sábado, 6 de setembro de 2008

A filosofia Adventista da Educação


A FILOSOFIA ADVENTISTA DA EDUCAÇÃO

A Educação Adventista considera a Bíblia como a fonte ao auto revelação de Deus e aceita como fundamentos básicos da visão bíblica cristã os seguintes aspectos:• a existência de um Deus Criador; a criação do Universo perfeito e do ser humano à imagem de Deus com livre-arbítrio;• o surgimento do pecado a partir da rebelião de Lúcifer; a queda do ser humano em pecado e a perda parcial da imagem de Deus;• a inabilidade do ser humano de restaurar a própria natureza sem o auxilio divino;• a iniciativa de Deus para a restauração do ser humano através do nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo; • a ação do Espírito Santo no plano da restauração da imagem de Deus na humanidade; • o retorno de Cristo para pôr fim à história terrestre em sua fase de pecado; a restauração do mundo e dos seres humanos à sua condição original.Mediante tal fundamento bíblico-cristão, a Educação Adventista também se coloca diante das grandes questões filosóficas no tocante aos aspectos antropológicos, epistemológicos e, conseqüentemente, educacionais da existência humana.

NATUREZA HUMANA


Na Educação Adventista, o ser humano não deve ser visto a partir de uma perspectiva evolucionista, mas sim pela ótica criacionista.
OrigemO essencial a respeito da natureza humana numa perspectiva bíblica, é que “Deus criou o homem à Sua imagem”, com o direito de fazer escolhas (Gên. 1 :27). Assim o ser humano não é um animal altamente desenvolvido, mas um indivíduo que compartilha da natureza e caráter divinos; um ser que deve ser entendido sob o ponto de vista de Deus, e não apenas pelas suas faculdades físicas e racionais.
“Quando Adão saiu das mãos do Criador, trazia ele em sua natureza física, intelectual e espiritual, a semelhança de seu Criador. (...) Todas as suas faculdades eram passíveis de desenvolvimento; sua capacidade e vigor deveriam aumentar continuamente” (White, 1996ª:15).
QuedaCom a entrada do pecado a natureza humana foi modificada. A humanidade rejeitou a Deus escolhendo seu próprio cami;nho. Assim, a imagem divina, atribuída aos seres humanos na criação, foi corrompida em todos os seus aspectos, e sua nature;za se tornou pecaminosa. Desde então as pessoas começaram a enfrentar um grande conflito interno e externo, entre as forças do bem e do mal, entre o desejo de fazer o bem (bondade) e a inclinação para o mal (maldade).
Com o pecado a semelhança divina se deslustrou, obliterando-se quase. Enfraqueceu a capacidade física de homem e sua capacidade mental diminuiu; ofuscou-se-lhe a visão espiritual. (...)Pela transgressão, o homem ficou privado de aprender de Deus, mediante a comunhão direta, e, em grande parte, mediante as Suas obras. Com faculdades enfraquecidas e a visão restrita, tornou-se incapaz de interpretar corretamente. Por misturar o mal com o bem, sua mente se tornou confusa e entorpecidas suas faculdades mentais e espirituais (White, 1996ª:15,17).
DestinoA humanidade, entretanto, não foi deixada sem esperança. Deus em Seu infinito amor e misericórdia, tomou a iniciativa para renovar e restaurar Sua imagem nos seres humanos. Foi concebido o plano da salvação, através do sacrifício de Jesus Cristo.
Restaurar no homem a imagem de seu Autor, levá-lo de novo à perfeição em que fora criado, promover o desenvolvimento do corpo, espírito e alma para que se pudesse realizar o propósito divino da sua criação – tal deveria ser a obra da redenção. Este é o objetivo da educação, o grande objetivo da vida (White, 1996ª:15-16).


EPISTEMOLOGIA CRISTÃ


A epistemologia se refere ao modo como uma pessoa adquire conhecimento. Esta é uma das questões fundamentais da existência humana. Para a Educação Adventista, o conhecimento verdadeiro tem sua origem na fonte de toda sabedoria — Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo - e na revelação feita através de Jesus Cristo, das Sagradas Escrituras, da natureza e da iniciativa divina de colocar no ser humano uma abertura para o transcendente que lhe permite ouvir o chamado de Deus. Para conhecer a Deus é necessário ter comunhão com Deus. Nessa comunhão, o agente que opera na mente humana é o Espírito Santo, pois exerce impressões que contribuem no processo de aquisição do conhecimento e de transformação do caráter.A Bíblia é a maior fonte de conhecimento e, portanto, a base de autoridade epistemológica. Todas as outras fontes de saber de;vem estar relacionadas às Escrituras Sagradas, que provêem à inte;gração necessária do currículo numa perspectiva cristã.A Bíblia deve ser o grande educador em cada sala de aula, pois é impossível estudar suas páginas sem ter o intelecto disciplinado, enobrecido, purificado e refinado. A Palavra de Deus deve ocupar o lugar do mais alto livro educativo e deve ser tratada com reverência.Outra fonte de conhecimento de muita importância para a Educa;ção Adventista é a natureza, com a qual o ser humano entra em conta;to através da vida cotidiana e do estudo científico. Foi em relação dire;ta com a natureza e todas as obras criadas que Jesus se desenvolveu.
Aquele que fizera todas as coisas estudou as lições que Sua pró;pria mão escrevera na terra, no mar e no céu. [...] Adquiriu da natureza acumulados conhecimentos científicos. Estudava a vida das plantas e dos animais bem como a dos homens. [...] Encontrava recursos na natureza; novas idéias de meios e modos brotavam-lhe da mente, ao estudar a vida das plantas e animas. (...) Assim se revelava a Jesus o significado da Palavra e das obras de Deus, ao buscar compreender a razão das coisas (Whi;te, 2000b: 50, 51)
Segundo Knight (2001: 18]), “o estudo da natureza certamen;te enriquece o entendimento humano de seu ambiente. Também for;nece respostas para algumas das muitas questões que não são tra;tadas na Bíblia”. Entretanto, é preciso lembrar que existem proble;mas na interpretação do mundo natural, porque toda a criação foi afetada pela queda e entrou em degeneração. Por isso, as desco;bertas científicas advindas ao Livro da natureza devem ser interpretadas à luz da revelação bíblica.A racionalidade humana também constitui uma fonte epistemológica. A humanidade, que foi criada à imagem de Deus, é racional em sua essência. Os seres humanos foram feitos para pensar de forma abstrata e reflexiva, raciocinando da causa para o efeito. Assim, a razão humana é um aspecto essencial no tocante ao ato de conhecer. Ajuda a compreender a verdade e a expandir o conhecimento. Entretanto, não é o elemento epistemológico básico. As descobertas da razão também devem ser verificadas e aplicadas conforme as escrituras.
Na epistemologia cristã, é preciso ter clareza de que a Bíblia é a base do entendimento nos diversos campos de estudo e que estes em contrapartida, iluminam o sentido das Escrituras. Deus Se apresentou através da Bíblia e da natureza, e podemos conhecer os diferentes aspectos da vida através da razão, que Ele concedeu aos seres humanos. Nesse sentido, o conhecimento se dá através das relações interacionais, ou seja, pela relação da pessoa com o seu semelhante, com a natureza, com a sua maneira de pensar e, principalmente, com Deus.Por isso, a produção do conhecimento secular deve estar anco;rada no conhecimento verdadeiro. Todos os que exercem a função de mediadores entre o educando e o objeto do conhecimento pre;cisam valorizar as interações sociais, pois aguçam as capacidades mentais e oportunizam a reflexão pessoal.


A EDUCAÇÃO ADVENTISTA


A educação cristã, na concepção Adventista, é vista como uma atividade redentora. O educando é considerado num todo, pois a pessoa inteira é importante para Deus. Por isso, o objetivo da Edu;cação Adventista é a restauração no ser humano, à imagem de Deus, em seus aspectos físicos, intelectuais sociais e espirituais.
Alunos na perspectiva cristã devem ser vistos como crianças de Deus. Cada uma é um receptáculo da imagem de Deus e alguém por quem Cristo morreu. Cada um portanto tem possibilidades infinitas e eternas, o valor de cada aluno individualmente só pode ser compreendido nos termos do preço pago por sua restauração na cruz do calvário (Knight 2001: 209).
Nesse contexto, o educador cristão não deve ser apenas um expositor da verdade, mas uma pessoa especial que tem grande cuida;do pelos educandos sob sua responsabilidade. Alguém que reconhece, respeita a individualidade e valoriza o potencial de cada educando. Deve ser aquele que não só detém o conhecimento acumulado historicamente pela humanidade, mas que sabe estar por detrás deste agente mais que humano. Deve conhecer a Deus por experiên;cia própria e ter consciência de que o conhecimento humano não é algo acabado e que nossa mente é finita. Em seu fazer pedagógico cria condições para que o educando se aproprie do conhecimento que faz parte do patrimônio cultural da humanidade de forma socializada e contextualizada ao conhecimento verdadeiro.O currículo enfatiza uma integração equilibrada entre os aspec;tos espirituais, mentais, físicos e sociais a fim de contribuir para a restauração da imagem e semelhança de Deus no ser humano. Precisa desenvolver a pessoa por completo. Nesse currículo a Bíblia é o documento fundamental e contextual. Segundo Knight (2001: 239), “devemos reconhecer que não há nada neutro em nosso programa de atividades. Todas as nossas atividades são refreadoras e restauradoras ou diversivas e destrutivas. A Bíblia é um critério primário para nos ajudar a tomar decisões em todos os aspectos da educação cristã (...), é o foco de integração para todo o conhecimento, pois fornece uma perspectiva unificadora que vem de Deus, a origem de toda verdade”.A metodologia, por sua vez, prioriza a parceria do divino com o humano através de práticas que despertem o desejo de aprender, estimulando o espírito de investigação e relacionando a teoria com a prática na construção do conhecimento.A avaliação, na perspectiva cristã, é a intervenção positiva no processo pedagógico, sustentada pela reflexão sobre a prática. Tal reflexão ocorre quando educador e educando conhecem os acertos e erros, encontros e desencontros ocorridos na prática educativa, com o objetivo de retomar o rumo para alcançar os objetivos propostos. Ressaltam-se, portanto, as relações interacionais (homem - Deus - comunidade - natureza). Só assim o educando reco;nhecerá os elementos que o distinguem como ser humano, projetado por Deus para uma interação com seus semelhantes.Deus olha o interior da pequenina semente que Ele próprio criou, e nela vê encoberta a bela flor, o arbusto ou a grande e frondo;sa árvore. Assim vê Ele as possibilidades em toda a criatura hu;mana. Achamo-nos aqui para determinado fim. Deus nos deu o plano que tem para a nossa vida, e deseja que alcancemos a mais alta norma de desenvolvimento (White 1997a: 397).


FINS E PRINCÍPIOS NORTEADORES


MISSÃO


Promover, através da educação cristã, o desenvolvimento harmônico dos educandos, nos aspectos físicos, intelectuais, sociais e espirituais, formando cidadãos pensantes e úteis à comunidade, à pátria e a Deus.


VISÃO


Ser um sistema educacional reconhecido pela excelência, fundamentado em princípios ético-cristãos, com ampla participação no setor educacional.
OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO ADVENTISTAA Educação Adventista compreende o processo educativo para além de um certo curso de estudos. “Significa mais do que a prepa;ração para a vida presente. Visa o ser todo, e todo o período da exis;tência possível do homem. É o desenvolvimento harmônico das facul;dades físicas, mentais e espirituais. Prepara o estudante para o gozo ao serviço neste mundo e para aquela alegria mais elevada por um mais dilatado serviço no mundo vindouro” (White, 1996a:13).Partindo do pressuposto de que o ser humano necessita ser restaurado a seu estado original de perfeição, a Educação Adven;tista se propõe a alcançar os seguintes objetivos:
a) Promover o reconhecimento de Deus como fonte de toda sabedoria. “Todo saber o desenvolvimento real têm sua fonte no conhecimento de Deus” (White, 1996a: 14).b) Reconhecer e aplicar a Bíblia como referencial de conduta. “O ensino da Bíblia deve ter os nossos mais espontâneos pensamentos, nossos melhores métodos, e o nosso mais fervoroso esforço” (White, 1996a:186).c) Estimular o estudo, a proteção e a conservação da natureza criada por Deus. “ O livro da natureza é um grande compêndio que devemos usar em conexão com as Sagradas Escrituras para ensinar a outros sobre Seu caráter e reconduzir ovelhas ao redil de Deus. (...) Em si mesmo o encanto da natureza desvia a alma, do pecado e das atrações mundanas, para a pureza, para a paz e para Deus (White, 1997c: 24).d) Incentivar a utilização das faculdades mentais na aquisição e construção do conhecimento em favor do bem comum, tendo como ferramenta as diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos. “O intelecto humano precisa expandir-se, e adquirir vigor, agude;za e atividade. (...) A mente deve idear, trabalhar e esforçar-se a fim de dar solidez e vigor ao intelecto” (White, 1996b: 226). “A mente humana quer ter ação. Se não estiver ativa, na reta di;reção, será ativa no erro” (White, 1989:1:51).e) Promover a aquisição de hábitos saudáveis através do conheci;mento do corpo e das leis que o regem. “As leis que governam nosso organismo físico, Deus as escreveu so;bre cada nervo, músculo ou fibra do corpo. Cada violação des;cuidada ou negligente destas leis constitui um pecado contra o nosso Criador (...) Um conhecimento da fisiologia e higiene deve ser a base de todo esforço educativo (White, 1996a: 196, 197). Os que estão recebendo o preparo para o serviço, sofrem gran;de perda quando não adquirem conhecimento de como prepa;rar o alimento de maneira que seja ao mesmo tempo saudável e saboroso (White, 2000a. 312).f) Oportunizar o desenvolvimento do senso crítico, da criatividade da pesquisa e do pensamento reflexivo. “As verdades da divina Palavra podem ser melhor aprendidas pelo cristão intelectual. Cristo pode ser glorificado melhor por aqueles que O servem com inteligência” (White, 2000a: 361).g) Incentivar o desenvolvimento dos deveres práticos da vida diária, a sábia escolha profissional, a formação familiar, o serviço a Deus e à comunidade. “Os estudantes devem, enquanto na escola, ser despertados de suas sensibilidades morais no que respeita a ver e sentir os direitos que a sociedade tem sobre eles, e que devem viver em obediência às leis naturais, de modo a poderem, por sua vida e influência, por preceito e exemplo, ser para essa sociedade proveito e bênção (White, 2000a: 84).O trabalho manual útil faz parte do plano evangélico. (...) Cada um deve adquirir conhecimentos em algum ramo de trabalho manual que, em caso de necessidade, lhe possa proporcionar um meio de vida. Isso é essencial, não somente como salvaguarda contra as vicissitudes da vida, mas em virtude de seu efeito sobre o desenvolvimento físico, mental e moral (White, 2000a: 307).h) Promover a autonomia e a autenticidade ancorados nos valores bíblico-cristãos. Ao sacrificar o estudante a faculdade de raciocinar e julgar por si mesmo, torna-se incapaz de discernir entre a verdade e o erro e cai fácil presa do engano. É facilmente levado a seguir a tradição e o costume” (White,1996a:230).i) Favorecer o desenvolvimento da auto-estima positiva, do sentimento de aceitação e de segurança. “Tanto quanto possível, deve cada criança ser ensinada a ter con;fiança em si mesma. Pondo em exercício as várias faculdades, aprenderá onde é mais forte e em que é deficiente. O instrutor sábio dará especial atenção ao desenvolvimento dos traços mais fracos, para que a criança possa formar um caráter bem equili;brado e harmonioso (White, 1996b: 57).j) Resgatar a prática da regra áurea nos relacionamentos interpes;soais, que é amar ao próximo como a si mesmo. “Toda criança deve ser ensinada a ser delicada, compassiva, amável, piedosa, cortês e de coração terno” (White 2000b: 143). A cooperação deve ser o espírito da sala de aulas, a lei de sua vida. [...] Isto fomentará o respeito próprio e o desejo de ser útil. Valioso seria aos jovens, aos pais, aos professores, estudarem as lições de cooperação que encontramos nas Escrituras (White, 1996: 285, 286)

