagres” daqui e dali.
Existe, no momento, uma onda avolumante de cura, em igrejas romanas (em nome de vários santos), centros umbandistas e igrejas evangélicas. Em algumas, a oração da fé é precedida de canções de Rock And Roll, cantadas por conjuntos que, inclusive, estiveram no Rock In Rio. Apenas trocam a letra.
Ouça o que disse um famoso roqueiro: “O diabo é o pai do rock”. Raul Seixas. Folha de São Paulo, 12/8/91. (Quem duvidar, ouça qualquer disco de rock em rotação invertida).
Se o diabo é o pai do rock, pode muito bem iludir pessoas com seus milagres, curas, sinais e prodígios de mentira, ao sabor destes cânticos.
Bem, negar tais fatos é não querer ser sincero. E aceitá-los não é menosprezar ninguém. É tão somente aceitar a verdade. (Uma vez perguntaram a Mohamed Ali: “Quem é o maior pugilista do mundo?” – Ele respondeu: “Sou eu!”. Ele foi apenas sincero. Naquela época, era verdade mesmo!).
Jesus Cristo tinha muitos discípulos além dos doze apóstolos. Muito embora estes não pertencessem ao círculo íntimo dos doze, eram discípulos. Certamente se Jesus aprovou o ato daquele exorcista (Marcos 9:38-40) é porque efetivamente ele era um condiscípulo (João 11:16). Embora não estivesse entre os doze, fatalmente comporia a Igreja Apostólica a surgir e se enquadraria perfeitamente a todos os mandamentos de Deus.
Porém, não podemos generalizar todos os acontecimentos parecidos. Aquela era uma época, hoje é outra. Era o nascimento da incipiente Igreja Cristã. Muitos estavam aceitando a Jesus como o Messias e o tentar realizar Seus milagres, não sendo do grupo dos doze, era prova de que tais pessoas seguiam a Jesus de longe. Veladamente eram Seus discípulos, e, na oportunidade certa tomariam posição firme ao lado do Senhor, uniformizando suas vidas a toda verdade bíblica. Por que não? – Pedro só se converteu quase três anos após ser chamado, apesar de estar diariamente com o Mestre.
Pois bem, não havendo igreja organizada, deu-se o aparecimento de seguidores isolados de Jesus desejando operar Seus milagres, porque isto os fascinavam. Creio que eles tentavam operar milagres não por desejo de ganho nem por piedade dos sofredores, mas porque estavam maravilhados com o que nunca presenciaram. Certamente tais fatores contribuiram para a aprovação de Jesus.
Posteriormente, o próprio Senhor estabeleceu Sua igreja, determinou os regulamentos e incentivou os discípulos à obediência (Mat. 5:17-18; Mat. 24:20). Efetivamente a prova de discipulado fiel é fazer a vontade de Cristo consoante obediência irrestrita a todos os reclamos da Bíblia. Quem, pois, tendo tal testemunho, fizer algum milagre em Nome de Jesus, podemos ter a certeza de que provém de Deus, com a aprovação do Mestre.
Porém, nunca esqueça o que disse Jesus:
“Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu Nome? E em Teu Nome não expulsamos demônios? E em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade.” Mateus 7: 21-23.

Assim Diz O Senhor Cap 01 - RESPINGOS --- Pág 06

PREGAR AOS ESPÍRITOS EM PRISÃO
I Pedro 3:19-20: “No qual também foi, e pregou a espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.”
Três grupos “disputam” este texto no intuito de abonar suas doutrinas. O grupo espírita, para aceitar a existência de “espíritos desencarnados, encarnação” etc. O grupo evangélico para advogar a imortalidade inerente da alma. Já os católicos nestes versos se apóiam para provar o purgatório.
Muitos, assim, entendem que em um espaço entre Sua crucifixão e ressurreição, Jesus pregou aos supostos “espíritos desencarnados” dos antediluvianos.
Efetivamente, tal texto deve ser analisado sob a luz de outros textos paralelos para descobrir-se a verdade e o que pretendia Pedro em sua explanação. Antes, porém, você não deve prescindir da eterna verdade que a Graça finda por ocasião da morte da pessoa, e não há, em hipótese alguma, segunda oportunidade de arrependimento para o pecador, após seu falecimento. Com a morte cessam as oportunidades de salvação. Heb. 9:27; Ecl. 9:10; Gál. 6:10.
Diz a Bíblia que a alma é mortal (Eze. 18:20), e que os mortos estão com a consciência apagada na morte (Sal. 146:4; Ecl. 9:5 e 6; Jó 14:14 e 21; João 11:11; I Tess. 4:13). Não há esperança alguma de os mortos aceitarem a salvação (Isa. 38:18 e 19). Por conseguinte, é horrível admitir que na sepultura haja seres conscientes, capazes de ouvir e aceitar o evangelho. Pior ainda com referência aos contemporâneos de Noé que foram afogados pelas águas do dilúvio.
Ademais, aceitar que Cristo pregou a “espíritos desencarnados” dos antediluvianos no hades (sepultura-inferno), é aceitar, de certa forma, a estranha doutrina do purgatório.
Fosse também verdade que tal pregação se deu, teremos de admitir que Jesus agiu com parcialidade, isto é, concedeu segunda oportunidade de salvação aos pecadores do tempo de Noé e aos demais pecadores de outra geração, não. Até Lúcifer, assim, teria razão ao reivindicar segunda chance de perdão.
Ora, o próprio Senhor assegurou que o único pecado que não tem perdão é o pecado contra o Espírito Santo (Mat. 12:31). E este pecado é a resistência sistemática e deliberada aos apelos dEste divino Ser. A pessoa que comete tal pecado, está selada para a perdição.
Os antediluvianos tiveram cento e vinte anos de Graça (Gên. 6: 3). Todo esse tempo o Espírito Santo apelou insistentemente aos seus corações através do pregoeiro da justiça – Noé (II Pedro 2:5); e estes, rebelados, resistiram, recusaram a longanimidade de Deus, até que a paciência divina esgotou-se e, assim, cometeram o pecado imperdoável. E, se é imperdoável, não pode haver segunda oportunidade de perdão nem mesmo vivo, quanto mais morto.
Finalmente, Pedro não diz que eram “espíritos desencarnados”. Informa apenas: “espíritos”. Portanto, nesta assertiva do apóstolo, o lógico e razoável é aceitar que o “espírito” é um símbolo de pessoa. Exemplo:
Meu espírito significa mim, eu.
Teu espírito significa tu, você.
Adam Clark, concluindo pela impossibilidade de se tratar de “espíritos desencarnados” diz que a frase “os espíritos dos justos aperfeiçoados” (Heb. 12:23) “certamente se refere a homens justos, e homens que se acham ainda na igreja militante; e o Pai dos ‘espíritos’ (Heb. 12:9) tem referência a homens ainda no corpo; e o ‘Deus dos espíritos de toda a carne’ (Núm. 16:22; 27:16) significa homens, não em estado desencarnado.” – Clarke’s Commentary, Vol. 6, pág. 862.
Eminentes teólogos partidários da doutrina imortalista, recusam a teoria de que Pedro, neste texto, ensina a imortalidade da alma. Eis alguns: Dr. Pearson, da Igreja Anglicana, diz:
“É certo pois, que Cristo pregou àquelas pessoas que nos dias de Noé eram desobedientes, em todo o tempo em que a ‘longanimidade de Deus esperava’ e, consequentemente, enquanto era oferecido o arrependimento, e é igualmente certo que Ele nunca lhes pregou depois de haverem morrido.” – Exposição do Credo, Dr. João Pearson, grifos meus.
Agora o testemunho de João Wesley:
“Por meio de que Espírito Ele pregou? – Através do ministério de Noé, aos espíritos em prisão, isto é, os homens perversos antes do dilúvio. ... Quando a longanimidade de Deus esperava. Durante cento e vinte anos, por todo o tempo em que estava sendo preparada a arca; quando então Noé os admoestava a que fugissem da ira futura.” – Explanatory Notes Upon the New Testament, pág. 615.
Finalizando, irmão, a obra de Jesus foi a “abertura da prisão aos presos” (Luc. 4:18-21; Isa. 42:6,7 e 6; 61:1). Toda pessoa desobediente está presa ao pecado (Prov. 5:22). Pecado é a prisão de Satanás. Quem morre no pecado está irremediavelmente preso até o juízo final. Heb. 9:27.
Seguramente, os apelos ao arrependimento feito por Jesus aos homens de Seus dias, foram os mesmos veementes apelos feitos por Noé em sua época. Em outras palavras: Jesus Cristo pregou aos antediluvianos pelo Espírito Santo através do ministério de Noé, durante o tempo de construção da arca; 120 anos.

