sábado, 8 de setembro de 2007

Ser Professor: Vantagens, Desvantagens e Requisitos Necessários

Muitas vezes, comento com meus colegas de profissão que pretendo ser professor. Alguns deles ficam admirados e me indagam o porquê desta escolha. Será que este rapaz está ficando louco, uma vez que as alternativas, na área contábil, principalmente em empresas privadas, são muito mais atraentes em termos financeiros que o magistério? Por que não optar, na hipótese de não se desejar ser contador, pelo exercício de consultoria, auditoria, análise financeira, pesquisa contábil, custos, contabilidade gerencial, perícia contábil, cargos públicos e mesmo administrativos, etc?
Irei no presente artigo expôr as razões por que pretendi ser professor e realizei um curso de formação pedagógica. Abordarei algumas vantagens e desvantagens do magistério, os requisitos e as competências necessárias ao exercício da profissão docente na era atual.

1. ALGUMAS VANTAGENS DO PROFESSOR

1.1 Férias e feriados

A maioria das escolas e universidades, em termos letivos, trabalham oito ou nove meses no ano. Mesmo algumas que não concedam os três meses de férias e exijam a presença do professor (embora não desenvolvam atividades docentes), permitem que desenvolva trabalho numa linha de seu interesse: pesquisas, artigos, atividades administrativas, etc. Nenhuma outra profissão proporciona férias tão prolongadas ou, na pior das hipóteses, um relaxamento das atividades normais para desempenho de atividades de seus próprio interesse.
Os feriados prolongados, Semana Santa, Semana da Pátria, pontos facultativos, jogos de futebol importantes, como os da Seleção, reuniões especiais, etc., permitem ao professor maior liberdade que a outras profissões. Embora isto seja depreciativo para o ensino, o que repudiamos, não há dúvida de que se institucionalizou em nosso país.

1.2 Rotinas

Ao contrário do que muita gente pensa, o professor não está preso ao escritório, telefone, problemas de ausência de funcionários e outros de seus departamentos, como um empresário.
Um executivo trabalha de 8 a 10 horas diárias, atendendo a telefonemas o dia todo, atendendo a clientes, com todos os tipos de problemas, avaliando relatórios, contas bancárias, etc.
Já um professor não fica preso às rotinas mensais, repetitivas, como as de um contador, administrador, chefe de departamento pessoal, etc. Embora o professor possa repetir anualmente uma mesma aula, dificilmente o fará usando a mesma tônica ou os mesmo exemplos.

1.3 Estabilidade no Emprego

A educação sempre necessitará de professores e as escolas sempre terão que contratar professores, de uma forma ou de outra.
Muitos profissionais perdem os seus empregos nos períodos de crise, mas, felizmente, alguns conseguem se superar, porque além de serem profissionais executivos, ainda são professores, e, na falta de sua atividade principal terão ainda a atividade docente para honrar os seus compromissos e garantir até a sua sobrevivência. É a única profissão que não há preconceito de idade. Quem tem título, até com 60 anos é contratado. É comum o professor trabalhar para duas ou mais instituições, sendo que, dificilmente, ficará desempregado, como um executivo de uma empresa.

1.4 Finalidade nobre da profissão

Há muitos profissionais que percebem elevado salário, mas vivem em função do dinheiro, já que seu trabalho é rotineiro e cansativo. Usam muito pouco sua criatividade e nem sempre trabalham em função de um resultado digno. Com o tempo, seu espírito fica entorpecido (perdem a criatividade).
Já o professor, todavia, ajuda a formar mentes, caracteres, proporcionando sabedoria e conhecimento a seus discípulos. Basta pensarmos nos professores que passaram por nossa vida para verificar quantas belas recordações temos deles. “O professor torna um espírito vivo e o modela”