PEDAGOGIA ADVENTISTA

METODOLOGIA

A metodologia de ensino e aprendizagem da Educação Adventista pauta-se pelas concepções filosóficas e pelos objetivos a que se propõe, conforme o pensamento hebraico-oriental e o modelo de Jesus, o Mestre por excelência.
Isso não significa que o educador terá um modelo de ensino, pois cada um possui habilidades próprias e para cada realidade educacional existem praticas diversas, costumes e idéias produzidos socialmente. Como afirma Durkheim (1978: 39), “não há povo em que não exista certo número de idéias, sentidos e praticas que a educação deve inculcar a todas as crianças indistintamente, seja qual for a categoria social a que pertençam”. Entretanto, existe uma base metodológica comum que sustenta e promove a unicidade e identidade da instituição educacional.
Nessa perspectiva, toda prática pedagógica deve estar amparada por princípios que a norteiem. Desse modo, o educador que apreende os princípios tem a possibilidade de os transferir para outras situações no cotidiano.

Princípios Metodológicos

Os seguintes princípios metodológicos servem como base comum para as praticas curriculares nas unidades escolares adventistas:

a) Integração fé e ensino


Ao integrar fé e ensino, educador e educando são levados a refletir sobre todos os aspectos da realidade, numa perspectiva cristocêntrica. A integração fé e ensino não pode ser fruto do acaso; ao contrario, deve ser um processo intencional sistemático. Todas as atividades educativas deveriam partir de uma perspectiva bíblico-cristã. O objetivo é levar os alunos a internalizar voluntariamente uma visão da vida orientada para o serviço, motivada pelo amor e voltada para o reino eterno de Deus.
Para isso, é preciso que o educador adventista se consagre diariamente a Deus e esteja consciente da missão delineada na cosmovisão bíblico-adventista.

b) Estimulo ao espírito de investigação, reflexão e criatividade


O educando possui naturalmente um espírito inquiridor a respeito da vida e do funcionamento do mundo. Cabe ao educador estimulá-lo e orientá-lo a procurar respostas para suas indagações, através de instrumentos como a pesquisa, e despertar o espírito investigativo através de reflexões a respeito das diversas situações da vida humana.
A palavra “pesquisa” aqui deve ser entendida como um instrumento que propicia a construção do conhecimento e não como uma mera consulta de dados prontos e acabados. O educador deve primar por uma investigação que estimule o raciocínio, a reflexão e a criatividade. Assim, não colocará a mente do educando sobre seu controle, mas contribuirá para o desenvolvimento da autonomia intelectual.

Os professores devem induzir os alunos a pensar, e a entender claramente a verdade por si mesmos. Não basta ao professor explicar, ou ao aluno crer; cumpre despertar o espírito de investigação, e o aluno ser atraído a enunciar a verdade em sua própria linguagem, tornando assim evidente que lhe vê a força e faz a aplicação (White, 1994: 140).

c) Conhecimento da realidade do educando como ponto de partida


É imprescindível que o educador conheça a realidade do educando, no seu contexto social, e como se processa o seu desenvolvimento físico, emocional e intelectual. Ao introduzir qualquer tema ou assunto, precisa obter informações relevantes ao contexto do educando, propondo situações, problemas e desafios que permitam a elaboração de hipóteses, a realização de experimentos e a construção de analogias, relacionando as partes ao todo. Tal postura contribuirá para o ânimo do educando em sua trajetória estudantil e para a elaboração e compreensão de questões mais amplas.

Em seus ensinos, tirava Cristo ilustrações do grande tesouro dos laços e afeições de família, bem como da natureza. O desconhecido era ilustrado pelo conhecido; sagradas e divinas verdades, pelas coisas naturais e terrestres, com as quais o povo se achava mais familiarizado (White, 2000a: 178).

d) Relação teoria-prática


Teoria e prática não são, na concepção adventista, duas fases, mas elementos de um círculo harmonioso. Aprende-se fazendo, faz-se aprendendo.
O educador precisa ter em mente a importância da aplicabilidade dos temas estudados em sala de aula. O conhecimento teórico sem o conhecimento prático quase nada contribui para o sucesso do educando.
O trabalho prático desperta observação minuciosa e pensamento independente. Não é produtivo se deter no ensino de conceitos quando estes estão ligados às questões cotidianas, como se comunicar com fluência, ler e escrever com clareza e coesão, saber preparar alimentos saudáveis, fazer com precisão as contas dos próprios gastos.

[Quando esteve na Terra,] Jesus não tratou de teorias abstratas, mas daquilo que é essencial ao desenvolvimento do caráter, que ampliará a capacidade humana quanto ao conhecimento de Deus, e lhe aumentará o poder de fazer o bem (White, 2000a: 34-35).

e) Interação afetiva


A relação afetiva é um dos aspectos educativos de vital importância. Pela conquista do coração se obtêm a amizade e se contribui para uma auto-estima positiva, essencial ao crescimento da personalidade. Desenvolve-se, assim, o sentimento de aceitação, segurança e inter-relacionamento com os semelhantes.

Os professores muitas vezes deixam de entrar suficientemente em relação social com seus alunos. Manifestam pouca simpatia e ternura, e demasiada dignidade de um juiz austero. Conquanto o professor tenha de ser firme e decidido, não deve ser opressor e ditatorial. Ser áspero e severo, ficar longe de seus discípulos, ou tratá-los indiferentemente, corresponde a fechar a passagem pela qual poderia influir neles para o bem (White, 1996a: 280).

f) Ensino de valores


Segundo Knight (2001: 240, 241), toda experiência educacional é repleta de valores. A axiologia deve permear o currículo escolar e influenciar um viver coerente com os princípios básicos da ética crista e da valorização do educando como individuo e como membro de uma comunidade, com responsabilidades e direitos em relação ao meio ambiente, à vida e à família.

A verdadeira educação não desconhece o valor do conhecimento cientifico ou aquisições literárias, mas acima da instituição aprecia a capacidade, acima da capacidade a bondade, e acima das aquisições intelectuais o caráter. O mundo não necessita tanto de homens de grande intelecto, como de nobre caráter. Necessita de homens cuja habilidade seja dirigida por princípios firmes (White, 1996a: 225).

g) Respeito à unicidade do educando


O educador cristão deve reconhecer e respeitar a individualidade, unicidade e valor em cada pessoa. Em seu relacionamento com os discípulos e com a população em geral, Jesus respeitava a individualidade e valorizava as pessoas.
O respeito à individualidade não deve negar a importância do grupo. Paulo, escrevendo aos coríntios a respeito dos dons espirituais, ressaltou o valor do todo social assim como o valor único de cada pessoa (I Cor. 12: 12-31). O corpo (grupo social) tem saúde quando a unicidade dos membros é respeitada. A sala de aula não deve ressaltar o individualismo, mas o respeito pela individualidade e pelo grupo.

Em todo verdadeiro ensino o elemento pessoal é essencial. Cristo, em Seu ensino, tratava com os homens individualmente. Foi pelo trato e convívio pessoal que Ele preparou os doze [discípulos]. Era em particular, e muitas vezes a um único ouvinte, que dava Suas preciosas instruções. [...] O mesmo interesse pessoal, a mesma atenção para com o desenvolvimento individual são necessárias na obra educativa hoje. Muitos jovens que aparentemente nada prometem, são ricamente dotados de talentos que não aplicam a uso algum. [...] O verdadeiro educador, conservando em vista aquilo que seus discípulos podem tornar-se, reconhecerá o valor do material com que trabalha. Terá um interesse pessoal em cada um de seus alunos, e procurará desenvolver todas as suas faculdades. Por mais imperfeitos que sejam eles, acoroçoará [ou incentivará] todo o esforço por conformar-se com os princípios retos (White, 1996a: 231-232).

h) Espírito cooperativo


A Bíblia reforça a importância da convivência social. Portanto, o espaço escolar deve proporcionar relações de cooperação com excelente oportunidade para o desenvolvimento continuo do conhecimento e da formação do caráter. Trabalhos em grupo, envolvimento em projetos de auxilio à comunidade e participação ativa dos educandos no apoio aos seus pares são algumas das alternativas aplicáveis a este principio.

A cooperação deve ser o principio da sala de aluas, a lei de sua vida. O professor que adquire a cooperação de seus discípulos consegue um auxilio inapreciável [ou imprescindível] na manutenção da ordem (White, 1996a: 285).

i) Interdisciplinaridade


A inter-relação entre os conteúdos nas diferentes disciplinas contitui-se o foco da interdisciplinaridade. Não podemos conceber um modelo educativo que fragmente a relação que a própria vida faz de seus conteúdos no dia-a-dia. A educação adventista oferece uma relação epistemológica entre as disciplinas para que os diversos saberes se construam de maneira harmônica.

Não é bom sobrecarregar a mente de estudos que exigem intensa aplicação, mas que não são introduzidos na vida prática. Tal educação será prejudicial ao estudante. Pois esses estudos diminuem o desejo e a inclinação para aqueles outros que o habilitariam a ser útil, e o tornariam capaz de se desempenhar de suas responsabilidades. Um preparo prático é muito mais valioso de que qualquer soma de teoria. Não é mesmo suficiente possuir conhecimento. Precisamos ter habilidade para os empregar devidamente (White, 2000a: 387).

j) Preparo para servir


O serviço é um elemento essencial através do qual “Deus busca curar a alienação entre as pessoas, que se desenvolveu em conseqüência da queda” (Knight, 2002:214). Nessa perspectiva, um dos objetivos primordiais da Educação Adventista é o serviço a outros, não entendido como subserviência nem como humanitarismo altruísta, mas como essência do amor cristão e caráter semelhante ao de Cristo (Knight, 2002: 216). Tal educação se propõe a oportunizar situações para que os educandos sirvam aos semelhantes em suas respectivas comunidades.

Cristo ligou os homens ao Seu coração pelos laços da dedicação e do amor; e pelos mesmos laços ligou-os a seus semelhantes. Para Ele o amor era a vida, e a vida era o serviço em prol de outrem (White, 1996a: 80).

Orientações Didático-metodológicas

O trabalho pedagógico deve abranger atividades diversificadas envolvendo todas as áreas do currículo, conforme os objetivos apresentados anteriormente. As atividades escolhidas, sejam individuais ou coletivas, precisam estar em consonância com os princípios metodológicos elencados e com o projeto educacional de cada Unidade Escolar.
Os coordenadores pedagógicos e docentes deverão analisar orientações aqui colocadas como possibilidades concretas e desejáveis à prática curricular no contexto da Educação Adventista, tendo em vista que “é preciso agir com critérios definidos e com prudência. Não basta relacionar qualquer coisa num planejamento. Há necessidade de estudar que procedimentos e que atividades possibilitarão, da melhor forma, que nossos alunos atinjam o objetivo de aprender o melhor possível daquilo que estamos pretendendo ensinar” (Luckesi, 1993: 105).

Os professores podem aprender uma lição do incidente do fazendeiro que pôs a comida das ovelhas em uma manjedoura tão alto que as menores do rebanho não a podiam alcançar. Alguns mestres apresentam a verdade aos alunos de maneira semelhante. Põem tão alto a manjedoura, que aqueles a quem ensinam não podem alcançar o alimento. Esquecem-se de que os alunos possuem apenas uma parte da oportunidade que eles têm tido para obter o conhecimento de Deus (White, 2000a: 435).