EVANGELHO PREGADO AOS MORTOS
I Pedro 4:6
“Porque por isso foi pregado o evangelho também aos mortos...”
Este texto não é suporte para afiançar a doutrina dos “espíritos em prisão”; muito menos é base para se crer que um defunto tenha condição de ouvir e aceitar o evangelho. Tampouco é provável a sugestão de que Pedro se refira figuradamente aos mortos espirituais. Não há vislumbre de uma transição do literal para o figurado. Os mortos aqui são os mortos literais mesmos, o contexto o confirma. II Pedro 4:5. Portanto, a conclusão coerente e simples, é que tais defuntos haviam ouvido o evangelho ANTES de morrer.
SINTETIZANDO: O evangelho – FOI – pregado para aqueles mortos, quando ainda estavam vivos. O evangelho não lhes – É – pregado agora ao estarem mortos. Por quê? – Os mortos estão inconscientes! Ecl. 9:5.

BATISMO PELOS MORTOS
I Coríntios 15:29
“Doutra maneira, que farão os que se batizam pelos mortos, se absolutamente os mortos não ressuscitam? Por que se batizam eles então pelos mortos?”
Meu caro irmão, retirar este versículo da Bíblia, isolá-lo do contexto, esquecendo a maneira correta de se estudar as Escrituras, o crente entra em colapso total. Não há dúvidas que a exegese para este texto terá que ser muitíssimo meticulosa, exigindo cavar fundo, pesquisa, muita oração, pois que, isolado como está, sugere o seguinte:
• Existia batismo pelos mortos, entre os cristãos primitivos!?
• Não há ressurreição dos remidos!?
• A enfática, patética e suposta conformação indagatória de Paulo ao dizer:
“Por que se batizam eles então pelos mortos?”, deixa antever a necessidade
de tal prática?
Isolar um versículo, não compará-lo como diz a Bíblia, poderá levar a pessoa aos caminhos preconizados pelo pregador como “caminhos de morte”. Afinal, o que queria ensinar Paulo? Esta é uma das passagens mais difíceis da lavra paulina, e não há ainda uma explicação satisfatória, embora muitos comentaristas de peso, famosos exegetas, PHD’s e doutores em religião, já hajam apresentado diversas interpretações, como por exemplo J.W.Horsley, Newbery House Magazine (Junho de 1890), que alinhou nada menos que 36 diferentes explanações a respeito; todavia, a “maioria delas pouca atenção teve, e algumas poucas merecem séria atenção”. O que tem relevância no texto é que este tema, que tem provocado intensa polêmica entre os comentaristas bíblicos, é um texto isolado no Novo Testamento, pois só aparece neste ponto e em nenhum lugar mais. Daí a premissa que entrou na discussão de Paulo acidentalmente, numa igreja cheia de acidentes: Corinto.
Outrossim, consultando o contexto e o discorrer do pensamento desenvolvido por Paulo, iremos descobrir que o tema central do capítulo quinze de I Coríntios é a ressurreição. Logicamente, este verso, por força de tal circunstância, deverá ser interpretado tendo sua base nesta doutrina.
Diz a história que os pais da igreja mencionavam haver no princípio um costume herético em que os cristãos vivos eram batizados em favor dos mortos, amigos ou parentes não batizados. Assim, ao praticar tal ato, pensavam que os tais seriam salvos como que por procuração. Crisóstomo, por exemplo, explica como esse ritual era praticado em seu tempo:
“Depois que um catecúmeno (alguém que ainda não fora batizado, mas que já estava preparado para o batismo) falecia, punham um homem vivo oculto debaixo de seu leito; então, aproximando-se do leito do morto, falavam com ele e indagavam se ele queria receber o batismo. Não dando ele resposta, o outro respondia em seu lugar. Assim batizavam ‘o vivo pelo morto.’” – O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, vol. 4, pág. 256, Russel Norman Champlin.
Paulo ao se referir a esse costume não queria jamais ensinar ou abonar a idéia de que esse ritual é sancionado ou admitido por Deus. Na verdade aquelas pessoas praticavam essa cerimônia porque criam na ressurreição, pois se assim não fora, porque haveriam de praticá-la já que seus parentes e amigos não se beneficiariam dela? Assim sendo, Paulo, longe de endossar essa prática para financiar ou apoiar uma doutrina cristã, simplesmente afirma que, se os próprios pagãos têm esperança na ressurreição, quanto mais nós, cristãos esclarecidos, deveríamos amá-la, preparando-nos para a primeira, caso não estejamos vivos por ocasião do regresso do Senhor.
A Bíblia não ensina em nenhum lugar que o cristão pode ser batizado em favor de terceiros, seja amigo ou parente. Ela ensina, e apela sim, a que o homem creia no Sacrifício de Jesus, aceite-O como Salvador, e, batizando-se está apto à eternidade, pois que, com a morte, cessam todas as oportunidades. Mas graças a Deus que, os que já dormiram no Senhor, ressuscitarão para habitar a Terra Renovada.