1.7 Outros pontos positivos

Na atividade de contador, administrador ou executivo, volta-se para casa sobrecarregado de problemas. As dificuldades socioeconômico-financeiras diárias das empresas são estendidas à nossa família, ao nosso travesseiro e aos nossos finais de semana. Não conseguimos nos separar destes tipos de problemas.
Raramente, os professores levam problemas da sala de aula para casa, com exceção, das provas e dos trabalhos a serem corrigidos.
Com exceção das aulas, o professor desfruta de liberdade de horário. E tal fato possibilita-lhe fazer atividades particulares fora do horário do rush, trafegar no melhor horário de trânsito, tudo porque pode administrar o seu próprio tempo. Evidentemente, isto é muito difícil quando se está vinculado a uma empresa.
O prof. Artur Arpad Szbo, relaciona alguns pontos positivos ao exercitar o magistério:
· expor idéias e discuti-las, chegando, até mesmo, a vê-la aceitas por diversos participantes;
· em vários anos de magistério torna-se conhecido por muitas pessoas;
· assimilar a psicologia e dinâmica de grupos;
· aprender a liderar reuniões e apresentações;
· vencer a timidez e a insegurança de falar em público;
· debater temas polêmicos;
· gerenciar conflitos;
· exercitar a criatividade;
· aplicar toda a bagagem técnica, prática e vivencial;
· ter contato com novas idéias;
· não há tédio ou bitolamento.

2. ALGUMAS DESVANTAGENS DO PROFESSOR

2.1 Atividades extra-sala de aula.

Quando muitos profissionais voltam tranqüilos para suas casas, o professor pode estar preso à correção de provas e à preparação de uma aula.
Para minimizar esta desvantagem é importante que o professor saiba administrar seu tempo livre, porquanto boa parte do seu tempo é ele mesmo que controla ( e isto poderia ser tratado como vantagem).
O que também muito contribui como lenitivo desta desvantagem, como já vimos, é o fato de o professor não levar problemas da escola para sua casa, como faz o profissional da empresa, que deixa seu ambiente de trabalho apenas fisicamente, uma vez que mentalmente não se desliga dos problemas rotineiros.
Por outro lado, a experiência do professor, com o passar do tempo, permite-lhe preparar aulas com menor dispêndio de tempo e possibilita-lhe criar instrumentos de correção de provas, minimizando esta desvantagem. A utilização da informática, juntamente com as novas tecnologias na educação, sem dúvida, muito contribuem e aliviam muito esta desvantagem.

2.2 Voto de Pobreza

Em quase todo o mundo é uma das profissões mais mal pagas. Embora o professor tenha de se vestir bem, cultivar boa aparência, deslocar-se mais vezes de uma escola para outra, investir em livros, etc., sua remuneração não é condizente com todo este esforço.
O prestígio e o respeito que o professor gozava no passado poderia, em parte, aliviar sua falta de recursos.
Todavia, há determinadas áreas em que o professor atua (como Administração, Processamento de Dados, Medicina, Direito, Contabilidade, Engenharia, etc) que possibilitam a prática esporádica de trabalhos de consultoria ou cursos em empresas cujos honorários são atraentes e cuja remuneração é compensadora.
Nos grandes centros, as faculdades noturnas propiciam alguns esquemas vantajosos para o professor, por exemplo, aulas nos períodos vespertino e noturno; numa mesma noite podem-se ministrar sete aulas consecutivas. Ressalta-se que na área contábil e em matemática, por exemplo, não é desgastante ministrar este número de aulas numa só noite, já que é fundamental distribuir as aulas em 50% de teoria e 50% de prática. Na parte prática, evidentemente, o aluno é quem trabalha com a supervisão do professor.

2.3 Outros pontos negativos

Muitas vezes o professor enfrenta problemas peculiares ao setor, como: poucos recursos para pesquisas (falta de verbas), inadequação dos currículos (temos pouca força para mudança), despreparo dos alunos (o nível tem caído muito) a mentalidade comercial e não ideológica, principalmente das instituições de ensino particulares.

3 REQUISITOS DE UM BOM PROFESSOR

Conforme Gilbert C. A Highet, citado por Marion (2001), alguns aspectos são fundamentais para que o professor seja bem sucedido e desempenhe com eficiência e eficácia a sua atividade docente.