Partindo dessas considerações, o espaço da sala de aula deve ser organizado de maneira que possibilite ao educando se locomover livremente, considerando seus interesses e necessidades, proporcionando o desenvolvimento da linguagem oral, da socialização e do espírito de cooperação.
É importante que o educador perceba que o pátio da escola, a biblioteca, o auditório e a sala de artes, entre outros lugares, também são espaços educativos para explorar o lúdico, a historia de vida, os saberes do mundo contemporâneo, a criatividade, a leitura, a escrita. Em todos esses espaços, o educador pode utilizar inúmeras ilustrações, objetos e figuras que estejam direta ou indiretamente relacionados ao tema de estudo. Ao fazer uso de tais recursos, desperta a atenção e a curiosidade de seus educandos, proporcionando o seu envolvimento com a temática a ser trabalhada.

Mediante o uso de figuras e símbolos, as lições dadas eram assim ilustradas e gravadas mais firmemente na memória. Por meio desse conjunto de imagens animadas, a criança era iniciada, quase desde a infância, nos mistérios, na sabedoria e nas esperanças dos pais e guiadas num modo de pensar, sentir e prever que alcançava muito mais além do visível e transitório; até o invisível e eterno (White, 2000b: 19).

No contexto da sala de aulas, o educador precisa ser surpreendente como Jesus era. Os discípulos e a multidão jamais sabiam o que ia acontecer no decorrer de Seus ensinamentos. Dessa forma, o Mestre impressionava a mente de Seus discípulos fazendo-os gravar na memória o que era realmente importante.
A vida tem uma relação fundamental com a memória. Uma não faz sentido sem a outra. Quando esta é construída com significado, a aprendizagem é arquivada, por assim dizer, nos espaços intrincados e fascinantes do cérebro humano.

Embora a memória possa ser deficiente a principio, há de crescer em força mediante exercício, de maneira que, depois de algum tempo, vos será um prazer entesourar as preciosas palavras da verdade. E o habito prover-se-á um valioso auxilio ao crescimento religioso (White, 1999a: 42).

O educador precisa conhecer o funcionamento da memória e os motivos que tornam uma informação mais interessante que a outra. O educando estabelece prioridades e preferências de acordo com o que lhe é próprio ou familiar. Por isso, os procedimentos e os recursos de ensino devem ser os mais variados, de forma que estimulem todos os sentidos.

Nosso Salvador ligava Suas preciosas lições às coisas da natureza. As arvores, os pássaros, as flores dos vales, as colinas, os lagos, o belo firmamento, assim como incidentes e o ambiente da vida diária, tudo ligava-o Ele às palavras da verdade, para que Suas lições fossem muitas vezes trazidas à memória, mesmo em meio dos absorventes cuidados da trabalhosa vida humana (White, 1990: 85).

O uso de tecnologias como recurso educacional deve ir além do ensino instrumental. A pratica educativa que valorizará o ser humano não depende do fato de usarmos uma caneta ou um computador, mas dos significados que estamos produzindo nessa interação social.
É necessária clareza nas concepções de ensino e aprendizagem que estão por trás do uso dos recursos tecnológicos. Caso contrario, teremos ainda cartilhas eletrônicas revestidas de modernidade com concepções arraigadas em pedagogias tradicionais.
O livro didático também é um importante aliado do docente na apresentação dos conteúdos em sala de aula. Baseado nesse entendimento, na escolha e utilização do livro e de todo e qualquer outro material didático e paradidático, deve-se considerar a concepção filosófica apresentada e certificar se é coerente com as concepções filosóficas da Educação Adventista. Pois o pensamento do autor e suas crenças ali expostas a partir da seleção de textos, da proposição de atividades e mesmo da indicação de leituras, filmes e sites.
A ordem de utilização dos livros não deve ser determinada pelo autor, e sim pela Unidade Escolar, através do planejamento curricular e do momento. Há bastante tempo não caba ao docente planejar as aulas seguindo o sumario do livro, limitando o conteúdo da aula ao que está prescrito por determinado autor.
Cabe lembrar que nenhum livro didático contém todo o desenvolvimento necessário ao desenvolvimento do estudante. Dessa maneira, é preciso que educando e educador invistam tempo na consulta de diversas fontes de informação, tais como livros, revistas, jornais, enciclopédias, sites e filmes.
Se por um lado o livro não contém todo o conhecimento necessário, nem toda a verdade sobre determinada temática, por outro a sua não utilização é o oposto radical, tendo em vista que para muitas famílias o livro é a principal fonte de pesquisa e sistematização didática. Através dele, o educando pode se reporta quantas vezes quiser e necessitar ao conteúdo tratado em sala.
Livro didático não deve limitar a ação pedagógica, mas ser instrumento de apoio ao educando e ao educador. O seu uso possibilita abrir espaço para discussões relevantes que levem o educando a perceber o entorno social com visão critico-cristã e construir valores e princípios.

O Senhor espera que nossos professores excluam de nossas escolas livros que ensinam conceitos que não estão de acordo com Sua Palavra, e dêem lugar aos livros do mais alto valor. É o desígnio do Senhor que os professores das nossas escolas sobrepujem em sabedoria a sabedoria do mundo, porque estudam a Sua sabedoria. Deus será honrado quando os professores das nossas escolas, desde os cursos superiores até os mais baixos, revelarem que possuem mais do que simples sabedoria humana, pelo fato de estar à frente o Mestre por excelência (White, 1996b: 517).

A utilização dos recursos apresentados não substitui a explanação e a argumentação em sala de aula. Ao contrário, essas abordagens caminham juntas, são interdependentes, adquirindo um novo sentido. Não se trata daquela aula expositiva em que o educador fala e o educando ouve, mas de uma integração dialógica. Envolve reflexão e posicionamento crítico, impulsionando o educando para a solução de uma situação-problema, impelindo-o a uma investigação metodológica. Enquanto o educando investiga em busca de respostas, o educador age como mediador, ao confirmar ou refutar suas hipóteses, e ambas aprendem.
As possibilidades didático-metodológicas apresentadas até então podem estar associadas ao trabalho através de projetos. Na perspectiva de Hernandéz (1998: 26-31), os projetos são considerados “uma concepção de ensino, uma maneira de suscitar a compreensão dos educandos sobre os conhecimentos que circulam fora da Escola e de ajudá-los a construir sua própria identidade.”
Bomtempo (1997: 6-11) afirma que trabalhar através de projetos é antes de tudo adotar uma atitude intencional, um plano de trabalho, sob a coordenação do educador. Ou seja, não é meramente uma técnica de ensino mais atrativa para o educando.
Entra as vantagens de trabalho através de projetos, destacam-se as seguintes: pressupõe um trabalho de elaboração coletiva envolvendo educandos e educadores; dá funcionalidade ao que será aprendido e sua duração depende do nível de abrangência do tema e do interesse do grupo; possibilita uma avaliação processual durante a seqüência de situações de aprendizagem, valorizando a função dos registros; supõe que a aprendizagem, vinculada ao fazer, resgata a atividade manual ou artesanal que a cultura vinculada à perspectiva do conhecimento globalizado ocidental tende a menosprezar; favorece a organização do currículo integrado; supõe que todos podem aprender e que possuem papéis diferentes e necessários; possibilita um contato com as práticas sociais reais; favorece a iniciação cientifica em qualquer nível de ensino.
Trabalhar por projetos, portanto, envolve sempre a resolução de problemas, possibilitando a análise, a interpretação e a crítica por parte dos educandos. Não há uma fórmula ou modelo pronto do como desenvolver projetos em sala de aula, mas sim uma postura coerente na forma de compreender e vivenciar a experiência escolar.
É preciso que o coordenador pedagógico e o docente verifiquem sua realidade, recurso, perfil das turmas, interesse, calendário pedagógico, ou seja, o contexto em que se encontram inseridos, para que o trabalho através dos projetos não se caracterize num modismo, nem seja uma obrigação ou uma única prática pedagógica.
Enfim, a metodologia empregada na Educação Adventista deve contribuir para que o educando possa estar em permanente desenvolvimento, em todos os aspectos, e o seu caráter possa ser moldado conforme o modelo do Filho de Deus, pois só assim a educação alcançará seus objetivos.