ALMAS DEBAIXO DO ALTAR
Apocalipse 6:9
“E havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram.”
Aqui, os cristãos que costumam isolar os textos sagrados, se firmam para dizer que a alma do crente é imortal e que vai ao Céu ao morrer. Essa crença perde o valor quando comparada com o verso seguinte (10). Veja:
“E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a Terra.”
Se esses “seres” clamavam, já não poderiam ser almas, ou forçosamente, estas almas teriam de possuir uma capa corpórea com todos os elementos necessários para mantê-las em pé, pensar, agir, sentir, amar e clamar. (Assim, tais “almas” não passam de pessoas reais).
O livro de Apocalipse é uma perfeita simbologia. Quando o quarto selo foi aberto (Apoc. 6: 7-8), surgiu um “cavalo amarelo”, cor não muito natural neste animal. “O símbolo evidentemente se refere à obra de perseguição e matança efetuadas pela Igreja Romana contra o povo de Deus do tempo decorrido entre o começo da supremacia papal, em 538 d.C., e o tempo em que os Reformadores começaram a expor o verdadeiro caráter do papado, sendo detida a obra de destruição.” – Estudos Bíblicos, pág. 258 – CPB.
Na abertura do quinto selo, João vê os mártires (almas) mortos pela grande perseguição desencadeada no quarto selo. “Quando os Reformadores expuseram a obra do papado, foi então trazido à memória o grande número de mártires que haviam sido mortos pela fé”. (Ibidem). Sucumbiram como hereges, “cobertos de ignomínia e vergonha.”
Este vilipêndio e cruel tratamento ao povo de Deus clama por vingança, mas os clamores simbólicos dos mártires não são evocados do Céu, mas da Terra, precisamente debaixo do altar sob o qual foram mortos (v.8). O altar é na TERRA e não no CÉU. O altar de Abel foi o campo (Gên. 4:8; Heb. 11:4). O de Cristo, a Cruz (João 19:31); o de Estevão, a praça pública (Atos 7:57-60); o dos reformadores e mártires, foram fogueiras, arenas e guilhotinas.
Ouça isso: Quando um assassino é preso, abre-se imediatamente um processo contra ele. Figurativamente, a vítima estará clamando por vingança, através do processo, até o dia que for feita justiça.
É exatamente isso que ocorre em Apocalipse 6: 9-10, o sangue dos justos continuará clamando por vingança, até que Deus julgue e sentencie os criminosos, o que se dará no Juízo Final.
Bem, para que você compreenda que se trata de um relato figurado este incidente, leia as seguintes passagens: Hebreus 11:4; Romanos 4:17; Habacuque 2:11; Juízes 9:8-15,20. Aqui, pois, “é usada a figura da personificação, em que objetos inanimados são representados como viventes e falantes, e coisas que não são, como se fossem.” – Estudos Bíblicos pág. 259 – CPB.
Portanto, debaixo deste altar permanecerão esses mortos até a volta de Jesus, quando então despertarão para a vida e imortalidade, sob o fragor da voz do resgatador de Sião. Glória a Deus!

Assim Diz O Senhor Cap 01 - RESPINGOS --- Pág 05

“TODOS OS QUE GUARDAM A LEI ESTÃO DEBAIXO DE MALDIÇÃO”
Esta frase é muito comum no meio evangélico dos nossos dias. Entretanto, ela não reflete a veracidade do texto de Gálatas 3:10, que diz:
“Todos aqueles que são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque escrito está: maldito todo aquele que permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei para fazê-las”.
Esta expressão, “livro da lei”, cristalinamente identifica que a lei focada por Paulo é a Lei cerimonial, pois que esta foi, de fato, escrita num livro (Deut. 31:24); ao passo que a Lei Moral o foi em pedras. Êxo. 31:18.
Já que a Lei Cerimonial foi abolida na Cruz (Col. 2:14; Dan. 9:27), descarte-mo-nos dela para afirmar: a Lei Moral não é, não contém, não traz maldição. Porém, a sua transgressão, sim, produz maldição sobre o transgressor.
É diferente estar sob a autoridade da lei e sob a maldição da lei. Há um abismo enorme entre ambas.
Assim sendo, se observarmos a Lei Moral, estaremos sob sua autoridade. Mas, se a transgredimos (ainda que só um mandamento) estaremos sob maldição (morte eterna). Efetivamente, quem obedece em parte, está transgredindo.

“AFINAL, QUEM SÃO OS 144.000?” Apocalipse 7:4; 14:1-4
• Somente será este o número de salvos?
• São esses salvos as primícias dos mortos ou dos vivos por ocasião da vinda do Senhor?
• São esses salvos primícias de toda a seara?
• São esses os representantes universais dos salvos?

Se Deus tivesse predestinado somente 144.000 para se salvarem, Jesus não precisaria ter vindo ao mundo, pois este número já teria sido completado nos 4.000 anos antes dEle, e de fato, não se contaminaram com mulheres (igrejas).
Os milhões de mártires mortos por causa de Cristo e do evangelho superam em muitos os 144.000. E eles também não se contaminaram com mulheres (igrejas), pois morreram justamente para isto evitar.
As crianças mortas por Herodes foram os primeiros mártires que morreram por Cristo Infante e estas não se contaminaram de nenhuma maneira.
– É impossível somente 144.000 serem os salvos!
Se Deus aprouve escolher 144.000 dentre os milhões de salvos para uma função e deleites especiais, alegremo-nos, eles bem o merecem. Se você e eu formos compôr este grupo, ou se morrermos como mártires nos fogos dos últimos dias, Ele nos dará a força e fé de mártir. O importante mesmo é estarmos entre os salvos. Sentir-me-ei honrado em estar num lugar onde haja 144.000 privilegiados pelo Senhor por causa da tremenda experiência que tiveram. Por isso, só eles entoam o cântico de Moisés e do Cordeiro, “pois é o cântico de sua experiência e nunca ninguém teve experiência semelhante.” – O Grande Conflito, pág. 646:3, Ellen G. White.
De minha parte somente haverá alegria, muita felicidade, e nem uma pontinha sequer de inveja por este grupo maravilhoso de pessoas que se deram pelo evangelho de Cristo, depondo a vida como mártir.
– Quem sabe os 144.000 (primícias) irão ficar dentro da Santa Cidade e a cada Sábado recepcionarão os salvos (seara-massa) vindos de toda a Terra? Isaías 66:22 e 23.
“E, se as primícias são santas, também a massa o é...” Rom. 11:16.