3.1 Dominar a(s) disciplina(s) que leciona

O professor deve conhecer o todo que se leciona e não apenas parte do todo.
Muitos professores conhecem parte do todo e tentam vender a importância daquilo em que ele é especialista para seus alunos.
O processo de ensinar é inseparável do processo de aprender.
Além de conhecer a disciplina de forma global e não apenas parte dela, é importante que a atualização seja constante, principalmente no magistério de disciplinas como a Contabilidade, que recebe muita influência das constantes mudanças fiscais e tributárias impostas pelo governo.

3.2 Gostar da(s) disciplina (s) que leciona

Se demonstrarmos prazer ao abordarmos uma disciplina, dificilmente os alunos não serão motivados.
Imaginemos um pastor evangélico ensinando, numa escola dominical, sem expressar seu amor e admiração por Jesus Cristo. O ensino bíblico torna-se envolvente quando o preletor ama seu conteúdo, seu autor e sua mensagem.
Se demonstrarmos desinteresse por aquilo que estamos abordando, poderemos “moldar espíritos”, mas nunca levá-los a interessarem por aquele assunto. É uma grande responsabilidade ser professor.

3.3 Gostar dos alunos

Se não gostarmos dos nossos jovens, repudiarmos os seus costumes, sua maneira de vestir, dificilmente faremos um bom trabalho.
A convivência do professor, extra-sala de aula, com alguns alunos, desfrutando da companhia deles, é o melhor indicador de que você gosta deles.
Devemos nos interessar pelos nossos alunos, acreditar neles, ouvir os seus problemas, gravar os seus nomes e tratá-los como pessoas e não como números.
Não temos condições de conhecer a todos, principalmente seus problemas, mas aqueles que nos procuram esperam alguma receptividade de nossa parte.




3.4 Ter senso de humor

“É uma forma que manter o aluno vivo e atento, porque nunca estarão inteiramente certos do que o professor irá dizer no instante seguinte”
O humor nunca deve ser ofensivo ao aluno, com palavras torpes e maliciosas.
O objetivo do humor é ligar o aluno ao mestre, bem como os alunos entre si, através de momento de prazer

3.5 Memória

A hesitação ou esquecimento do professor diante de nomenclaturas, conceitos, etc. é altamente prejudicial, provocando certo descrédito por parte dos alunos.
Existem professores que só dão aulas com fichas na mão. Se por acaso, esquecerem as fichas, provavelmente não conseguirão dar a sua aula, porque não memorizaram o conteúdo ou não prepararam a sua aula. Isto transmitirá insegurança para os alunos.

3.6 Força de Vontade

O professor precisa ter e demonstrar força de vontade, para motivar os jovens. Há jovens que não gostam de trabalhar, de autoridade, de refletir e são rebeldes. Cabe ao professor quebrar estas resistências através da sua força de vontade, para levar em frente a sua missão.

3. 7 Bondade

O aluno não pode temer o professor. Precisa confiar nele para não se sentir ridicularizado ao fazer uma pergunta.
Para isso, o professor deve demonstrar bondade natural e espontânea. O uso da autoridade de forma indiscriminada, bem como de seus poderes sem amor, revela a falta de bondade.
3.8 Humildade

O professor não é o dono da verdade. Nem sempre saberá toda a matéria e em alguma ocasião poderá se esquecer de algum conceito ou fórmula e deverá ter a humildade de dizer que não sabe e que na próxima aula irá esclarecer sobre aquele assunto.

3.9 Marca

Cada professor precisa ter uma característica própria, precisa gozar de um bom conceito diante de seus alunos.
Cada um de nós dever ser conhecido pelo que somos e não necessariamente pelo que temos. O professor deve ser conhecido por algum diferencial, e isso lhe dará credibilidade diante de seus alunos.