A Lei na Bíblia

A lei no mundo antigo
“Olho por olho, dente por dente, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe” (Ex 21, 24,25). Esta, a lei do talião (Lv 24, 17-20; Dt 19,21) que se encontra no código de Hamurábi e nas leis assírias, de natureza social e não individual.Prevendo um castigo igual ao dano causado, visa a limitar os excessos da vingança.“Lamec disse às suas mulheres: Ada e Sela, ouvi a minha voz, mulheres de Lamec, escutai a minha palavra: Eu matei um homem por uma ferida, uma criança por uma contusão. É que Caim é vingado sete vezes, mas Lamec, setenta e sete vezes!” (Gn 4, 23-24).O caso mais claro é a execução de um assassino (Ex 21, 31-34; 21,12-17+; Lv 24,17). De fato, a aplicação dessa regra parece ter perdido desde muito cedo a sua brutalidade primitiva. As obrigações do “vingador do sangue” (Nm 35,19+) foram se purificando até se limitarem ao resgate (Rt 2,20+) e à proteção (Sl 19,15+; Is 41,14+). O enunciado do princípio continua em uso, mas sob formas mais brandas (Eclo 27. 25-29; Sb 11, 16+; 12,22). O perdão era prescrito no interior do povo israelita (Lv 19, 17-18; Eclo 10,6; 27,30-28,7) e Cristo acentuará ainda mais o mandamento do perdão (Mt 5,38-39+; 18,21-22+).Encontrado em Susa, em 1902, o Código de Hamurábi foi o primeiro paralelo extrabíblico com a lei bíblica do antigo Oriente Médio. A partir dessa data, foram descobertas a coleção suméria de Lipit-Ishtar, as leis acadêmicas de Eshnunna, as leis assírias, as leis hititas e algumas leis neobabilônicas.A maioria é mais antiga do que as leis israelitas. As leis de Lipit-Ishtar remontam a 1900-1850 a. C., as leis de Eshnunna a mais ou menos o mesmo período, as leis de Hamurábi (1728-1686), pouquíssimo posteriores, as leis assírias em sua forma típica do século XII, as próprias leis do século XV, as leis hititas em sua forma peculiar ao século XIII e cuja origem pode ser situada no século XVII; as leis neobabilônicas provavelmente provêm do século VII. Essas coleções, quando comparadas com as coleções israelitas e quando confrontadas entre si, levam os exegetas a concluírem em favor da existência de uma lei geral amplamente difundida no antigo Oriente Médio, que variava em pormenores, porém não em princípios, de uma coleção para outra.Pela comparação, evidencia-se que a lei israelita civil e criminal é um produto dessa lei geral. Mas a comparação não é provável em todos os detalhes; nenhuma das coleções está completa, e todas, com exceção da peça danificada de Hamurábi, foram conservadas apenas em fragmentos.Hamurábi fez para as leis uma introdução que consta de um prólogo histórico e termina-as com um epílogo que inclui imprecações contra os que alteram as leis. Lipit-Ishtar possui um fração de um epílogo histórico. Pode-se concluir que o prólogo e o epílogo aparecem em todas as coleções.Lendo o prólogo e o epílogo, a gente percebe que as leis não foram recebidas por meio de revelação divina; Hamurábi recebe dos deuses a delegação e a autoridade para escrever as leis e, ainda, a sabedoria necessária para escrevê-las bem, mas, apesar disto, as leis são uma composição dele.Tal composição é exagerada; o rei fala como se nunca tivesse havido outra lei antes da sua coleção. Lipit-Ishtar também fala do encargo que recebeu como rei.Além de alguns princípios e práticas em comum, todas essas leis apresentam a mesma formulação. O caso é descrito numa cláusula condicional e a decisão, penalidade ou compromisso são afirmados na apódose.“Se a mulher de um senhor for acusada pelo seu esposo, mas não tiver sido apanhada em flagrante, enquanto mantinha relações sexuais com um outro homem, ela poderá fazer um juramento por deus e voltar para sua casa” (Hamurábi 133). Essa formulação é conservada mesmo quando a descrição do caso e uma colocação complexa tornam a sentença inflexível. Deve-se supor que isso fosse tradicional e comum até o princípio do II milênio.
P..S.: Artigo publicado no periódico Jornal da Cidade (Caxias-MA), em 10/07/2005.
A lei nos dez mandamentos
As leis israelitas estão contidas principalmente em coleções (impropriamente chamadas de códigos), como o decálogo, o código da aliança, o “decálogo ritual javista”, o código deuteronômico, o código da santidade e o código sacerdotal. Os dez mandamentos são encontrados em duas formulações ligeiramente diferentes, ou seja, no Êxodo 20 e no Deuteronômio 5.O fato de terem sido as dez palavras ou mandamentos entregues por Deus a Moisés no Monte Sinai está incorporado à antiga tradição hebraica (Ex 34,28; Dt 4,13; 10,4).Sua enumeração, no entanto, tem sido considerada de modos diversos nos tempos modernos.Para Filon (25 a.C.–50 d.C.), Josefo (37 a.C.–95 d.C.) e toda a patrística (século.I–século IX), elas são: 1) proibição de deuses falsos ou estrangeiros; 2) proibição de imagens; 3) uso do nome divino em vão; 4) sábado; 5) genitores; 6) homicídio; 7) adultério; 8) furto; 9) falso testemunho; 10) cobiça.Para Orígenes (185–254), Clemente de Alexandria (150–216), Agostinho (354–430) e a atual igreja latina, são: 1) proibição dos falsos deuses; 2) uso do nome divino em vão; 3) sábado; 4) genitores; 5) homicídio; 6) adultério; 7) furto; 8) falso testemunho; 9) cobiça da mulher; 10) concupiscência dos bens.Para os hebreus modernos, são: 1) Introdução: “Eu sou Iahweh teu Deus...”; 2) proibição dos falsos deuses e das imagens; 3) uso do nome divino em vão; 4) sábado; 5) genitores; 6) homicídio; 7) adultério; 8) furto; 9) falso testemunho; 10) cobiça.Os primeiros quatro mandamentos estabelecem deveres para com Deus, ao passo que os outros seis instituem obrigações para com os homens; os genitores, fontes da vida, são representantes de Deus. É provável que nenhuma das duas listas (Ex e Dt) apresente a forma primitiva do decálogo. Os intérpretes acham que originalmente os dez mandamentos fossem breves, como os do homicídio, do adultério, do furto e do falso testemunho. Os outros devem ter sido desenvolvidos com o acréscimo de razões religiosas para a sua observância. As motivações são ligeiramente diferentes nas duas redações.É assim que o mandamento do sábado se baseia numa referência à criação em seis dias, seguidos do repouso no sétimo dia, como está registrado em Gn 1, 1-2,3.A forma original da proibição da concupiscência foi expandida em dois sentidos. Em Ex, há um primeiro acréscimo com a menção à casa, que cobre todas as propriedades do próximo; depois o preceito foi aumentado ainda mais com a enumeração da mulher, dos escravos e dos animais domésticos. Em Dt, o primeiro adendo foi a menção explícita e especial da mulher; depois a norma foi estendida à casa, aos escravos e aos animais.No Novo Testamento, há alusão a mandamento em particular, mas não se encontra nenhuma referência aos mandamentos como grupo de dez.As proibições do homicídio (Mt 5,21) e do adultério (Mt 5,27) no Sermão da Montanha são citadas em paralelo com o Dt 24,1 (Mt 5,31); o mesmo ocorre com a fusão de Ex 20,7, Nm 30,3 e Dt 23,22 (Mt 5,33) e de Ex 21,24 (Mt 5,38) e Lv 19,18 (Mt 5,43).Essa, a lei que Jesus não veio para destruir, mas sim para aperfeiçoar. Todas as citações provêm da Torá, a suprema autoridade do judaísmo. Ex. 20,12 é citado em Mt 15,4 e Ef 6,2-3. Dt 5,17-21 é citado em Rm 13,9. Ex 20,13s (Dt 5,17s) é citado em Tg 2,11.Quando o jovem lhe perguntou quais eram os mandamentos, Jesus citou alguns dos dez, mas não todos e nem na ordem usual.
P..S.: artigo publicado no periódico Jornal da Cidade (Caxias – MA), em 17/07/2005.
A lei no código da aliança
Código da aliança: “Não fareis deuses de prata ao lado de mim, nem fareis deuses de ouro para vós” (Ex 20, 22). “Eles não habitarão na tua terra, para que não te façam pecar contra mim, pois se servires aos seus deuses, isso te será uma cilada” (Ex 23, 33). “Far-me-ás um altar de terra, e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos e os teus sacrifícios de comunhão, as tuas ovelhas e os teus bois. Em todo o lugar onde eu fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei. Se me edificares um altar de pedra não o farás de pedras lavradas, porque se levantares sobre ele o cinzel, profaná-lo-ás. Nem subirás o degrau do meu altar, para que não se descubra a tua nudez” (Ex 20, 22-26). O nome código da aliança provém da expressão o livro da aliança (Ex 24, 7). É possível que esta coleção tenha sido inserida fora do seu contexto adequado, e que o livro da aliança de Ex 24, 7 seja o decálogo. Mas a sua inserção pretendia incluir o código da aliança como parte da aliança do Sinai; eram essas as leis que Israel devia observar como obrigações decorrentes da aliança. Atribuído a Moisés, o código da aliança goza da suprema autoridade que Israel conferia a todas as suas leis. Certamente ele é o mais antigo dos códigos depois do decálogo. No entanto, alguns críticos o colocam antes dos dez mandamentos.A sua data só pode ser determinada de maneira relativa, e é deduzida do ambiente social e econômico que lhe servia de fundo. Não se trata de vida nômade; logo, o código pressupõe a posse de gado, cisternas, campos de trigo e plantações de vinha. Esta coletânea de leis e costumes pressupõe uma coletividade já sedentária e agrícola.Pensou-se que ela remonta, por seu fundo primitivo, aos primeiros séculos da instalação em Canaã, talvez antes da monarquia, pois o rei nunca é mencionado; mas a época de origem é difícil de determinar.As suas escassas referências a transações comerciais supõem um período anterior à monarquia. Sua data, portanto, deve situar-se mais provavelmente no período pré-monárquico.As leis civis e criminais (Ex 21, 1-22, 17), que mostram diversos pontos de contato com o código de Hamurabi, são a adaptação israelita da lei costumeira cananéia ao próprio povo de Israel. Seus contatos com o código de Hamurabi, o código hitita e o decreto de Horemheb não testemunham um empréstimo direto e sim uma fonte comum: um direito consuetudinário que se diferenciou conforme os ambientes e os povos.As prescrições do código, conforme seu conteúdo, podem ordenar-se sob três partes: direito civil e penal (Ex 21, 1-22, 20); regras para o culto (Ex 20, 22-26; 22, 28-31; 23, 10-19) e moral social (22, 21-27; 23, 1-9). Segundo a sua forma literária, essas prescrições dividem-se em duas categorias: “casuística” ou condicional, no gênero dos códigos mesopotâmicos; “apodítica” ou imperativa, no estilo do decálogo e nos textos da sabedoria egípcia.As leis de Ex 20, 22-26, 22, 18-23, 19 são humanitárias e religiosas, e têm uma formulação diferente das leis civis e criminais; estas são, com maior probabilidade, especificamente israelitas. O epílogo do código da aliança pode ser comparado ao desfecho de Hamurabi e a outras coleções israelitas. A sua inserção no seu contexto atual fez de toda a revelação do Sinai seu prólogo histórico.
P..S.: artigo publicado no periódico Jornal da Cidade (Caxias – MA), em 24/07/2005.
A lei no código deuteronômico
Ao contrário de outras coleções, esse compêndio de leis não se encontra num só lugar, mas espalhado em várias fontes. Exemplo: Lv 1-7, sacrifício; Lv 11-13, pureza e impureza; Nm 29, 29, festas.É característica sua colocar a lei dentro de um contexto histórico, isto é, relacionando a origem da instituição com algum acontecimento nem sempre histórico no seu sentido genuíno. Foi assim com a proibição de sangue depois do dilúvio (Gn 9, 1-7), a lei da circuncisão que se segue à aliança feita com Abraão (Gn 17, 9-14), o ritual da Páscoa por ocasião da saída do Egito (Ex 12), a lei do sacerdócio no Sinai (Ex 28, 1; 29, 37), a lei dos levitas na partida do Sinai (Nm 3-4; 8, 5-28) e outras leis referentes aos sacerdotes e levitas depois da rebelião de Coré (Nm 16).Há outras leis rituais e cultuais que não possuem um contexto particular nos acontecimentos e são atribuídas a Moisés. Com certeza, impossível fazer um julgamento geral sobre a antiguidade delas, cuja origem deve ser estabelecida individualmente para cada caso. Muito provável que esse código seja, em muitos casos, uma lei sacerdotal, pois algumas leis rituais e cultuais tinham em vista ninguém mais a não ser os sacerdotes.Os termos israelitas para a lei, no sentido original, referem-se a leis definidas de forma e conteúdo distintas.Tôrah é o vocábulo mais comum para designar a lei no judaísmo. A sua etimologia diz que ele deriva de yarah, jogar ou deitar sortes. Assim, o seu sentido original é o do oráculo divino, revelado pela sorte. Daí ele passa a significar uma resposta divina, de modo geral. Como as respostas divinas eram comunicadas pelos sacerdotes, ele chega a exprimir a instrução sacerdotal referente a preceitos cultuais e morais. É assim mencionada em Is 8, 20; Jr 2, 8; 18, 18; Am 2, 4. A palavra enfatiza a lei como revelação de Yahweh, transmitida pelos sacerdotes.’Edôt, testemunhos. Expressão técnica usada para os termos da aliança de Yahweh com Israel, e que designa ou as promessas de Yahweh ou as obrigações que ele impõe a Israel. Por isso, o rei usava uma fórmula escrita do ’edôt na sua coroação (2Rs 11, 12). A dição ressalta a vontade revelada de Yahweh nas leis e também a concepção de lei como obrigação da aliança. Mishpat, juízo, indica uma decisão judicial. Palavra aplicada às leis civis e criminais (Ex 21, 1). Precedente judicial como fonte da lei, pode ser identificado com a formulação casuística de lei. Diversamente de tôrah,’edôt e dabar, exprime a origem humana da lei. Hôd, estatuto, literalmente, algo que ficou gravado. A sua fonte parece ser mais a autoridade pública do que um precedente judicial ou um costume.Dabar, palavra, quer dizer um pronunciamento divino e é usado para leis tão solenes como o decálogo (Ex 20, 1; 24, 3, “palavras e juízos”). Dá especial destaque à lei como sendo a vontade revelada de Yahweh e pode, mais provavelmente, ser identificada com a formulação apodítica da lei. Miçwah, mandamento, traduz a ordem emitida pela autoridade, tanto divina quanto humana, e é um termo geral que se aplica a outras ordens e não apenas à lei no sentido estrito.Na época antiga não havia ordenação propriamente dita. Era a própria função que fazia o sacerdote entrar no domínio do sagrado, iniciando o seu sacerdócio, oferecendo sacrifícios no altar, o que é a sua função essencial (Lv 1 5+), com a participação de toda a comunidade e prestando obediência ao seu código de leis.P.S.: artigo publicado no periódico Jornal da Cidade (Caxias – MA), em 14/08/2005.