JESUS DEU UM NOVO MANDAMENTO
João 13:34:
“Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos amei.”
Eis o contexto divino:
Levíticos 19:18:
“... Mas amarás o teu próximo como a ti mesmo.”
Novo mandamento, não é um mandamento novo, pois como vê, ele já existia desde o início do mundo. O exemplo de Cristo na maravilhosa dimensão adicional de Seu amor é o que há de novo neste mandamento.
“Era como se o Salvador estivesse dizendo: Antes disso, foi vos ordenado que amasseis o próximo como a vós mesmos. Agora precisais compreender que amar aos outros como a vós mesmos significa olvidar o próprio eu.” – Lição da Escola Sabatina, pág. 57 - 4º trimestre, 1988.
Amor sem reservas, vestido com roupa de trabalho, é o amor que temos de dar ao próximo. Este é o ‘velho’ novo mandamento.

A FAMOSA TABELINHA
Nos múltiplos livros que combatem os Adventistas, há uma insistente tabelinha referindo-se aos mandamentos da Lei Moral, como sendo repetidos no Novo Testamento, menos o mandamento do Sábado. Daí, asseguram: o Sábado está nulo.

VELHO TESTAMENTO
1. Não terás outros deuses diante de Mim (Êxo. 20:3).

2. Não farás para ti imagens de escultura... não te curvarás diante delas nem as servirás (Êxo. 20: 4-5).
3. Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o Seu nome em vão (Êxo. 20: 7).
4. Lembra-te do dia de Sábado para o santificar (Êxo. 20:8).
5. Honra a teu pai e a tua mãe (Êxo. 20:12).

6. Não matarás (Êxo. 20:13).
7. Não adulterarás (Êxo. 20: 14).

8. Não furtarás (Êxo. 20: 15).
9. Não dirás falso testemunho (Êxo. 20:16).
10. Não cobiçarás (Êxo. 20: 17).


NOVO TESTAMENTO
1. Nós vos pregamos que vos convertais destas vaidades ao Deus vivo, que fez o Céu, a Terra e o mar (Atos 14: 15).
2. Filhinhos, guardai-vos dos ídolos (I S. João 5: 21).

3. Mas acima de tudo, meus irmãos, não jureis, nem pelo Céu, nem pela Terra, nem por qualquer outra coisa (Tiago 5: 12).
4. Não há mandamento em todo o Novo Testamento para guardar o sétimo dia.
5. Filhos, obedeceis a vossos pais no Senhor, pois isto é justo (Efé. 6: 1).
6. Não matarás (Rom. 13: 9).
7. Nem fornicários..., nem adúlteros... herdarão o reino de Deus (I Cor. 6: 9-10).
8. Não furte mais (Efé. 4: 28)
9. Não mintais (Col. 3: 9).
10. Cobiça não haja entre vós (Efé. 5: 3).


Meu amado, leia novamente cada comparação desta tabelinha. Por favor, confira com o que está escrito à página 133. Agora leia:

S. Lucas 4:16 – “E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de Sábado, segundo o Seu costume, na Sinagoga, e levantou-Se para ler”.

I Pedro 2:21 – “Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais Suas pisadas”.
Jesus por 33 anos guardou o Sábado. Agora ouça o que Ele afirmou para um evento a ocorrer 39 anos após Sua ressurreição – a destruição de Jerusalém:

Mateus 24:20 – “Orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no Sábado”.
Texto por texto, qual tem mais peso? Usando a regra da tabelinha, esta preocu-pação de Jesus em não transgredir o Sábado, não é a favor deste santo mandamento?
Os discípulos foram obedientes. Veja: Lucas 23:54-56 –“E era o dia da preparação e amanhecia o Sábado. E as mulheres que tinham vindo da Galiléia seguiram também e viram o sepulcro, e como foi posto o Seu corpo. E, voltanto elas, prepararam especiarias e ungüentos; e no Sábado repousaram conforme o mandamento.”
Isto foi escrito trinta e três anos após a destruição de Jerusalém. Viu!?

O PADRE FIEL
Dois rapazes cristãos, observadores do domingo, estavam viajando em um trem. À frente deles sentado, achava-se um Padre. Decidiram pregar-lhe o evangelho.
– Padre, disse um, o senhor está errado, pois a Bíblia é contra imagens.
– Onde está escrito isso filho? Replicou o Padre.
– Na Lei de Deus, disse o moço. Abriu a Bíblia em Êxodo 20, e leu o verso 4.
– Filho, disse o Padre, leia o verso 5. O jovem o leu.
– Agora o 6, voltou à carga o Padre. O jovem o leu.
– O 7 também!
– O 8 agora, arguiu o Padre.
– Ao invés de ler o verso 8, o jovem pulou para o 12. Retrucou o Padre: Leia o 8 filho. Disse o jovem: Este não preciso ler, foi abolido.
Em meio ao silêncio que se fez, o Padre arrematou:
– Filho, toda vez que você se olhar no espelho, verá um mentiroso.

Assim Diz O Senhor Cap 01 - RESPINGOS --- Pág 04

“EU COMO TUDO PORQUE O QUE DEUS FEZ É BOM”
Sim, realmente é bom o que Deus fez, mas, para o fim que Deus criou. Exemplo: minhoca é boa, mas não para se comer e sim fertilizar a terra. Urubu é tão bom e útil que é proibido por lei matá-lo. Por conseguinte, ao afirmar o Senhor que “tudo é bom” não foi para que nós hoje nos valhamos disto para satisfazer nossa vontade. Esta deve ser submetida à vontade do Senhor.

“A CARNE DE PORCO NÃO IMPLICA NA MINHA SALVAÇÃO”
Deus quer que tenhamos boa saúde (III S. João 2), porque nos comprou com Seu sangue (I Cor. 6:20), e espera que sejamos puros (Rom. 12:1), para nos constituirmos realmente na morada do Espírito Santo. I Cor. 3:16.
Se alguém, pela ingestão de carnes imundas (Lev. 11; Deut. 14), se torna impuro, Deus nele não pode morar, e pior, será destruído no último dia. I Cor. 3:17.
Por exemplo, Deus Se “irrita” com os comedores de porco (Isaías 65:3-4). Também os consumirá (Isaías 66:17 – compare com os versos 22-23). Veja, Deus está falando que os comedores de carne de porco ficarão fora da Nova Terra. Isso merece, portanto, sua reflexão plena. Implica ou não na salvação?
Por que a carne de porco não é consumida nos hospitais? Deut. 14:8.
Uma vez ouvi: “A diferença do urubu para o porco é que um voa e o outro anda sobre patas.” – De fato, a função de ambos é a limpeza da terra.