2.10 Outros atributos

Alguns pontos fundamentais para que o professor seja bem-sucedido são:
· perder a inibição para falar;
· falar de improviso;
· ampliar o vocabulário;
· melhorar a voz e a dicção;
· disciplinar a exposição;
· melhorar a gesticulação;
· corrigir a postura;
· aprimorar a apresentação geral





Para finalizarmos, gostaríamos de destacar o exemplo do Mestre dos mestres, Jesus Cristo, pois, iniciou o seu trabalho com apenas doze alunos, durante três anos, transmitiu a sua doutrina de maneira que, mesmo aqueles que não são seus admiradores, conhecem, ainda, que parcialmente, seus ensinamentos. O efeito multiplicador dos ensinamentos de Jesus é algo notável. Ele teve uma diversidade de alunos, porém, soube trabalhar com cada um deles, ensinando-os através de parábolas (narração alegórica que encerra uma doutrina).
Jesus não era apenas excelente mestre; sua conduta inspirava confiança em seus ouvintes. Ele vivia aquilo que falava. Este atributo é primordial e indispensável para cada de um nós professores.
Uma grande quantidade de exemplos deixados por Jesus em termos de processo de ensino e aprendizagem é encontrada nos quatro evangelhos. Cremos que a leitura dos evangelhos propicia técnicas surpreendentes e eficazes de como ser bem-sucedidos no magistério, na difícil tarefa de moldar mentes; além disso, faz muito bem para o nosso espírito.
Enfim, pudemos com o presente artigo abordar as vantagens, desvantagens e os requisitos necessários à profissão docente, sem, contudo, esgotarmos o tema, por se tratar de um assunto muito vasto e instigante dentro da educação. Pretendíamos apenas destacarmos sucintamente tais atributos e características e falarmos sobre os motivos da escolha que fizemos em realizar este curso, que pensamos se tratar de suma importância para o exercício do magistério, para desempenhar uma profissão com eficiência e eficácia na sociedade atual, que requer do professor as competências básicas necessárias para o exercício pleno da cidadania.

O Jovem Cristão Adventista e o Mercado de Trabalho

Severino Brêda da Silva

RESUMO: No presente artigo iremos abordar o tema, “O Jovem Cristão Adventista e o Mercado de Trabalho”, em face de que muitos jovens cristãos adventistas vêm enfrentando discriminação e dificuldades para se inserirem no Mercado de Trabalho, devido a vários fatores e dentre eles, o que destacamos é a guarda de princípios religiosos, principalmente a guarda do Sábado Bíblico, conforme determina as Sagradas Escrituras.

Introdução

Estamos vivendo atualmente numa era de incertezas, principalmente no mercado de trabalho. A cada dia que se passa, o mercado encontra-se cada vez mais saturado e concorrido e quem não se preparar e qualificar-se ficará para trás.
No presente artigo iremos abordar o tema, “O Jovem Cristão Adventista e o Mercado de Trabalho”, em face de que muitos jovens cristãos adventistas vêm enfrentando discriminação e dificuldades para se inserirem no Mercado de Trabalho, devido a vários fatores e dentre eles, o que destacamos é a guarda de princípios religiosos, principalmente a guarda do Sábado Bíblico, conforme determina as Sagradas Escrituras.
Como o jovem cristão adventista pode se manter fiel aos princípios bíblicos e ainda assim conquistar uma vaga no mercado de trabalho? Quais as atitudes necessárias que ele deve tomar mediante as barreiras encontradas na sua inserção no mercado de trabalho? Existe discriminação no mercado de trabalho atualmente em nosso país? Quais as armadilhas do sucesso profissional para o jovem cristão adventista? Quais as alternativas que o mesmo deve tomar diante do desemprego? Essas e outras questões iremos abordar no presente artigo, no intuito de orientar e auxiliar os nossos jovens para que obtenham sucesso em sua carreira profissional e continuem firmes na fé, guardando os preceitos e os princípios bíblicos de sua fé.