A lei no código da santidade
O código da santidade está reunido num só lugar, no livro do Levítico, nos capítulos 17-26, assim: 17, proibição de ingerir sangue; 18, incesto e vícios contra a natureza; 19, leis morais, cultuais e humanitárias; 20, 1-6, culto supersticioso e mágico; 20, 7-9, respeito filial; 21, 20-21, adultério, vício contra a natureza, incesto; 20, 22-26, puros e impuros; 20, 27, feitiçaria; 21, os sacerdotes; 22, 1-16, pureza dos sacerdotes e dos leigos; 22, 17-23, qualidades e defeitos dos animais sacrificais; 23, festas; 24, 1-4, a lâmpada do santuário; 24, 5-9, o pão da proposição; 24, 10-23, blasfêmia; 25, 1-7, o ano sabático; 25, 8-55, o ano jubilar, escravidão; 26, 1-2, idosos e sábado; 26, 3-46, epílogo de bênçãos e maldições.A base da lei de santidade (Lv 17-26) parece remontar ao fim da época monárquica e representar os usos do templo de Jerusalém. Encontram-se nela contatos evidentes com o pensamento de Ezequiel, que aparece assim como o desenvolvimento de um movimento pré-exílico.A santidade é um dos atributos essenciais do Deus de Israel (Lv 11, 44-45; 19, 2; 20, 26; 21, 8; 22, 32s). A idéia primeira é a de separação, de inacessibilidade, de transparência que inspira temor religioso (Ex 32, 20+).Essa santidade comunica-se àquele que se aproxima de Deus ou lhe é consagrado: os lugares (Ex 19, 12+), as épocas (Ex 16, 23; Lv 23, 4), a arca (2Sm 6, 7+), as pessoas (Ex 19, 6+), especialmente os sacerdotes (Lv 21, 6), os objetos (Ex 30, 29; Nm 18, 9) etc.Devido à sua relação com o culto, a noção de santidade liga-se à de pureza ritual: a lei de santidade é igualmente lei de pureza. Contudo, o caráter moral do Deus de Israel espiritualizou essa concepção primitiva: a separação do profano torna-se abstenção do pecado, e à pureza ritual une-se a pureza da consciência (Is 6, 3+).O código da santidade possui o epílogo, mas não o prólogo histórico; como o prefácio costuma ser encontrado com tanta freqüência, é provável que ele tenha sido destacado quando o código da santidade foi inserido em seu contexto presente, que, na opinião dos críticos, não é o original. Ele não contém a lei civil nem criminal, mas é inteiramente religioso e cultual. Os críticos acham que se trata de uma compilação exílica (cerca do ano 550 a.C. ou em época monárquica posterior) de material cuja antiguidade é indeterminada, existindo talvez nele elementos tão vetustos quanto o que há de mais antigo nas coleções israelitas.Essa coletânea de textos possui uma formulação característica. A natureza do material sugere que o código de santidade em suas origens esteja mais intimamente ligado aos sacerdotes do que o código da aliança ou o código deuteronômico.O código da santidade tem uma série notável de preceitos morais em Lv 19 e as leis mais extensas de todas as existentes a respeito do matrimônio e da moralidade sexual.
P.S.: artigo publicado no periódico Jornal da Cidade (Caxias – MA), em 07/08/2005.
A lei no código sacerdotal
Ao contrário de outras coleções, esse compêndio de leis não se encontra num só lugar, mas espalhado em várias fontes. Exemplo: Lv 1-7, sacrifício; Lv 11-13, pureza e impureza; Nm 29, 29, festas.É característica sua colocar a lei dentro de um contexto histórico, isto é, relacionando a origem da instituição com algum acontecimento nem sempre histórico no seu sentido genuíno. Foi assim com a proibição de sangue depois do dilúvio (Gn 9, 1-7), a lei da circuncisão que se segue à aliança feita com Abraão (Gn 17, 9-14), o ritual da Páscoa por ocasião da saída do Egito (Ex 12), a lei do sacerdócio no Sinai (Ex 28, 1; 29, 37), a lei dos levitas na partida do Sinai (Nm 3-4; 8, 5-28) e outras leis referentes aos sacerdotes e levitas depois da rebelião de Coré (Nm 16).Há outras leis rituais e cultuais que não possuem um contexto particular nos acontecimentos e são atribuídas a Moisés. Com certeza, impossível fazer um julgamento geral sobre a antiguidade delas, cuja origem deve ser estabelecida individualmente para cada caso. Muito provável que esse código seja, em muitos casos, uma lei sacerdotal, pois algumas leis rituais e cultuais tinham em vista ninguém mais a não ser os sacerdotes.Os termos israelitas para a lei, no sentido original, referem,-se a leis definidas de forma e conteúdo distintas.Tôrah é o vocábulo mais comum para designar a lei no judaísmo. A sua etimologia diz que ele deriva de yarah, jogar ou deitar sortes. Assim, o seu sentido original é o do oráculo divino, revelado pela sorte. Daí ele passa a significar uma resposta divina, de modo geral. Como as respostas divinas eram comunicadas pelos sacerdotes, ele chega a exprimir a instrução sacerdotal referente a preceitos cultuais e morais. É assim mencionada em Is 8, 20; Jr 2, 8; 18, 18; Am 2,4. A palavra enfatiza a lei como revelação de Yahweh, transmitida através dos sacerdotes.’Edôt, testemunhos. Expressão técnica usada para os termos da aliança de Yahweh com Israel, e que designa ou as promessas de Yahweh ou as obrigações que ele impõe a Israel. Por isso, o rei usava uma fórmula escrita do ’edôt na sua coroação (2Rs 11, 12). A dição ressalta a vontade revelada de Yahweh nas leis e também a concepção de lei como obrigação da aliança. Mishpat, juízo, indica uma decisão judicial. Palavra aplicada às leis civis e criminais (Ex 21, 1). Precedente judicial como fonte da lei, pode ser identificado com a formulação casuística de lei. Diversamente de tôrah,’edôt e dabar, exprime a origem humana da lei. Hôd, estatuto, literalmente, algo que ficou gravado. A sua fonte parece ser mais a autoridade pública do que um precedente judicial ou um costume.Dabar, palavra, quer dizer um pronunciamento divino e é usado para leis tão solenes como o decálogo (Ex 20, 1; 24, 3, “palavras e juízos”). Dá especial destaque à lei como sendo a vontade revelada de Yahweh e pode, mais provavelmente, ser identificada com a formulação apodítica da lei. Miçwah, mandamento, traduz a ordem emitida pela autoridade, tanto divina quanto humana e é um termo geral que se aplica a outras ordens e não apenas à lei no sentido estrito.Na época antiga não havia ordenação propriamente dita. Era a própria função que fazia o sacerdote entrar no domínio do sagrado, iniciando o seu sacerdócio, oferecendo sacrifícios no altar, o que é a sua função essencial (Lv 1 5+), com a participação de toda a comunidade e prestando obediência ao seu código de leis.P.S.: Artigo publicado no periódico Jornal da Cidade (Caxias-MA), em 14/08/2005.
A lei no judaísmo
A formulação da lei israelita é encontrada nas leis civis e criminais do código da aliança. O mesmo existe no código deuteronômico, com certas variantes. Em vez da oração condicional, emprega-se ou o particípio ou a oração relativa.Exemplo da primeira está em Ex 21, 15: ”Quem ferir seu pai ou sua mãe será morto.” A segunda é ilustrada por Lv 20, 10: ”O homem que cometer adultério com a mulher do seu próximo deverá morrer, tanto ele como a sua cúmplice.”Na maioria dos outros códigos, aparece um simples imperativo ou proibição na segunda pessoa do singular e no imperfeito. Essa formulação não encontra paralelo em outras coleções do antigo Oriente Médio. É empregado nas leis morais, rituais e cultuais, e não em leis civis e criminais. Isso é uma criação da crença religiosa israelita. Essas leis exprimem a vontade revelada de Yahweh e os termos da aliança. O rei israelita era um juiz, e não um legislador. A fonte da lei consuetudinária era o próprio costume; muitas leis existiam simplesmente porque constituíam a maneira como as coisas sempre tinham sido feitas. O juiz decidia com base no costume conhecido e aceito. Geralmente, a fonte da lei israelita era a tradição determinada pelo juiz: o rei, o ancião e o sacerdote. As coleções israelitas são todas atribuídas à revelação que Yahweh fez a Moisés. A obrigação do cumprimento de sua lei decorria da aliança, de que a vida sob a submissão à lei constituía o dever que as promessas da aliança de Yahweh lhes impuseram.Em Israel não existia distinção entre a lei secular e a lei religiosa. Toda a lei é encarada como um dever religioso e impõe uma obrigação sagrada. Yahweh é quem recompensa e castiga sua observância ou a sua violação.A concepção da lei como a vontade revelada de Deus não encontra semelhança em outras coleções do antigo Oriente Médio. Tanto Hamurabi como Lipit-Ishtar recebem dos deuses a autoridade necessária para promulgar leis e a sabedoria requerida para formulá-las; mas as leis são resultantes de sua própria obra, de sua obra pessoal. Depois do exílio, a lei deixou de ser a regra que regia uma sociedade política independente; o judaísmo preservou-a, no entanto, fazendo dela um guia para a vida. O termo Torá (Tôrah) é usado para descrever toda a lei, uso que aparece também em textos pré-exílicos (Jr 8, 8; 9, 12; Os 4, 6; 5) e chega a exprimir o Pentateuco (2Mc 15, 9; Eclo 1, prólogo 1. 8. 24).Os escribas pós-exílicos identificam a lei com a sabedoria (Eclo 24; 39, 1-11) e nela encontram todo o conhecimento, humano e divino. A alegria dos judeus diante da lei reflete-se na Torá e nos salmos 19 e 119.Os rabinos incluíam a Torá entre os seres que existiam antes da criação. Por isso, a observância da lei era perfeição. Surgiu no judaísmo uma escola de fé que interpretava as obrigações da lei no sentido mais rigoroso. Para proteger o cumprimento da lei, seus adeptos “construíram um muro” em torno da lei; o muro consistia em pareceres ou normas legais que ampliavam as obrigações da lei muito além do sentido das palavras e, assim, tornavam-na mais difícil de ser violada. Essa, a “lei oral”, à qual se atribuía o segundo lugar em autoridade somente em relação à própria Torá, e cuja origem, mediante uma construção artificial, remontava ao próprio Moisés. Ela estava preparada para incluir 613 “mandamentos” diferentes.
P.S.: artigo publicado no periódico Jornal da Cidade (Caxias – MA), em 21/08/2005.
A lei no novo testamento
No século II a.C., Ptolomeu II Filadelfo (283-246 a.C.) desejava ter, na grande biblioteca que fundara em Alexandria, uma versão do hebraico para o grego dos livros sagrados dos judeus. A seu pedido, 72 homens, seis de cada uma das 12 tribos, foram enviados a Jerusalém para fazer a tradução (LXX), que foi realizada para a grande comunidade judaica daquela cidade. A partir dessa época, foi introduzido o termo grego nomos (lei), para trasladar tôrah, significando a lei como tal, o pentateuco, o Antigo Testamento completo, o decálogo ou uma lei particular do pentateuco.Jesus observou a lei e nunca aceitou a acusação de que a houvesse violado; quando era incriminado disso, insistia que se tratava da lei oral, tradição humana (Mt 15, 3-6; Mc 7, 8s.13; Cl 2, 8), e não da torá, em que se baseava a censura (Mt 15; Mc 7).A atitude de Jesus em face da lei deve ser descrita como negativa. Os publicanos e os pecadores precedem os escribas e fariseus no reino dos céus (Mt 21, 28-32), e os pecadores arrependidos são melhores do que os justos que não têm arrependimento (escribas e fariseus, Lc 15, 1-10).As bem-aventuranças (Mt 5, 3-10) não contêm nenhum elogio à observância da lei. O reconhecimento por parte do Pai celeste depende da confissão de Jesus (Mt 10, 32s; Lc 12, 8s). Assim, Jesus declara-se o senhor do sábado (Mt 12, 8; Mc 2, 28; Lc 6,5). O publicano arrependido é perdoado, ao passo que o fariseu justo não o é (Lc 18, 9-14). Aqueles que obedecem a todas as ordens do seu senhor são servos inúteis que não fazem mais do que o seu dever (Lc 17, 7-10). Os escribas e fariseus apropriaram-se da chave do reino dos céus, de modo que nem eles entram nem permitem que outros entrem (Mt 23, 13: Lc 11, 52).A lei em relação às palavras de Jesus assemelha-se a um remendo de pano novo colocado numa roupa velha, ou ao vinho novo guardado em odres velhos (Mt 9, 16-17; Mc 2, 21-22) Lc 5, 36-37). Jesus, como filho do reino, está livre das obrigações impostas pela lei (Mt 17, 24-27). Ele não hesita em repetir e confirmar a lei (Mt 5, 21-48), e o tratamento que lhe dá aqui não tem nada da maneira rabínica; sua antítese é: “Dizia-se” e “Eu digo”. Por outro lado, a atitude de Jesus não é a de uma rejeição puramente negativa. Sua missão não consiste em anular a lei, mas em levá-la ao seu cumprimento pleno, e entra-se no reino dos céus mediante a observância da lei (Mt 5, 17-20). Quando lhe perguntaram como se alcança a vida eterna, sua resposta foi: “observa os mandamentos” (Mt 19, 16-19; Mc 10, 17-19; Lc 18, 18-20). Ele reduz toda a lei ao mandamento do amor a Deus e ao próximo (Mt 22, 34-40; Mc 12, 28-34; Lc 10, 25-28). A justiça de seus discípulos deve superar a dos escribas e fariseus (Mt 5, 20). Os escribas e fariseus capricham nas minúcias da observância e omitem a virtude essencial; eles deveriam praticar as primeiras sem desprezar a segunda (Mt 23, 23s). Essa dupla atitude deve ser relacionada com a concepção mais larga da missão de Jesus. Ele rejeita a lei como um meio suficiente de chegar-se à justiça; além da lei, a pessoa deve aceitar Jesus como alguém cujas palavras não são apenas iguais à lei, mas como alguém que vem como um novo Moisés para revelar o Pai.A lei em si é um meio insuficiente para se atingir a Deus; ela precisa ser cumprida plenamente, alcançar sua plenitude nele, Jesus. A lei é fundamentalmente aquilo que Jesus insiste que ela é: a vontade revelada de Deus. Os que aceitam essa revelação não podem fazer dela um pretexto ou uma desculpa para rejeitar a plenitude da revelação de Deus para a qual a lei se orienta.


A lei nos escritos paulinos
A atitude de Paulo diante da lei é universalmente atingida pelo problema da lei aplicada ou não aos gentios convertidos ao cristianismo. A primeira reação da comunidade cristã em face da aceitação dos gentios foi a de que esses deveriam primeiro tornar-se judeus para depois se fazerem cristãos; é lógico que os judeus os julgavam, colocando-se na situação de uma comunidade judaica.A Igreja primitiva, porém, rejeitou essa exigência; no Concílio de Jerusalém aceitou a declaração de Pedro, de que tanto os gentios quanto os judeus se salvavam pela graça de Jesus Cristo (At 15, 11), e a afirmação de Paulo, de que o homem se torna justo não pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo (Gl 2, 16).O problema especulativo do sentido e do valor da lei não ficou resolvido tão facilmente quanto o problema prático de sua observância. Porque a lei é para Paulo a vontade revelada de Deus e, por isso, seria impossível rejeitá-la.Para ele era evidente que a vida e a santidade vêm por meio de Jesus Cristo e não mediante a lei (Gl 2, 21). Se o batismo é uma morte para a vida que se vivia antes, a pessoa batizada é libertada do jugo da lei (Rm 7, 1-6). Jesus Cristo realizou o que seria impossível a lei fazer: libertar do pecado, que também é uma “lei” (Rm 8, 1-3). Paulo recorre à história de Israel para mostrar que a lei não constituía uma barreira efetiva ao pecado (Rm 2, 17-24); na verdade, a lei não é melhor do que a “lei“ que os gentios trazem em seus corações e que os faz praticar as obras da lei mesmo sem conhecê-la (Rm 2, 14-16).O Espírito vem pela fé e não pela lei (Gl 3, 2). A lei “provoca a ira” no sentido de que revela o pecado, manifesta o que há de pecado no homem e a importância deste para superar o pecado (Rm 4, 15; 5, 20; 7, 9; 2Cor 3, 6; Gl 3, 19). Porque a lei como reveladora do pecado é um instrumento de condenação, e não de salvação.O evento cristão equivale, pois, a uma nova criação (Gl 6, 15); os cristãos morreram para a lei (Rm 7, 4) com Cristo (Gl 2, 19), e, como Cristo é o novo Adão (Rm 5,15-19), a velha criação foi superada, tornou-se ultrapassada (Rm 10, 4).A lei, pela revelação que faz do pecado, trouxe uma condenação; ninguém está sujeito a ela (Gl 3, 13). Portanto, o destino da lei não era o de salvar o homem, mas de conduzi-lo a Jesus, o salvador; a lei era o pedagogo que levava as crianças à escola. Quando a criança atinge a maioridade, o trabalho do pedagogo termina. Aqui, a concepção que Paulo tem da lei atinge uma síntese.Paulo repete a palavra em que Jesus reduzia toda a lei ao mandamento do amor (Gl 5, 14). Da mesma forma, como um rabino experimentado, ele cita oportunamente a lei para ilustrar algum ponto, seguindo a maneira usada nas discussões rabínicas (1Cor 9, 8; 14, 21-34).A lei é freqüentemente mencionada em Hb, mas a ênfase recai sobre a lei natural e cultual, que explica a dignidade e a função do sacerdócio. O sacerdócio de Jesus é apresentado e explanado como um sacerdócio de Israel. Também aqui é aplicado o princípio da insuficiência da lei (Hb 7, 11.18s; 10, 1).
P.S.: artigo publicado no periódico Jornal da Cidade (Caxias – MA), em 04/09/2005.
A lei em Tiago e em João
A antítese bem conhecida de Tiago não é um contraste entre a fé e a lei, mas entre a fé e as obras (Tg 2, 14-26).A sua epístola é dirigida às “doze tribos da Diáspora” (Tg 1, 1), que são os cristãos de origem judaica, dispersos no mundo greco-romano. O corpo da carta confirma que esses destinatários sejam convertidos do judaísmo.Ele as inspira na literatura sapiencial, para dela extrair lições de moral prática. Mas depende profundamente dos ensinamentos do evangelho, e seu escrito não é puramente judaico.Na epístola encontram-se o pensamento e as expressões prediletas de Jesus. Tiago é um sábio judeu-cristão que repensa as máximas da sabedoria judaica em função do cumprimento que elas encontraram na boca do Mestre.Seu primeiro assunto exalta os pobres e adverte severamente os ricos (Tg 1, 9-11; 1, 27-2, 9; 4, 13 – 5, 6): esta atenção para com os humildes, os favorecidos de Deus, prende-se à antiga tradição bíblica e de modo todo especial às bem-aventuranças do Evangelho (Mt 5, 3+).O segundo tema insiste na execução das boas obras e acautela contra a fé estéril (Tg 1, 22-27; 2,14-26).Para Tiago, o Evangelho é uma nova lei, uma lei perfeita de liberdade (Tg 1, 25). Seria falsa uma concepção da liberdade cristã que admitisse não haver obrigações impostas pela lei aos cristãos; deve-se obedecer a toda a lei (Tg 2, 8-11; 4, 11s). Tiago evidentemente não quer dizer com isto a Torá inteira; segundo Jesus e Paulo, a “lei régia” está reduzida ao único preceito do amor (Tg 2, 8), e para os cristãos ela inclui todas as obras da lei que o amor requer.O evangelho de João distingue-se dos outros evangelhos por numerosos traços: milagres que eles ignoram, como o milagre da água transformada em vinho em Caná (Jo 2, 1-12) ou a ressurreição de Lázaro (Jo 11, 1-44), longos discursos, como o que vem depois da multiplicação dos pães (Jo 6, 26-58), cristologia muito mais evoluída, que insiste particularmente sobre a divindade de Cristo (Jo 1, 1; 20, 29).Importa a João mostrar o sentido de uma história, que é tanto divina quanto humana, história e também teologia, que se desenvolve no tempo, porém mergulha na eternidade.Ele quer contar fielmente e propor à fé dos homens o acontecimento espiritual que se realizou no mundo pela vinda de Jesus Cristo: a encarnação do Verbo para a salvação dos homens.Os milagres contados são “sinais” que revelam a glória de Cristo e simbolizam os dons que ele traz ao mundo (purificação nova, pão vivo, luz e vida).João relata duas discussões sobre o sábado, mas a questão da lei não é importante para ele; as divergências dão oportunidade às discussões que as seguem (Jo 5, 16ss; 9, 14). Para João, a lei é a revelação (Jo 1, 17). Ela é uma revelação que fala de Jesus e de seu testemunho (Jo 1, 45; 5, 39s). Jesus recorre à lei como um argumento em favor dele próprio (Jo 8, 17; 10, 34; 15, 25). Diante da breve alusão em 1, 17, vê-se claramente que João concebe Jesus como a nova lei que vem superar a antiga; e, para expressar isso, ele escolhe o termo legal hebraico que designa a mais solene promulgação da vontade revelada de Deus, a “palavra”.
P.S.: artigo publicado no periódico Jornal da Cidade (Caxias – MA), em 11/09/2005.