CABELO OU VÉU!?
O incansável Paulo é quem fala sobre o véu, e apenas mencionou-o na problemática Igreja de Corinto (I Cor. 11:5,6,10,13); e mais em nenhuma outra epístola; e mesmo em todo o Novo Testamento, nada há a respeito, nem outros apóstolos ou o Senhor Jesus a ele Se referiram.
Não discuto que estes textos homologuem tal prática, porém trata-se de um assunto inteiramente regional e bem pessoal da igreja corintiana. Tanto é verdade que Paulo afirmou que as igrejas de Deus e ele mesmo, não tinham o costume de usar véu (I Cor. 11:16), e de fato não tinham mesmo, como hoje não têm.
Dessa maneira, não se deve andar por aí com um metro para medir cabelos ou reverberar que a mulher não o pode aparar, e que ela precisa usar véu.
Ora, o que Deus abomina é a confusão de sexo.
Homem tem que ter cabelos de homem e mulher cabelos de mulher. Homem tem que se trajar como homem e mulher vestir-se como mulher. Não pode o homem ter cabelos que, virado de costa, dê a entender tratar-se de uma mulher ou vice-versa (pelo menos em nossa época, porque Jesus usou cabelos e vestes longas; era o costume; ainda hoje os orientais se trajam assim; é o costume de sua região). Mas no Brasil, o cabelo do homem é curto e o da mulher, longo. Logicamente, a calça comprida é para o homem apenas e o vestido e saia, para a mulher somente.
Quanto ao cabelo da mulher, notório é que ele se torna forte e viçoso aparado (nunca rente, para evitar a confusão de sexo, isto é: não pareça com corte masculino); ademais o asseio é mais fácil, bem como em clima tropical ou épocas quentes é menos angustioso para a mulher evitar aqueles cabelos enormes.
Além do que, tais cabelos não rejuvenescem, por falta de corte. (Uma senhora ou senhorita que tenha o cabelo cortado e que a faça permanecer feminina de frente e de trás, tem liberdade, segurança, comodidade, e, se seu coração for puro para com Deus, eis aí uma “israelita em quem não há dolo” ).
– E o véu? Não é necessário!
– Por quê?
– Porque o cabelo lhe foi dado em lugar do véu. Leia I. Cor. 11:15.

ÓSCULO SANTO – PAZ DO SENHOR
Ósculo e Paz do Senhor estão na Bíblia? – Sim! Então, eu creio.
Antes, porém, devo dizer que há grande diferença entre mandamento e conselho, bem como deve-se analisar as implicações de determinados dogmas, se aplicados em nossa época.

“SAÚDO A IGREJA COM A PAZ DO SENHOR” – “A PAZ DO SENHOR” – “A PAZ” – “SAÚDO OS IRMÃOS COM A SANTA PAZ DO SENHOR”
Estas quatro expressões, muito usadas hoje no meio pentecostal e nas igrejas renovadas, ainda que singelas, não são bíblicas. Mas, não há nenhum mal se usar. Eu mesmo saúdo os irmãos pentecostais como eles gostam, e me sinto muito bem. Realmente há uma saudação bíblica que era comum a certos apóstolos ao escreverem suas epístolas à igreja, por exemplo:
“Graça, misericórdia e paz” (I Tim. 1:2). “Paz seja com os irmãos” (Efé. 6:23). “Graça e paz a vós outros” (I Tess. 1:1; Fil. 1:2; II Tess. 1:2; Apoc. 1:4). “A paz seja contigo” (III João 15). “Graça e paz vos sejam multiplicadas” (II Ped. 1:2). “A misericórdia, paz...” (Jud. 2), etc.
O próprio Senhor Jesus, as únicas vezes em que saudou os discípulos, o fez com a expressão: “Paz seja convosco” (Luc. 24:36; João 20:21,26).
Portanto, a saudação bíblica é: “Paz seja convosco”.
Não esqueçamos, porém, que o crente deve ter paz (João 14:27); viver em paz (I Tess. 5:13; II Cor. 13:11); transmitir paz pelo exemplo, palavras, ações, e sua vida ser a própria paz. Amado irmão, “paz seja convosco”. A paz do Senhor!
ÓSCULO SANTO
Ósculo é beijo.
Ainda que aparentemente fosse um costume na Palestina, é apenas mencionado na Bíblia seis vezes. Uma pelo apóstolo Pedro, quatro por Paulo, e uma vez por Jesus, ao Se referir a Maria Madalena, quando Lhe enxugava os pés com os cabelos. Disse o Senhor: “Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de Me beijar os pés.” Luc. 7:36-50.
Nota-se, pelo ocorrido, que o ósculo era um hábito raro, ou praticado esporadicamente, pois depreende-se do texto focado que Jesus entrou na casa de Simão (Luc. 7:44,45) e não recebeu ósculo. E Maria “osculou” os pés de Jesus.
Assim pergunto: O ósculo é realmente necessário? É um conselho? Doutrina? É nos pés, na mão, no rosto ou nos lábios? E mais: é irmão com irmão, irmã com irmã, ou ambos? (O beijo na face que as irmãs sempre se dão hoje, quando se encontram, é ósculo ou um costume?).
Nesta parte da religião, amado, temos que ser criteriosos.
Certa vez, fui obrigado a conversar com alguns rapazes de nossa igreja pois eles estavam introduzindo “uns” beijos na face de nossas jovens, e fiquei triste em fazê-lo, pois agiam eles com a maior naturalidade e inocência. Entretanto, vislumbrei que Satanás poderia arranjar uma brecha para mandar sua tentação.
Outrossim, tal hábito é o costume mundano dos artistas, dos viciados, dos impuros. Basta ver na TV, na rua e por aí afora. É o “primo” da tal “amizade colorida”. Devemos evitá-lo, substituindo-o por um caloroso aperto de mão e um festivo abraço ao irmão, e apenas um leve e rápido aperto de mão à irmã, “abstende-vos de toda a aparência do mal...” I Tess. 5:22.