1. Princípio Bíblico acerca da guarda do Sábado

Os Adventistas em geral (Do Sétimo Dia, Da Promessa e da Reforma) têm como princípio e preceito de fé a guarda do sétimo dia, o Sábado. Tal dia, de acordo com as Sagradas Escrituras foi instituído por Deus na criação, sendo que Ele mesmo o separou, o abençoou e o santificou. “O Sábado foi feito por causa do Homem e não o Homem por causa do Sábado”. “Até do Sábado, Jesus é o Senhor”.
Portanto, Deus descansou naquele dia, não porque estava cansado, mas para deixar como exemplo, pois no final dos tempos o homem estaria tão envolvido com o trabalho, com o seu ganha-pão, com as coisas materiais que iria até se esquecer de seu Criador. Deus nos traz esta advertência em seus mandamentos e inicia o versículo com a frase “Lembra-te”, sabendo desde o princípio que as suas criaturas iriam se esquecer de tal dia. Assim, Deus conclama a todos nós para que voltemos nossos pensamentos ao Criador dos céus e da Terra, como advertência escatológica no livro de Apocalipse, exortando a todos que “adorem aquele que fez os céus, a terra, o mar e tudo o que neles há”.
Portanto, de acordo com os preceitos bíblicos, o Sábado envolve também princípios de adoração à Deus, Nosso Criador e Redentor. Quando suas criaturas adoram o Seu Santo Dia, estão também adorando O Criador.

2. Origem da palavra Trabalho

A palavra trabalho origina-se da língua latina, onde “tripallium” significava um instrumento de tortura.
Nas Sagradas Escrituras, o homem foi condenado ao trabalho após a queda pelo pecado da desobediência às ordens de Deus. A partir disso, o homem deveria obter o seu próprio sustendo pelo “suor do teu rosto comerás o teu pão”, ou seja, antes da queda, o homem tinha o trabalho como meio de satisfação, mas após tal acontecimento, o trabalho passaria a ser um fardo para a sua vida.

3. Discriminação no Mercado de Trabalho

Atualmente, podemos constatar vários tipos de discriminação no Mercado de Trabalho, tais como de gênero, de cor e de religião. As mulheres são discriminadas no mercado de trabalho, pois ganham menos do que os homens, exercendo os mesmos tipos de trabalho. Muitas delas não chegam a postos de liderança, por serem mulheres, mesmo tendo competência para assumirem tais funções.
Podemos constatar também a discriminação religiosa no Mercado de Trabalho, principalmente com relação a jovens que têm por preceito a guarda de um dia de descanso, o Sábado Bíblico (Adventistas e outras religiões).
Há uma certa intolerância impregnada em nossa sociedade quando uma pessoa afirma ser Adventista e guardador do Sábado, sendo, inclusive taxado de “preguiçoso”, “vagabundo”, que não gosta de trabalhar e, com isso, muitas oportunidades de trabalho são perdidas devido à este tipo de intransigência e intolerância religiosa. As pessoas que guardam tais princípios devem ser respeitadas, pois, estão exercendo o seu “livre arbítrio” e o seu direito constitucional de religião, ou seja, estão exercendo sua liberdade de crença, de consciência e de expressão religiosa e jamais devem ser discriminadas ou excluídas por tal opção. Tais pessoas não trabalham no sábado, mas estão dispostas a trabalharem em outros dias da semana tais como domingos, feriados, à noite e outros dias de guarda de outras religiões, como alternativa e compensação de suas faltas no seu dia de guarda. Além disso, nossa legislação trabalhista, a CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas traz amparo legal ao descanso semanal remunerado, onde afirma que o mesmo será “preferencialmente” aos domingos, deixando a cargo do empregador estipular qual dia será aquele, ficando a critério do mesmo, em concordância com o empregado a escolha de tal dia, a não ser é claro, que naquele dia a presença do funcionário seja imprescindível em seu trabalho, ficando desde já impossibilitada a sua contratação. Neste caso, não haverá alternativa para a guarda de um princípio religioso.







4. Atitudes Necessárias para inserção no Mercado de Trabalho

Diante das dificuldades e da discriminação que os jovens adventistas guardadores do Sábado encontram relacionaremos algumas recomendações e atitudes que consideramos oportuna e úteis que todo jovem cristão adventista deve ter em mente.