A Santa Lei de Deus


A SANTA LEI DE DEUS
• Distinção de Leis• Contraste Entre as Leis – Moral e Cerimonial• O que é Ab-Rogar a Lei?• O Que Você Deve Saber Sobre a Lei• Quando Foi “Enterrada” a Lei Cerimonial ?• A Verdade Sobre a Mudança da Lei• “ A Lei e os Profetas, Duraram Até...(?)”• Lei Moral Antes do Sinai• A Perfeição Divina• Exatidão Divina• Excelência Divina
“Agora é o tempo de mostrar-se o povo de Deus leal aos princípios. Quando a religião de Cristo for mais desprezada, quando Sua Lei mais desprezada for, então deve nosso zelo ser mais ardoroso e nosso ânimo mais inabalável. Permanecer em defesa da verdade e justiça quando a maioria nos abandona, ferir as batalhas do Senhor quando são poucos os campeões – esta será nossa prova. Naquele tempo devemos tirar calor da frieza dos outros, coragem da covardia e lealdade de sua traição.” – E.G. White, Testemunhos Seletos, vol. 2 pág. 31.“O corpo do homem é governado pela lei natural e seu comportamento pela Lei Moral; estas duas leis devem refletir a harmoniosa vontade de Seu autor.”“A lei de Deus é divina, santa, celestial, perfeita... Não há mandamento em excesso; não falta nenhum; é tão incomparável que sua perfeição constitui uma prova de divindade.” – Spurgeon (teólogo Batista), Sermon On The Law.“A Lei é a vontade de Deus, no Decálogo.” – Pr. Carlo Johansson (téologo Assembleano), Síntese Bíblica do Velho Testamento, pág. 48.“A lei é uma parte vital do governo divino no mundo em nossos dias... a santa Lei de Deus é um pré-requisito para uma experiência mais profunda da Graça.” – Pr. Harold J. Brokle (teólogo Assembleano), Prosperidade Pela Obediência, pág. 10.“Os mandamentos representam a expressão décupla da vontade de Jeová e a norma pela qual governa Seus súditos.” – Pr. Myer Pearlman (teólogo Assembleano), Através da Bíblia, pág. 27.“O Senhor não anulou a Lei Moral, contida nos Dez Mandamentos, e observada pelos profetas. O objetivo de Sua vinda não foi abolir nenhuma parte dela... Todas as suas partes têm de permanecer em vigor para a humanidade de todas as épocas, pois não dependem de tempo, de lugar, ou de outra qualquer circunstância sujeita a mudanças, da natureza de Deus e do homem, e das relações imutáveis que existem ente eles.” – João Wesley, Bible Readings for the Home Circle, pág. 375. (Citado em Segue-me pág. 140). Grifo meu.“O ritual, ou a Lei Cerimonial, dada por Moisés aos filhos de Israel, contendo todas as injunções e ordenanças que estavam relacionadas com os velhos sacrifícios e serviços do templo, nosso Senhor em verdade veio para destruir, dissolver, e inteiramente abolir. Esse fato traz o testemunho de todos os apóstolos... Essas ordenanças eram transitórias, nosso Senhor as apagou, removeu e pregou na Sua cuz. Mas a Lei Moral contendo os Dez Mandamentos e reforçada pelos profetas, Ele não a aboliu. Não foi o objetivo de Sua vinda abolir qualquer parte dela. Ela é uma lei que nunca pode ser anulada e que ‘permanece como a fiel testemunha no Céu’. A moral (lei) repousa sobre um fundamento diferente dos das Leis Cerimoniais ou rituais... Cada parte dessa lei tem de permanecer em vigor para a humanidade de todas as épocas, visto que não depende de tempo, de lugar, ou de outra qualquer circunstância sujeita a mudanças da natureza de Deus e do homem, e das relações imutáveis que existem entre eles.” – João Wesley (fundador da Igreja Metodista) – Sermon 25, On The Sermon on The Mount, págs. 221 e 228. (Citado em Segue-me págs. 184-185). Grifo meu.DISTINÇÃO DE LEISCrê, boa parte dos cristãos de hoje que a Lei de Deus foi abolida quando Cristo morreu na cruz. Assim admitem esses irmãos, pelo fato de aceitarem que a Bíblia apresenta apenas uma lei, a Lei de Moisés. Entendem pelo termo “lei”, encontrado nas Escrituras, como definindo todas as leis da Bíblia. Não compreendem a separação delas, e discordam que haja distinção entre as mesmas. Tudo se resume, pensam, na Lei de Moisés. Não aceitam a existência de um código particular, como a Lei Moral (Os Dez Mandamentos), ou a Lei Cerimonial (ritualismo judaico).O estudante sincero encontra nas Escrituras muitas leis, entre as quais destaco: Lei Moral – os Dez Mandamentos (Êxodo 20:1-17). Lei Cerimonial (Levíticos 23). Lei Dietética – de Saúde (Levíticos 11). Lei Civil (que regia o governo dos judeus). Leis de Casamento. Leis de Divórcio. Leis de Escravatura. Leis de Propriedade. Leis de Guerra, etc.Caiu no domínio popular cristão que, quando se menciona ou se lê na Bíblia a palavra lei, tudo se resume na Lei de Moisés, o que não é correto. De fato, existem muitas leis que foram enunciadas, escritas e entregues por Moisés, embora provenham de Deus, e entre elas está a Lei Cerimonial, consistindo de um ritual que os judeus deveriam praticar até a chegada do Messias Jesus. Esse ritual simbolizava o evangelho para os judeus, e compunha-se de ordenanças como: ofertas diversas, holocaustos, abluções, sacrifícios, dias anuais de festas específicas e deveres sacerdotais (II Crôn. 23:18; Lev. 23; II Crôn. 30:16; Esd. 3:2).Há porém um código particular e distinto, escrito e entregue pelo próprio Deus a Moisés; é a Lei Moral dos Dez Mandamentos, e em nenhuma parte das Escrituras é esta lei chamada de Lei de Moisés. Portanto, estudando com cuidado e carinho, qualquer um encontrará na Bíblia essa variedade de leis. “Billy Graham, considerado o maior evangelista da atualidade e fundamentalista, assim se expressou sobre a Lei de Deus. Reproduzimos a pergunta específica de um repórter e consequente resposta textual, como estão na coluna de um jornal londrino (reproduzidas em Signs of the Times de 23.08.1955, pág. 4).“Pergunta: Mr. Graham, alguns homens religiosos que conheço, dizem que os Dez Mandamentos são parte da ‘lei’e não se aplicam a nós hoje. Dizem que nós, como cristãos, estamos ‘livres da lei’. Está certo?“Resposta: Não, não está certo, e espero que você não seja desencaminhado por estas opiniões; é de suma importância compreender o que quer dizer o Novo Testamento quando afirma que estamos ‘livres da lei’. Como é evidente, a palavra ‘lei’ é usada pelos escritores do Novo Testamento em dois sentidos. Algumas vezes ela se refere à Lei Cerimonial – do Velho Testamento, que se relaciona com matéria ritualística e regulamentos concernentes a manjares, bebidas e coisas deste gênero. Desta lei, os cristãos estão livres na verdade. Mas o Novo Testamento também fala da Lei Moral, a qual é de caráter permanente e imutável e está sumariada nos Dez mandamentos.” – A.B. Christianini, Subtilezas do Erro, pág. 63-64. Grifos meus.Este famoso pregador Batista confirma o que a Bíblia apresenta com enorme clareza. Bem, aguce sua audição agora e vamos consultar, também, o apóstolo Paulo, a respeito do assunto:I Coríntios 14: 21“Está escrito na lei: Por gente doutras línguas, e por outros lábios, falarei a este povo...”Aqui, Paulo não se refere nem à Lei Moral, e muito menos à Lei Cerimonial. Sua referência só pode ser ao Pentateuco ou mesmo a todo o Antigo Testamento, nunca porém a um código definido, como a Lei Moral ou a Lei Cerimonial.Gálatas 3: 10“Todos aqueles pois que são das obras da lei estão debaixo de maldição... porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as obras que estão escritas no livro da lei, para fazê-las.”Aqui, lógico e evidente, refere-se o apóstolo a outra lei. É inegável! Inclusive a define como sendo escrita em um livro.Há outras passagens contundentes da pena de Paulo que apresenta a diversidade de leis, porém, chamo sua atenção para um fato altamente importante e de real destaque em dois textos:Efésios 2: 15 – “Na Sua carne desfez a inimizade, isto é; a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças...”Romanos 3: 31 – “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a lei.”Releia o que disse Billy Graham aí atrás (pág. 75). Agora considere o que escreveu este eminente teólogo:“O contraste entre as afirmações é nítido quando se chama a atenção para o fato de que Paulo usou a mesma raiz grega para as palavras aqui traduzidas por ‘desfez’ e ‘anulamos’. Esta raiz, katargeo, significa tornar ‘inoperante’,‘fazer cessar’, ‘afastar’ alguma coisa, ‘anular’, ‘abolir’. Mas o escritor inspirado Paulo diz a uma determinada igreja que a ‘lei’ está desfeita, e a outra igreja exclama: ‘De maneira nenhuma (Deus nos livre é o sentido original)’, ao pensamento mesmo de que a ‘lei’ esteja abolida, e se refere à mesma lei em cada caso? Obviamente Paulo deve estar falando de duas leis diferentes. Esses dois textos são suficientes em si mesmos para expor a falácia de que a Bíblia fala de uma só lei.” – Francis D. Nichol, Objeções Refutadas, págs. 3-4. Grifos meus. Vamos ainda ouvir o apóstolo São Paulo.Efésios 6: 2“Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa.”Seria irrazoável, não acha, já que o “mandamento” fora desfeito, Paulo mandar os efésios observá-lo! E há mais, afirma ele ter sua obediência uma alvissareira promessa – vida longa – com saúde e paz; se a lei da saúde também for observada, evidente!I Timóteo 1: 8“Sabemos, porém, que a lei é boa, se alguém dela se utiliza legitimamente.”Percebe, meu irmão! Jamais pode ser boa uma coisa “maldita”. Correto? Também, se é boa e útil, por que ser abolida e desfeita, não é?Romanos 7: 14“Porque bem sabemos que a lei é espiritual, mas eu sou carnal...”Note, Paulo toma a minha e a sua palavra agora e diz: “sabemos que a lei é espiritual”. Sabia você isso, irmão? Ou seja: A lei provém do Espírito de Deus. Se sua fonte é tão sagrada, não lhe surpreende vê-la tão rejeitada?Romanos 7: 16“E se faço o que não quero, consinto com a lei que é boa.”Observe novamente a afirmação paulina: “A lei é boa”. Não deixa ele brecha para suposições ou interpretações falseadas. A lei é boa disse. Ora, se a lei é boa e contribui para tornar o homem espiritual, não pode nem deve ser anulada, desfeita, interrompida, caducada. Nunca! Concorda? Nunca jamais, você dirá com certeza! Romanos 7: 12“E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.”Permita-me repetir as palavras de Paulo mais uma vez: Lei santa, Lei justa, Lei boa. É inegável que Paulo faz alusão a leis diferentes, porque jamais poderia afirmar que uma lei não presta e seja boa ao mesmo tempo. Que foi anulada, e é santa, justa e boa. Que é maldição e que tenha uma promessa de longa vida ao se observá-la.Romanos 7: 22“Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus.”Viu? Lei de Deus e não de Moisés. Claro, não é? Que acha o irmão, seja o “homem interior”?– Sim, é o homem espiritual, o crente fiel e sincero, o homem que não transgride a vontade divina, que não transige com o pecado, e, como Paulo, tem prazer na Lei de Deus.Romanos 7: 25“Dou graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor, assim que eu mesmo com o entendimento sirvo a Lei de Deus...”Caro irmão, Paulo já afirmou que a Lei de Deus é santa, justa, boa, espiritual, tinha prazer em guardá-la, e agora dá “graças a Deus por Jesus Cristo” pela oportunidade e privilégio de poder, com todo o seu entendimento, servir à Lei de Deus. Que maravilhoso! Creia isto, sinceramente, amado!Por conseguinte, é contundente e claro que há distinção de leis na Bíblia. Ninguém deve supor que toda referência à lei nas Escrituras se credite a Moisés como sendo o legislador. De fato, os seus primeiros cinco livros são considerados a “lei”, pois, forma o compêndio mais exato das obrigações mútuas e orientações divinas para o estabelecimento do governo de Deus, Seus métodos e regulamentos. Mas, é bom saber e, dar lugar à Lei Moral dos Dez Mandamentos, que não foi escrita por Moisés, como se julga, e sim pelo próprio Deus, em tábuas de pedra (Êxo. 31:18). É a única parte das Escrituras que Deus não permitiu ao homem escrever; Ele mesmo o fez, pela primeira e segunda vez, quando Moisés quebrou as tábuas, sobre o bezerro de ouro, ao descer ele do Monte Sinai (Êxo. 34: 1,28).Assim agiu Deus, para patentear a sacrossantidade de Sua lei, bem como chamar a atenção do homem para o fato de Ele próprio tê-la escrito, e mais, sobre pedras, para deixar clara a eternidade, perpetuidade e durabilidade desta lei, que é eterna e gloriosa, como Ele o é.“Algumas pessoas dão ênfase à distinção entre mandamentos ‘morais’e mandamentos ‘cerimoniais’. As exigências ‘morais’ são aquelas que em si mesmas são justas e nunca podem ser revogadas. Ao contrário, as leis ‘cerimoniais’ são aquelas sobre observâncias, sobre o cumprimento de certos ritos, por exemplo: os mandamentos acerca dos holocaustos e o incenso... As leis ‘cerimoniais’ podem ser abrogadas na mudança de dispensação, mas não as leis ‘morais’. É certo que existe tal distinção.” – Pr. O. S. Boyer (teólogo Assembleano), Marcos: O Evangelho do Senhor, págs. 38-39. Grifos meus.QUE SERIA DE NÓS SEM A LEI?No dia 7 de outubro de 1969, a polícia de uma das maiores cidades da América do Norte entrou em greve. Dois homens foram assassinados, quarenta e oito pessoas ficaram feridas em tumultos, foram assaltados sete bancos, houve muitos outros roubos e foram quebradas cerca de mil vitrines no centro da cidade. Os prejuízos excederam a um milhão de dólares.Que seria de nós sem a lei e sua aplicação? Que seria do mundo e do Universo sem a Lei de Deus e Seu poder moderador?No decorrer dos séculos, grandes pensadores reconheceram que a Lei Moral de Deus constitui a base de sociedades ordeiras. Quando a Lei de Deus é desprezada, os seres humanos tornam-se vítimas de seu raciocínio subjetivo. O resultado é permissividade destrutiva, libertinagem e degradação moral e ética. Nisto está se transformando nossa sociedade após o adultério ter deixado de ser crime na lei do Estado.