Assim Diz O Senhor Cap 01 - RESPINGOS --- Pág 03

“NO SÁBADO NÃO SAIA DO SEU LUGAR”
Muito bem, o texto é correto. Precisamos só não destacá-lo do contexto. A ordem não é para ficar estático, paralisado em algum lugar enquanto passam as horas sagradas do Sábado. A ordem foi dada para“não sair do lugar” a fim de “apanhar maná”, no Sábado (Êxo. 16:23-29). Isto realça a santidade desse dia. Na sexta-feira Deus enviava o maná em dobro para que no Sábado ninguém o transgredisse saindo aos campos para apanhá-lo. O Sábado é santo, nele a “padaria” do Céu não funcionava.
“PAULO DISSE QUE QUEM NÃO TRABALHA, NÃO DEVE COMER”
Isso é verdadeiro ainda nos dias atuais. Só não devemos esquecer de imitá-lo (Fil. 3:17), já que ele assim exige, ok? Paulo trabalhava durante a semana inteira, mas no Sábado, ele ia sempre à igreja (Atos 18:1-4). Este costume – ir à igreja aos Sábados – era evidente na vida de Paulo (Atos 17:2). Leia o capítulo nº 8.

“ESTAMOS DEBAIXO DA GRAÇA E NÃO DEBAIXO DA LEI”
Esta é mais uma declaração sincera, proferida por todos os evangélicos: leigos, seminaristas, Pastores. Porém, torna-se uma expressão sem o peso que lhe dão quando isolada do contexto bíblico.
Veja bem: O que é um “fora da Lei”?
– É aquele foragido da justiça. O que transgrediu a lei existente para proteger os cidadãos. Se está “fora da lei”, evidentemente está sob sua penalidade.
Da mesma maneira, os cristãos que estão “debaixo da Graça” não podem estar “fora da lei”. A Graça se torna uma dádiva para os que obedecem. Mas Deus também tem uma lei para identificar os obedientes. Por isso dizemos: só se pode estar “debaixo da Graça” estando “dentro da lei”! (Leia o capítulo nº 21).

QUAL O GRANDE MANDAMENTO DA LEI? – Mateus 22:36
Jesus definiu a lei como sendo: Amor a Deus e amor ao próximo. Sábia e divinamente Deus dividiu Seus Dez Mandamentos em duas partes. Assim que, os primeiros quatro mandamentos dizem de nossa obrigação para com Deus, e os seis restantes, de nossa obrigação e respeito ao nosso semelhante. Por conseguinte, destes “dois” mandamentos depende toda a lei.
– Então, qual o grande mandamento da Lei? Resposta: A lei toda!

“EU FUI ARREBATADO NO DIA DO SENHOR” – Apocalipse 1:10
Qual é este Dia do Senhor? Observe:
Deus chama o Sábado de: “Meu santo dia”. Isa. 58:13.
Mateus denomina o Sábado de Dia do Senhor. Mat. 12:8.
Marcos e Lucas fazem o mesmo. Mar. 2:28; Luc. 6:5.
Deus diz: “Lembra-te do dia de Sábado para o santificar...” Êxo. 20:8-11.
Paulo, ao implantar o cristianismo na Europa, o fez em um dia de Sábado. Atos 16: 13,11,12.
Paulo era fabricante de tendas e trabalhava durante a semana, mas no Sábado fechava a oficina e dirigia-se à igreja. Atos 18:1-4.
Tiago diz que quem quebra um mandamento (certamente esta palavra tem endereço certo – o Sábado) é culpado de todos; transgrediu conscientemente toda a lei. Tiago 2:10.
João chama de mentiroso quem diz guardar a lei só de boca (I S.João 2:4), e a Lei Moral consigna o Sábado. Êxo. 20:8-11.
Jesus exortou Seus discípulos a orar para evitar transgredir o Sábado. Mat. 24:20.
Jesus disse que quem O ama, guarda Seus mandamentos (João 14:15); por isso Ele criou e conservou o Sábado. Êxo. 20:8-11; Luc. 4:16.
Jesus afirmou que quem O ama deve andar como Ele andou (I S.João 2:6). Ele guardava o Sábado. Luc. 4:16; Mat. 5:17-18.
Os evangelistas Mateus, Marcos e Lucas escreveram seus evangelhos por volta do ano 61, d.C.; Paulo escreveu suas epístolas em um espaço compreendido entre os anos 51 a 68 d.C., e João escreveu o Apocalipse no ano 97 d.C. Há portanto uma diferença muito pequena entre eles (trinta anos, mais ou menos) em que possa ter acontecido a mudança do dia de repouso e não ficasse definida como tal. É impossível que em tão pouco tempo o mundo tivesse esquecido ou deixado de tomar conhecimento da mudança do Sábado para o domingo.
Mais impossível ainda é que, em apenas este espaço de tempo, João tenha se referido ao domingo (Apoc. 1:10) e não ao Sábado, levando-se em conta que todos os evangelistas e apóstolos só mencionavam o Sábado como o Dia do Senhor. Mat. 12:8; Mar. 2:28; Luc. 6:5, etc.
DOMINGO – não aparece na Bíblia nenhuma vez.
SÁBADO – só no Novo Testamento, ocorre 59 vezes.
Ademais, não seria tremenda contradição achar que João ensine seja o domingo o Dia do Senhor (Apoc. 1:10), e depois Deus dá-lhe uma visão e nela apresenta a arca que continha os Dez Mandamentos, e ali consigne o Sábado escrito pelo Seu próprio dedo? Apoc. 11:19; Êxo. 31:18: 32:16.
Como coadunar o pseudo domingo de Apocalipse 1:10 com o inexorável Sábado em Apocalipse 11:19? (A Lei de Deus está dentro da Arca e o Sábado é o quarto mandamento da Lei – Êxo.31:18, Deut. 10:4; I Reis 8:9). Se não há contradição na Palavra de Deus, temos então de aceitar o que é mais correto e lógico, estribando-se no conjunto de Escrituras paralelas contextuais, isto é: que o Dia do Senhor mencionado na Bíblia é o Sábado, sempre o será, pois que ele é claro e contundente em toda a Bíblia.
– Então, qual é este Dia do Senhor? – Lógico, o Sábado!
A suposição de o domingo ser o Dia do Senhor tomou grande impulso com o passar dos anos, iniciado pela Igreja Romana e continuado pelas milhares de religiões cristãs espalhadas pelo mundo. O processo foi o mesmo ocorrido com o cruzeiro novo e velho, lembra-se?
Ao ser introduzido o cruzeiro novo, criou-se pequeno embaraço, mas logo passou, e ninguém mais se lembra do cruzeiro velho. Ocorre que, ainda assim, o cruzeiro não deixou de ser cruzeiro. (Em sua época, é claro).
Ainda que o número de religiões cristãs que adote o domingo e o denomine o Dia do Senhor seja quase a totalidade, choca-se com a Bíblia, que é a bigorna da verdade; ela não diz jamais que o domingo é o Dia do Senhor, mas o Sábado, sim. Também a Bíblia não assegura em nenhuma de suas páginas que o Sábado, agora, é o “domingo cristão”. Isso é tradição, e tradição tem que ser submetida enquanto a Escritura Sagrada existir, pois que esta é divina e aquela, humana.
ANTIGO TESTAMENTO – cristãos guardam o Sábado
NOVO TESTAMENTO – cristãos guardam o domingo
Como será na Nova Terra? Isaías 66:23 informa que lá todos guardarão o Sábado. Ora! Então aprende-se a guardar o domingo hoje, para voltar a guardar o Sábado na Nova terra? Isto, para mim, é grande prova a favor do Sábado.
– O Sábado é o grande teste do cristão!
Se Adão ressuscitasse hoje e descobrisse que o domingo é o dia de descanso, muito se surpreenderia, já que ele guardou o primeiro Sábado neste mundo, junto ao próprio Deus (Gên.1:27; 2:2-3). Por isso é inconcebível Deus dar o Sábado a Adão, e o domingo ao cristão.
Evidentemente é tão impossível mudar o dia de repouso do Sábado para o domingo, como é impossível mudar a data de nosso nascimento.
Os homens podem não aceitar o Sábado, mas, negá-lo é impossível, a menos que o retirem da Bíblia, o que será um crime imperdoável. Se isso ocorrer, terão transbordado a “medida do cálice da ira de Deus”. Apoc. 14:10.