- Fidelidade a Deus: Acima de tudo, o jovem cristão adventista deve ser fiel à Deus, dando bom exemplo e testemunho de sua fé, tendo um bom procedimento perante a sociedade, ou seja, seus vizinhos, amigos, trabalho, parentes, etc. Jamais devem envergonhar a causa de Cristo, pois, assim fazendo estarão trazendo opróbrio à mesma e servirão de “pedra de tropeço” para outros irmãos, dando um péssimo testemunho de sua fé;

- Dedicação nos estudos: Todo jovem cristão adventista deve ser dedicado e responsável em seus estudos, jamais deve ser desleixado em seus compromissos estudantis, deve cumprir sempre com todas suas obrigações, ter um bom relacionamento com seus colegas de sala de aula e seus professores, ser humilde e evitar discussões que não levam a lugar algum;

- A busca pelo emprego: Na busca pelo emprego é necessário utilizar-se de boas técnicas e ferramentas tais como, “networking”, um currículo bem elaborado, boa aparência pessoal: vestimenta adequada, sapatos engraxados, unhas sempre limpas, cabelos penteados, barba sempre feita. As mulheres trajadas com roupas decentes, sem decotes ou curtas, maquiagem sóbria e sem exageros. O que vale mais em nossa vida cristã é o nosso interior, mas seremos analisados pelos recrutadores pela nossa aparência exterior e pelo nosso comportamento perante a sociedade

- Escolha da Profissão: A escolha da profissão é de suma importância e dela dependerá o nosso sucesso ou fracasso como profissionais e cristãos. Escolha sempre a profissão que será do seu agrado e não do agrado de seus pais. Deve ser pensada desde a sua infância. Pense nos seus hobbies e tente escolher uma profissão que lhe dê prazer. O importante é você ser feliz fazendo aquilo que gosta, do que ganhar muito dinheiro e ser infeliz em sua profissão e ser um péssimo profissional. O ganho poderá ser pouco, mas que seja um trabalho digno e honesto;

- Qualificação Profissional: No Mercado de Trabalho atual não há lugar para “desqualificados”, pois, sempre estarão à margem da sociedade. O seu sucesso dependerá muito de 99% de transpiração e 1% de inspiração. Vá à luta, qualifique-se, estude, prepare-se, corra atrás de seus sonhos, pois só será vencedor aquele que se dedicar um pouco mais do que os outros, seja persistente e com certeza o sucesso virá;

- Ética Profissional e Relações Humanas: Como já afirmamos, todo jovem cristão deve primar por uma boa escolha profissional e de preferência que seja sua vocação. Em sua profissão deve sempre agir com ética e responsabilidade perante a sociedade. Todo cristão e jovem adventista deve saber se relacionar bem com pessoas de sua esfera pessoal, profissional e familiar, sem jamais infringir as normas éticas de sua profissão, devendo renunciar a trabalhos que venham prejudicar a sua reputação profissional e pessoal.

5. Alternativas para o Desemprego

Apesar de seguirem as recomendações acima, muitos jovem poderão ficar desempregados, devido às incertezas na economia brasileira e à grande concorrência existente no mercado de trabalho atual. A seguir relacionaremos algumas estratégias e alternativas a estes jovens para conseguirem se inserir no mercado de trabalho.

- Ofereça-se para trabalhar de graça: Muitas vezes, o ganho financeiro não deve ser o nosso objetivo, apesar de que sem dinheiro não somos nada! Isto é verdade. Mas sempre que surgir um trabalho que você gostaria de desempenhar, mas o seu pretenso patrão não lhe dá a oportunidade, às vezes, é necessário que você se ofereça para trabalhar de graça por um certo período. Não poderá ser por um longo período, pois isso poderá trazer complicação para si e para o empregador diante da legislação trabalhista. Com esta atitude, ele poderá avaliar o seu desempenho e lhe dará o emprego;

- Estágio Remunerado: Há várias oportunidades de estágio remunerado através do CIEE, Centro Integrado de Estágio Escola, onde o mesmo oferece bolsas de estudo para estudantes de nível médio e universitários para custearem seus estudos, trabalhando em torno de 30 horas semanais, na esfera pública ou particular e, após o término do estágio, com a chance de serem efetivados.