REFLEXÃO• Se Deus escreveu Dez Mandamentos, quantos Ele quer colocar em nosso coração hoje?• Amor se expressa pela obediência?• Cristo poderá salvar um transgressor?• O homem tem capacidade para corrigir a Deus?• Se Deus diz Sábado, porque o homem diz domingo?
CONTRASTE ENTRE AS LEIS MORAL E CERIMONIALSegundo o breve estudo anterior, é possível que alguém tenha ficado perplexo, pois há textos na Bíblia que positivamente declaram ser a Lei de Deus eterna, e que não muda, e que todos devem obedecê-la. Por outro lado, existem outras passagens que parecem significar que a lei é transitória, que nada aperfeiçoa, é inútil e o crente salvo em Jesus Cristo não tem obrigação de guardá-la.Dentre todas as leis mencionadas na Bíblia, duas têm destaque preeminente: A Lei Moral e a Lei Cerimonial, fato que muitos, mas muitos irmãos, mesmo, não compreendem, porém é claro em toda a Bíblia.“A Lei Moral, os Dez Mandamentos, chamamos de Lei de Deus. Esta lei vem da eternidade. Os princípios desta lei são a base do governo de Deus. São imutáveis como o trono de Jeová. A lei é por natureza indestrutível, adaptando-se ao governo de seres morais livres em todos os séculos, em todo o Universo de Deus. Nem um mandamento pode ser tirado do Decálogo. Permanece, todo ele, irrevogado, e assim permanecerá para sempre. Esta lei não pode ser ab-rogada, nem por homens da Terra, nem por seres do Céu. Nem mesmo o Seu autor – com reverência o dizemos – a pode ab-rogar, a menos que mude Sua natureza, e a forma de Seu governo. Disse Jesus: “É mais fácil passarem o Céu e a Terra do que cair um til da lei” (Luc. 16: 17). Portanto, esta lei permanece para sempre. Pelo menos enquanto durar Céu e Terra.“O mesmo não se dá com a Lei Cerimonial, frequentemente chamada de Lei de Moisés, que veio a existir depois da queda do homem. Esta lei ‘consistindo em manjares e bebidas, e várias abluções e justificações da carne’ e sacrifícios, destinava-se a chamar a atenção para a primeira vinda de Jesus; em vindo Ele, passou, pois nEle teve seu cumprimento. Aí encontraram-se o tipo e o antítipo; a sombra encontrou o corpo. Quando Cristo, o Cordeiro de Deus, morreu na cruz, ‘o véu do templo se rasgou em dois de alto a baixo’ (Mat. 27: 51). Os serviços do templo deixaram então de ter lugar. O sistema sacrifical cessou, e a lei que a ele pertencia deixou de existir. Foi cravada na cruz (Col. 2: 14). Foi dada para satisfazer condições temporárias, locais, e uma vez que essas condições mudaram em virtude da entrada da nova dispensação, os estatutos cerimoniais não tinham mais razão de ser.” – Folheto nº 22 – CPB. A seguir, através de inúmeros textos bíblicos, consolidaremos a grande verdade entre as duas leis, específicamente. Você vai notar que, de fato, existe uma distinção entre os dois códigos, e que, com certa facilidade, veremos que os textos que se referem a um não podem referir-se a outro, certo?A Lei Moral – é Denominada a “Lei do Senhor” – Salmo 1: 2; 19: 7“... tem o seu prazer na Lei do Senhor. E na Sua lei medita de dia e de noite. A Lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma...”A LEI CERIMONIAL – FOI DENOMINADA A “LEI DE MOISÉS”Neemias 8: 1“... disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da Lei de Moisés...”Atos 15: 5“Alguns, porém, da seita dos fariseus... se levantaram, dizendo que era mister circuncidá-los e mandar-lhes que guardassem a Lei de Moisés.”A Lei Moral – é Chamada a “Lei Real” – Tiago 2: 8“... se cumprirdes, conforme a Escritura, a Lei Real...”
A Lei Cerimonial – é Chamada a “Cédula de Ordenanças”Colossenses 2: 14“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças...”Efésios 2: 15“Na Sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos que consistiam em ordenanças...” (A Lei Cerimonial é chamada também de Lei Ritual).A Lei Moral – Existia Antes do Pecado do Homem – Romanos 4: 15“... onde não há – lei – também não há transgressão.”(Logicamente, se Adão e Eva pecaram, é porque transgrediram a lei de Deus. Disso Paulo dá provas cabais e insofismáveis, ao declarar: “Como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte... Mas o pecado não é imputado não havendo lei (Rom. 5: 12-13). Fica então claro, que a Lei de Deus existia antes do pecado do homem, no Éden).A Lei Cerimonial – Foi Dada Depois da Queda de AdãoOs símbolos e cerimônias desta lei (Lei Cerimonial) deveriam conduzir os homens ao Messias que viria para resgatar os pecadores. (Leia Hebreus 10:1).A Lei Moral – Foi Escrita Pelo PRÓPRIO Deus – Êxodo 31: 18“E deu a Moisés...duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus.”A Lei Cerimonial – Foi Escrita por Moisés – Deuteronômio 31: 9“E Moisés escreveu esta lei, e a deu aos filhos de Levi...”A Lei MORAL – Foi Escrita em Tábuas de Pedra – Êxodo 31: 18“E deu a Moisés... duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra...”A Lei Cerimonial – Foi Escrita em um Livro – Deuteronômio 31: 24“E aconteceu que, acabando Moisés de escrever as palavras desta lei num livro, até de todo as acabar.”A Lei Moral – Foi Colocada Dentro da Arca – Deuteronômio 10: 5“E virei-me e desci do monte, e pus as tábuas na arca que fizera; e ali estão como o Senhor me ordenou.”A Lei Cerimonial – Foi Colocada Fora da Arca – Deuteronômio 31: 26“Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca...”A Lei Moral – é uma Lei Perfeita – Salmo 19: 7“A Lei do Senhor é perfeita e refrigera a alma...”A Lei Cerimonial – “Nenhuma Coisa Aperfeiçoou” – Hebreus 7: 19“Pois a – lei – nenhuma coisa aperfeiçoou...”A Lei Moral – é uma Lei Eterna – Mateus 5: 18“... em verdade vos digo que até que o Céu e a Terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido.”A Lei Cerimonial – Era Transitória – Hebreus 10: 1“Porque tendo a lei sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas...”A Lei Moral – É Santa, Justa e Boa – Romanos 7: 12“... assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom.”A Lei Cerimonial – Nada Aperfeiçoou ou Santificou – Hebreus 10: 1“...Nunca, pelos mesmos sacrifícios que contínuamente se oferecem a cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam.”A Lei Moral – É uma Lei Espiritual – Romanos 7: 14 “Porque bem sabemos que a lei é espiritual...”A Lei Cerimonial – Era Carnal – Hebreus 9: 10“Consistindo somente em manjares, e bebidas, e várias abluções e justificações da carne...”A Lei Moral – Contém um Sábado Semanal – Êxodo 20: 8-11“Lembra-te do dia de Sábado para o santificar...”A Lei Cerimonial – Tinha Sete Sábados Anuais – Levítico 23: 27; 23: 32“Mas aos dez deste mês sétimo, será o dia da expiação; tereis santa convocação... sábado de descanso vos será; então afligireis as vossas almas, aos nove do mês à tarde...”Querido irmão, grave nos escaninhos de sua alma estas duas comparações finais. Entesourai-as no coração e na mente.A Lei Moral – Não Foi Ab-rogada (anulada) por CristoMateus 5: 17-19“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: Não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o Céu e a Terra passem, nem um jota, ou um til, se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido...”A Lei Cerimonial – Sim – Foi Cravada na CruzColossenses 2: 14“Havendo riscado a cédula que era contra nós, nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.”A Lei Moral – Não Foi Abolida Nem Anulada Pela Fé em CristoRomanos 3: 31 – “Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma; antes, estabelecemos a lei.”A Lei Cerimonial – Foi Desfeita ou Cancelada por CristoEfésios 2: 15 – “Na Sua carne (Seu sacrifício) desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças...”Finalmente, lhe digo amado: A Lei Moral não dá instruções ou informações sobre ofertas queimadas, de manjares, páscoa, ereção de altares, circuncisão, ordem sacerdotal, etc. A Lei Cerimonial é que engloba e exige a prática destes ritos.– Considere estes fatos, com carinho! E não esqueça do isto é!FALTA DE UNIDADE? CONTRADIÇÃO? EQUÍVOCO?• “– Os Adventistas e a Lei de Moisés – Dividem a Lei de Moisés em duas partes, uma moral, incluindo os dez mandamentos e a outra cerimonial, compreendendo o resto da lei. Dizem que Cristo aboliu a lei cerimonial, mas a lei moral precisa ser obedecida. Inventaram essa maneira de argumentar, porque viram-se em dificuldade diante da declaração bíblica de que a lei foi abolida por Cristo.” – Pastor Rui Franco (teólogo Batista), Revista Mocidade e Adulto, Edições Brasil Batista, 10 de outubro de 1976. Grifo meu.• “Devemos fazer distinção entre a lei cerimonial e a lei moral. A lei cerimonial ficou circunscrita ao Velho Testamento. Referia-se a costumes próprios do povo de Israel, alimentação, etc. Não temos nenhuma obrigação, hoje, para com essa lei.“Há, porém, a lei moral. Esta permanece. Os dez mandamentos, por exemplo, faziam parte da lei, mas permanecem até hoje, porque são princípios eternos, estabelecidos por Deus para as relações humanas.” – Pastor Walter Kaschel (teólogo Batista), Lições de Mordomia, Suplemento da Revista de Jovens e Adultos, Casa Publicadora Batista (teólogo Batista), 4a. impressão, 1964. Grifos meus.• “Não há tal coisa como duas leis diferentes dadas a Israel. Tal distinção não é mencionada em nenhum lugar da Bíblia.” – Gordon Lindsay (teólogo Assembleano) – Os Fatos Sobre o Sétimo Dia, pág. 39. Grifos meus.• “As idéias que alguns fazem da Lei de Deus, são errôneas e muitas vezes perniciosas. O arrojo ou ousadia dos tais, chega a ponto de ensinar ou fazer sentir que a Lei já foi abolida e que nenhum valor mais lhe resta, tão pouco tem autoridade para corrigir os costumes e influir na vida do indivíduo... Os que ensinam a mentira que a Lei não possui mais valor ou autoridade, ainda não leram com certeza os versículos que nos servem de texto (S. Mat. 5:17-19). Como se pode dizer que a Lei foi abolida?“Outros dizem que Jesus não fez mais que afrouxar a Lei. Ora, ainda aí, o absurdo é grande, pois será crível aos que possuem um pouco de senso, que Deus mude a Sua Lei quando Ele é imutável? Não! Tudo pode mudar-se, tudo pode transformar-se ou degenerar-se, porém Deus não muda, nem o Seu poder, nem a Sua glória; os Seus preceitos são eternos.