“JESUS DISSE QUE O DIA TEM DOZE HORAS, POR ISSO NÃO ACEITO O PÔR-DO-SOL COMO LIMITE PARA O DIA”
Jesus tem absoluta razão ao declinar: “...há doze horas no dia...” (João 11:9). Apenas, é um equívoco achar que por isso o dia agora começa à meia-noite.
Ora, como base escriturística não se pode negar que a contagem bíblica do dia é de uma tarde a outra tarde, um pôr-do-Sol a outro pôr-do-Sol (Gên. 1:5,8,13,19,23, 31). Observe: “E foi a tarde (noite) e a manhã (dia), o primeiro dia.” (Gên. 1:5).
Não é esquisito alguma coisa começar pela metade? (Meia-noite...).
Pela contagem humana, é que nunca serão doze, as horas do dia. Se duvida, faça um gráfico e, começando pela meia-noite, some 12 horas e veja onde irá acabar.
Pela contagem humana, é que nunca serão doze, as horas do dia. Se duvida, faça um gráfico e, começando pela meia-noite, some 12 horas e veja onde irá acabar.


Pela contagem humana, difícil será destacar as doze horas, que são as horas claras do dia. Experimente. (A única solução é começar uma conta de chegar, tirar, aproximar, etc., para conciliar a complicação que se fazem com algo tão simples, como simples são as coisas de Deus!) O dia (ciclo de 24 horas), não há dúvidas, é contado pelo declinar da tarde (pôr-do-Sol). Só isso!

Assim Diz O Senhor Cap 01 - RESPINGOS --- Pág 02

MEU PAI TRABALHA ATÉ AGORA , E EU TRABALHO TAMBÉM”
João 5:17.
Ora! Qual era o trabalho de Jesus? Bem, na infância, Jesus foi carpinteiro, e com Sua família ía sempre à igreja aos Sábados (Luc. 4:16). Porém, quando assumiu o Ministério que anunciaram os profetas, Seu trabalho foi puramente espiritual (Mat. 8: 14-17; Mar. 1: 29-32; Luc. 4: 38-41; Luc. 6: 6-8; Luc. 6: 18; Mat. 8: 2-4; Mar. 1: 40-44; Luc. 5: 12-14), etc. Para a salvação dos pecadores, não há hora, nem dia, mês ou ano de parar de trabalhar, porque este trabalho é permitido e lícito fazer aos Sábados! – Ouça o que disse um sincero teólogo Assembleano:
“Mas Ele lhes disse: ‘Meu Pai trabalha até agora, e Eu também’. Noutras palavras, Deus trabalha no Sábado, sustentando o Universo, comunicando vida, abençoando os homens, respondendo as orações.” – Pr. Myer Pearlman, João – Ouro Para Te Enriquecer, pág. 59.

JESUS NÃO GUARDAVA O SÁBADO, TRANSGREDIU-O CURANDO E MANDANDO O PARALÍTICO CARREGAR A CAMA
Passemos a limpo os fatos a respeito dos paralíticos bíblicos.

O PARALÍTICO DE CAFARNAUM
MATEUS CAPÍTULO 9
verso 1 – “E, entrando no barco, passou para a outra banda, e chegou à Sua cidade, e eis que Lhe trouxeram um paralítico deitado numa cama.”
verso 6 – “...(Disse Jesus então ao paralítico): Levanta-te; toma a tua cama, e vai para tua casa.”
Observações:
• Pode-se ler todo o contexto e se verá que não foi em dia de Sábado esta cura.
• Portanto, não cabe recriminar a Jesus ou cancelar o mandamento do Sábado.
MARCOS CAPÍTULO 2
verso 3 – “E vieram ter com Ele conduzindo um paralítico, trazido por quatro.”
verso 4 – “E, não podendo aproximar-se dEle, por causa da multidão,descobri-ram o telhado onde Ele estava e, fazendo um buraco, baixaram o leito em que jazia o paralítico.”
verso 11 – “(Disse Jesus): A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.”
verso 12 – “E levantando-se e, tomando o leito, saiu da presença de todos...”
Observações:

• O estudante apressado, lendo estes versos e fechando a Palavra de Deus, entende que este leito deve ser uma cama de madeira, pesada e robusta. Sem um estudo acurado do tema, pode-se, com a maior naturalidade chegar a tal conclusão. Porém, será uma conclusão verdadeira?
• Esta é uma lógica. Mas, existirão outras? Se houver, qual a mais racional?
• Se a esta lógica apegarmos para basear a nossa fé, o mandamento do Sábado não foi quebrado, porque este incidente não se deu nele. (Leia-se todo o contexto).
• Agora a outra lógica, com subsídios palpáveis. No Dicionário da Bíblia de John D. Davis, pág. 97, há esta esclarecedora definição da tal cama: “Utensílio doméstico que serve para dormir. Os pobres e os viajantes, muitas vezes dormem no chão, cobrindo-se com a sua própria vestimenta. A cama pode ser feita com um tapete, ou manta, que se enrola para ser transportada.” Mateus 9:6. (Este Dicionário é destacada autoridade eclesiástica não Adventista). Grifos meus.
Portanto, ainda que o ser trazido por quatro pessoas, este leito não poderia ser mais que uma manta reforçada, segura pelas quatro pontas esticadas, e a prova disso é que apenas por um buraco do telhado, desceram-no. E para dissipar todas as dúvidas, o relato diz que o paralítico, na presença de todos, tomou o seu leito e saiu. Cabe, então, a pergunta: Será que o paralítico era mais forte que os quatro homens que lhe carregaram com a cama? Ou será que ele enrolou a manta, colocou-a debaixo do braço e foi embora? Você decide, meu amado!
LUCAS CAPÍTULO 5
verso 17 – “E aconteceu que, num daqueles dias...”
verso 18-19 – “E eis que uns homens transportaram numa cama um homem que estava paralítico, e procuravam fazê-lo entrar e pô-lo diante dEle. E, não achando por onde o pudessem levar, por causa da multidão, subiram ao telhado, e por entre as telhas o baixaram com a cama, até o meio, diante de Jesus.”
verso 24 – (Disse Jesus) “A ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa.”
verso 25 – “E, levantando-se logo diante deles, e tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa, glorificando a Deus.”
Observações:
• A expressão clara e definida: “Num daqueles dias...” descarta a possibilidade total de ser Sábado. Pois se fosse Sábado, os fariseus não perderiam a oportunidade de acusar a Jesus de transgredí-lo, bem como recriminariam o paralítico.
• “Por entre as telhas”. Esta expressão denota claramente que a cama não era de madeira, nem de ferro, e simplesmente uma manta ou um tapete. Por uma abertura do telhado foi ela descida. E tem mais, o evangelista sinótico, Lucas, é mais explícito em sua afirmação, ao dizer: “tomando a cama em que estava deitado, foi para sua casa...” Portanto, a cama que subiu ao telhado foi a mesma que desceu, sendo a mesma que o paralítico curado, enrolou, colocou debaixo do braço e foi embora.
• Outra prova bíblica encontra-se na cura do cego Bartimeu (Mar. 10:46-52). Destacamos o verso 50: “E ele (Bartimeu) lançando de si sua capa (manta) levantou-se, e foi ter com Jesus”. Esta capa era a cama de Bartimeu. (Pedro também dormia sobre sua capa. Atos 12:7-8; Deut. 22:12).

O PARALÍTICO DE BETESDA – João Capítulo 5
O tanque de Betesda possuia cinco alpendres (v.2).
Alpendre é definido no dicionário como: “telheiro, meia-água, varanda coberta.”
Nestes alpendres ficava grande “multidão de enfermos, cegos, mancos e ressicados” aguardando o movimento das águas (v.3). Criam eles que de quando em vez um anjo agitava as águas do tanque e o primeiro que ali descesse sarava (v. 4). Entre estes, estava “um homem que, havia trinta e oito anos se achava enfermo”. E Jesus então lhe ordenou:
verso 8 – “Levanta-te, toma a tua cama, e anda.”
verso 9 – “Logo aquele homem ficou são; e tomou a sua cama, e partiu. E aquele dia era Sábado.
verso 10 – “Então os judeus disseram àquele que tinha sido curado: é Sábado, não te é lícito “levar a cama.”
Observações:
• No Sábado é lícito fazer o bem (Mat. 12:11, 12; Mar. 3:4, etc). Portanto não é nenhum pecado curar um paralítico, cego ou ressicado, neste dia.
• Os judeus – fariseus e doutores da lei – tinham tanto ódio ao Senhor que não poupavam esforços para condená-Lo vendo-O realizar alguma cura. Mais rancor demonstravam quando Jesus perdoava pecados (Mar. 2:7; Luc. 5:21).
• Novamente afirmo na força deste relato bíblico – “e tomou a sua cama” – que esta cama era de fato uma surrada manta, que, após enrolá-la, sobraçou-a e saiu satisfeito. Isso não é, também, nenhuma obra nem trabalho.
• Egoisticamente os judeus – fariseus e doutores da lei – repreendiam os beneficiados por Jesus, ao invés de se alegrarem com seus irmãos que se curavam milagrosamente da cegueira e deficiência física (Mar.3:1-5). Só fariseu mesmo pode achar que é trabalho carregar trapos rotos de panos velhos e surrados, enrolados debaixo do braço. Não é a toa que Jesus os classifica de “raça de víboras”. Mat. 23:33; 12:34.
• Quando os judeus disseram ao paralítico que não era lícito carregar a cama, não é porque ele estivesse transgredindo o mandamento do Sábado, – não. Mil vezes, não! Os judeus O estavam recriminando por quebrar a “parafernália” criada pelos doutores da lei (Luc. 11:46; Mat. 23:14). Eram 39 tradições inconsequentes, vazias, escandalosas e indigestas (leia-as na pág. 171, parág. 2º), e... não se escandalize.
• O Sábado do qual Jesus é Senhor (Mat. 12:8) – repito, é um dia feliz, deleitoso, aprazível, sem jugos ou fardos. É um dia alegre que dá prazer e não enfado (Isaías 58:13-14). O Sábado dos fariseus e doutores da lei, inimigos de Deus e da Verdade, é que era frio e escudado na letra que mata.
Conclusão – Entenda, meu irmão, carregar uma manta enrolada, ainda que sem necessidade, no Sábado, não é nenhuma obra ou trabalho. Os fariseus recriminavam o paralítico porque foram ensinados que carregar um lenço ou um pente no bolso, no Sábado, era transgressão do mandamento. Só isso. Nada mais que isso!
INCOERÊNCIA?!
Veja a que ponto de falta total de entendimento chegaram os judeus, fariseus e doutores da lei: disseram que Jesus não era de Deus (João 9:16) só porque no Sábado, fez lodo e colocou sobre os olhos de um cego para curá-lo. João 9:11.
A acusação dos fariseus contra Cristo foi que transgrediu o Sábado curando, fazendo lodo e mandando o cego lavar o rosto.
Incrível! Que trabalho! Que obra! Só fariseu mesmo para chegar a esta conclusão tão triste. Imagine, tomar alguns grãozinhos de terra, umedecê-los com a ponta dos dedos, é trabalho? Lavar o rosto sujo é obra? Fazer o bem no Sábado é pecado? Não esqueça: Foram os fariseus que disseram que Jesus transgrediu o Sábado. João 5:16,18.
Meu querido irmão, os fariseus estavam errados, cegos de inveja, ódio e ciúmes, que foram os sentimentos que levaram Lúcifer à transgressão. O Sábado nunca foi questionado nem transgredido pelo Senhor Jesus.
Se Jesus desejasse, apenas daria uma ordem e o cego ficaria curado. Ao passar lodo nos olhos do cego e mandá-lo lavar o rosto, Jesus estava provando a fé do pobre cego físico, e esperava fossem abertos os olhos dos cegos espirituais.