- Concursos Públicos: Para aqueles que querem estabilidade e uma boa aposentadoria, a melhor alternativa será investir em concursos públicos, onde os salários são bem mais atraentes. O Governo, tanto na esfera pública municipal, quanto estadual e federal abre milhares de vagas todo ano. As exigências são várias: escolaridade nível médio ou superior, formação específica, ser maior de 18 anos, possuir todos os documentos pessoais e nenhuma restrição na justiça. E para os Adventistas, com a vantagem de não se trabalhar aos Sábados, Domingos e Feriados. Mas não se enganem! Trabalhar na área pública também exige dedicação e responsabilidade;

- Trabalho Autônomo (Empresário, Micro Empresário ou Profissional LIberal): Passar num concurso público pode ser difícil, mas não impossível. Mas se isso não acontecer, existe a alternativa de iniciar o seu próprio negócio. Existem vários órgãos que fomentam os empreendedores. Basta abrir uma empresa, participar de um curso de capacitação e elaborar um Plano de Negócios com assessoria do SEBRAE por exemplo, para iniciar suas atividades como empresário, micro empresário ou profissional liberal, caso você já seja formado. O Banco do Brasil possui várias linhas de crédito para esta finalidade, para empresários ou profissionais liberais recém formados. Mas vá com calma! Analise a viabilidade do negócio com cautela para não se endividar logo no início de sua carreira profissional;

- Vendas: O ramo de vendas é uma das áreas que nunca falta trabalho. Freqüentemente estamos diante de vendedores de todos os tipos. Se tiver vocação para esta área, com certeza não lhe faltará trabalho ou emprego e com a facilidade de poder conciliar suas atividades profissionais com a guarda do Sábado, pois, tal ramo é flexível, não exigindo cumprimento de horários, mas de metas;

- Colportagem: A colportagem é um ramo dentro da obra adventista, ligada à área de vendas. Mas com a diferença de ser uma área que concilia trabalho evangelístico com vendas. O Colportor é um ministro evangélico de tempo integral ou parcial de sustendo próprio, ou seja, enquanto evangeliza, vende literatura evangélica para o seu próprio sustento. Se você sente o chamado de Deus para este campo, não evite em ter Deus como seu próprio patrão!

- Magistério: Além da Colportagem e do Ministério Pastoral, também consideramos o Magistério uma sagrada obra. Todas estas áreas estão inter-relacionadas, pois, tanto o Colportor, quanto o Pastor e o Professor são educadores. Mas se você sente o desejo e a vocação de ser Professor de tempo integral, existe a opção pelo Magistério, que consideramos como uma das mais nobres profissões. O professor é um educador e formador de caráter, tanto para esta era, quanto para a era vindoura. Sempre precisaremos de Professores e é uma área em que raramente faltará trabalho ou emprego.

6. Conclusão: Sucesso Profissional e Pessoal

O nosso sucesso profissional e pessoal dependerá muito de nossas atitudes, honestidade, caráter e responsabilidade perante o meio em que vivemos.
Procuramos trazer para os nossos jovens cristãos no presente artigo um panorama do mercado de trabalho atual, as dificuldades existentes, os requisitos, as competências, as atitudes necessárias para se inserirem no mercado de trabalho e as alternativas, sempre seguindo os princípios bíblicos e religiosos da guarda do Sábado, sendo cidadãos dignos, éticos e responsáveis em suas profissões, sem transgredirem suas consciências, sendo fiéis aos seus preceitos, alcançando, desta forma sucesso em suas atividades profissionais, obtendo a sabedoria de Deus em conciliar religião e trabalho.
Apresentamos as recomendações acima que se forem seguidas pelos nossos jovens, com certeza alcançarão seus objetivos e sonhos, realizando-se profissionalmente como cidadãos dignos e honestos perante a sociedade em que atuam, dando um bom testemunho de sua fé.
Que o nosso bom Deus nos dê forças e inspiração para continuarmos fiéis à Sua Palavra! Amém!