“Vamos mais longe: Essa Lei é base da moralidade social, e será crível que tal base seja abolida, isto é, que se mate, adultere, furte e calunie? Não! Essa Lei é toda digna de nossa admiração, de nosso respeito e acatamento.“Jesus veio pôr em prática a Lei e não a abolir. Olhemos todos para esse modelo e peçamos força para obedecer os preceitos divinos.” – S. L. Ginsburg (Ministro Batista) O Decálogo ou Os Dez Mandamentos da Lei de Deus, págs. 4-7, grifos meus.• “A Bíblia afirma que existe uma só Lei. O que existe, na verdade, são preceitos morais, preceitos cerimoniais, e preceitos civis. É chamada Lei de Deus, porque teve origem nEle. Lei de Moisés, porque foi Moisés o legislador que Deus escolheu para promulgar a Lei no Sinai. Os preceitos, tanto do Decálogo como os fora dele, são chamados alternadamente Lei de Deus ou do Senhor e Lei de Moisés (Luc. 2:22 e 23; Heb. 10:28). São, portanto, sinônimos e, por isso não há distinção alguma (Nee. 8:1, 2, 8, 18). – Pr. A. Gilberto (teólogo Assembleano) Lições Bíblicas Jovens e Adultos, Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 2º trim/97, pág. 45.• “Algumas pessoas dão ênfase entre mandamentos ‘morais’ e mandamentos ‘cerimoniais’ . As exigências ‘morais’ são aquelas que em si mesmas são justas e nunca podem ser revogadas. Ao contrário, as leis ‘cerimoniais’ são aquelas sobre observâncias, sobre o cumprimento de certos ritos, por exemplo: os mandamentos acerca dos holocaustos e o incenso... As leis ‘cerimoniais’ podem ser ab-rogadas na mudança de dispensação, mas não as leis ‘morais’. É certo que existe tal distinção. – Pastor O. S. Boyer (teólogo Assembleano) – Marcos: O Evangelho do Senhor, pág. 38-39.A LEI E O PECADO“Quando os judeus rejeitaram a Cristo, rejeitaram a base de sua fé. E, por outro lado, o mundo cristão de hoje, que tem a pretensão de ter fé em Cristo, mas rejeita a Lei de Deus, comete um erro semelhante ao dos iludidos judeus. Os que professam apegar-se a Cristo, polarizando nEle as suas esperanças, ao mesmo tempo que desprezam a Lei Moral e as profecias, não estão em posição mais segura do que os judeus descrentes. Não podem chamar inteligentemente os pecadores ao arrependimento, pois são incapazes de explicar devidamente o de que se devem arrepender. O pecador, ao ser exortado a abandonar seus pecados, tem o direito de perguntar: Que é pecado? Os que respeitam a Lei de Deus podem responder: Pecado é a transgressão da Lei (I João 3:4). Em confirmação disto, o apóstolo Paulo diz: “...Eu não conheceria o pecado, não fosse a Lei...” (Rom. 7:7). – Mensagens Escolhidas, vol. 1 – E.G. White, pág. 229, grifos meus.O QUE É AB-ROGAR A LEI?Agora que sabemos qual a lei que foi abolida por Cristo, resta-nos saber a finalidade da Lei Moral, dos Dez Mandamentos. Antes, porém, deixe-me explicar o que é cumprir a lei, porque muitos pensam que, por ter dito Jesus: “Eu vim cumprir a lei”, Ele a cancelou.Tomemos, por exemplo, uma coisa simples, como uma placa de contramão. Esta placa, feita pelo Detran, consiste de um círculo vermelho com uma faixa branca cortando-o. Em qualquer país do mundo esta placa indica que é proibido ao carro seguir a rua onde ela esteja. Pois bem, então o motorista vai guiando o seu carro e de repente vê à sua frente tal placa. Se ele volta, ou dobra à esquerda ou à direita, ele está cumprindo a “lei” representada por aquela placa que o proibiu de seguir por aquela estrada. Então, cumprir é obedecer aquele regulamento. Como se vê, o cumprir não foi tornar nulo nem cancelar aquele dispositivo que o proibia seguir em frente.Da mesma forma, o pedestre que vai atravessar uma rua, posta-se então na calçada, e espera que o sinal fique vermelho para os carros; quando isto ocorre, acende-se o sinal verde para ele atravessar tranquilamente a pista de rolamento. A “lei” é representada ali pelo sinal vermelho para os carros e pelo sinal verde para ele. Se o carro pára ao sinal tornar-se vermelho, está o motorista cumprindo aquele regulamento, a lei do trânsito; e, se a pessoa atravessa quando o sinal está verde para ela, da mesma maneira está cumprindo o requisito legal que determina estas normas.Agora pergunto: Cumprir é cancelar, inutilizar, acabar? Certamente você responderá que não! Cumprir então é obedecer, neste caso, os estatutos do Detran. Da mesma sorte, qualquer proibição legal, obedecida, é cumprida, por quem a obedece.Isto acontece com os governos, indústrias, comércios, escolas, universidades, que têm regulamentos e leis. Qualquer cidadão brasileiro que é fiel em suas obrigações no pagamento de seus impostos, e que cumpre as normas e leis estabelecidas para o nosso bem-estar, está livre de sua condenação, mas, tão logo as transgride, fica sujeito às suas penalidades.Recentemente, em programa radiofônico de maior audiência no Rio de Ja-neiro, um jurista disse: “A lei cumprida, protege; a lei transgredida, condena”. Que bela verdade disse um homem que nem evangélico é! Da mesma maneira ocorre com a Lei de Deus. Mesmo sem a explicação apresentada, será ilógico achar que Jesus “cancelou”, “acabou” com Sua própria lei. Primeiro, porque ela é eterna, como é eterno o nosso grande Deus. Sobretudo é o fundamento de Seu governo. Segundo, por ela será julgada toda criatura, conforme as palavras de Tiago 2:12: “Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade”. Terceiro, ela é tão importante e útil que está guardada no Céu. Observe: “E abriu-se no Céu o templo de Deus, e a arca do Seu concerto foi vista no Seu templo...” (Apoc. 11:19). Portanto, estão no Céu, dentro da arca, os originais da santa Lei de Deus, escritos pelo Seu próprio dedo. Isto é muito significativo, irmão. Queira ler: Êxo. 31:18; Deut. 10:5.Pois bem, a finalidade da Lei de Deus é apontar, mostrar o pecado. A lei é o espelho espiritual do cristão. Se você estiver com o rosto sujo, o espelho mostra a sujeira e, então, o que faz? Lava-se, não é? O mesmo papel desempenha a Lei de Deus; ela mostra onde está sujo na vida do homem. Quando isso ocorre, a sujeira, isto é, o pecado, precisa ser removido.Fala-se muito que estamos debaixo da Graça. Que a Graça cancelou a lei, etc. Entrementes, afirmo, com base nas Escrituras Sagradas, que a lei jamais pode ser abolida, porque se tal acontecesse não haveria a necessidade da Graça. Sim, Graça é um favor imerecido. É estendida ao homem para justificá-lo de seu pecado, quando ele expressa fé no sacrifício de Jesus. – Que é pecado? Perguntou Billy Graham, quando de sua campanha evangelística no Rio de Janeiro em seu folheto intitulado: “Que importância você dá a Deus?” Ele mesmo responde: “Pecado é a quebra da Lei Moral... Porque todos nós temos quebrado os Dez Mandamentos...” Ele está certíssimo, porque a Bíblia revela tal verdade com estas palavras: “Qualquer que comete pecado, também transgride a Lei, porque o pecado é a transgressão da Lei” (I João 3:4 – Edição revista e atualizada). Esta é a mais clara e divina definição de pecado. Não esqueça: a lei funciona como um espelho. Qualquer pecado na vida do homem é apontado por ela, e imediatamente ela o acusa, restando ao homem uma única saída para livrar-se de sua incômoda penalidade: recorrer à Graça de Deus, que é a aceitação do sacrifício de Jesus para sua vida.Por conseguinte, para haver Graça, necessário é que haja pecado. E para saber se há pecado, preciso é que se tenha um código que o identifique. Por favor, irmão, preste a máxima atenção a este silogismo:Romanos 4:15; 5:13“Porque onde não há lei também não há pecado... mas o pecado não é imputado não havendo lei.”Assim que, se alguém prega que a Lei de Deus foi abolida, forçosamente as pessoas terão de crer também que não existe pecado, e se assim é, todos são justos, e todos se salvarão, possuam ou não fé em Cristo, tenham ou não nascido de novo, sem a manifestação da Graça.Sim, porque Deus não pode condenar nem destruir aqueles que não pecaram. Aceitando-se que a Lei Moral foi abolida por Cristo, não há mais necessidade de fé e muito menos angustiar-se por causa de uma perdição eterna, em chamas crepitantes, no Juízo Final. Agora observe o que diz o evangelista:Mateus 1:21“E dará à luz um filho e chamará o Seu nome Jesus; porque Ele salvará o Seu povo dos seus pecados.”Então, como é isso? Jesus nasceu para salvar homens do pecado?Paulo afirma que, “...Se não há lei, também não há pecado...” (Rom. 5: 13). E se hoje em dia alega-se ter sido a lei abolida, o raciocínio lógico é que, se não há pecado (em virtude do cancelamento da Lei de Deus), não pode haver salvação, pois ela é a consequência da conversão do pecador. Se todos, porém, são justos (pois não há uma lei que aponte e mostre pecados), para quê salvação?Ora, se não há salvação, que necessidade temos de Jesus? Conclui-se pela palavra dos que advogam a tese da abolição da Lei de Deus que – informa o apóstolo Paulo –, “não há pecado”. Não havendo pecado, dizemos nós, todos se salvarão, e o sacrifício de Jesus foi em vão, inútil e desnecessário, e é isso o que Satanás deseja, levando os homens a pensarem que a Lei de Deus foi abolida.Digo-lhe irmão, fiado na Bíblia, a Lei Moral de Deus existirá sempre, enquanto houver pecado. Permanecerá ela como a expressa vontade de Deus para com o homem. Ela acusará sempre todo aquele que cometer pecado.Saiba, meu irmão, quando se afirma que estamos livres da lei, isto é, de sua penalidade, fácil é saber se é verdade. Cumprindo os Dez Mandamentos em sua vida, a lei não o acusará. É como estar diante do espelho, e este mostra seu rosto completamente limpo. Mas, embora livre da condenação da Lei de Deus, pela justificação do sacrifício de Cristo, não quer dizer que o cristão esteja livre do pecado; em qualquer tempo que o cristão tornar a cometê-lo, novamente a lei o acusará, e assim acontecerá até a volta de Cristo, quando então, e só então e para sempre, será banido o pecado desta Terra. Depois leia estes textos: I. S. João 1:8,10. João 8:7.Agora ouça, amado irmão, de que adianta dizer-se justificado, salvo pela Graça, e guardar apenas nove mandamentos, como é o caso de muitos, se a lei é composta de dez? Para estes há uma dura palavra na Bíblia:Tiago 2:10“Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.”Se a Bíblia diz que “pecado é a transgressão da lei”, portanto, mesmo sendo apenas um mandamento quebrado, o pecado torna-se patente na vida do transgressor, pois para Deus o pecado não tem categoria nem tamanho. Pecado é pecado! Ouça:I João 2:3 e 4“E nisto sabemos que o conhecemos, se guardamos os Seus mandamentos; aquele que diz: Eu conheço-O e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso e nele não está a verdade.”Percebe como é grave a situação? Meu amado, se à luz desta dura palavra, e se a Lei de Deus lhe mostra alguma transgressão, lave-se no sangue de Jesus, seja forte, decida-se. Pois a Bíblia determina:Eclesiastes 12:13 “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os Seus mandamentos, porque este é o dever de todo homem.” Jesus disse ao jovem rico: “... se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos” (Mat. 19:17).Você irmão, só terá absoluta certeza de que a lei não o acusa, se estiver guardando os Dez Mandamentos de que ela é composta. Esta é a única maneira de certificar-se de estar livre de sua condenação.Alguém poderá dizer, como já ouvi: “Isso é legalismo”! Eu responderei: “Isso é o que diz a Bíblia”, e eu creio nela. Outros dizem: “Ninguém pode guardar toda a lei”. Assim agem, porque não depositam em Deus suas fraquezas, para dEle receber força. Isso dizem os que limitam o poder de Deus. Isso dizem os cristãos de pequena fé. Isso dizem os que não querem ver os milagres de Deus.Caro irmão, quer ser vitorioso e forte para poder guardar a Lei de Deus? Leia Filipenses 4:13, Mateus 6:33, Isaías 49:15 e 16. Leia várias vezes. Ore. E o Deus do Céu o abençoará ricamente. Se tomar a decisão de ser fiel a Deus nesta parte da Bíblia, reclame de Deus a Sua bênção. Glória a Deus! Aleluia!