sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

O Rico e Lázaro

Parábola, segundo o Dicionário é a “Exposição de um pensamento sob forma figurada; ficção que representa um objeto para dar ideia de outro...”
Compor parábolas era o método particular que Jesus usava para o ensino (Mateus 13:13-15,34-35); e também para cumprimento da profecia bíblica: “Abrirei em parábolas a Minha boca...” – Salmo 78:2.
Muitos sinceros cristãos usam a parábola do Rico e Lázaro literalmente para aceitar a doutrina da imortalidade da alma. Então vamos estudá-la assim, toda literalmente, certo? Coloquemos em pauta o Rico.
Jesus não disse que o rico era mau. Ser rico não é característica do desagrado de Deus. Abraão foi chamado “amigo de Deus” e, Moisés, no Gênesis 13:2 diz: “Era Abraão muito rico em gado, em prata e em ouro”. Jó, era o homem mais rico do Oriente (Jó1:1-3). Salomão, José de Arimatéia, Nicodemos, este, afirmam era tão rico, que sua fortuna daria para sustentar a nação judaica por 10 anos, e no entanto, não foi repelido por Jesus, ao contrário, o Mestre amou-o profundamente.
Então, caro irmão, depreendemos daí que não é nenhum pecado ser rico. E a Bíblia informa simplesmente, nesta parábola: “Havia um homem rico... e ele morreu...” (Luc. 16:22). Agora, em pauta, o mendigo.
Jesus não disse que Lázaro era um crente bom e fiel, muito menos cumpridor da Lei de Deus. Diz, simplesmente: era um mendigo. Ouça irmão, e não se escandalize: mendicância é prova do desfavor de Deus (perdão Senhor!) É Davi quem diz, ouça-o:
“Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência mendigar o pão.” – Salmo 37:25.
Portanto, aceitar essa parábola literalmente, como se quer admitir, forçoso será crer que o mendigo foi salvo pelos “méritos da pobreza”, o que contraria frontalmente o plano de salvação.
Literalmente falando, a benemerência deste Rico parabólico assumiu proporções maiores, porque Lázaro era um farrapo de gente, com o corpo todo carcomido pela lepra. Medite nisto que lhe digo com carinho:
– Você de manhã, junto com seus filhos se prepara para sair, quando, ao abrir o portão, depara com esse pobre “trapo” de gente, caindo aos pedaços, e os seus cães lambendo aquelas feridas em carne viva, devorada pela lepra. Diga sinceramente, qual seria sua reação? Daria a ele comida, mesmo sendo migalhas (migalhas de rico é fartura) de sua mesa ou chamaria a Polícia ou a Saúde Pública?
Sua reação, meu amado, é uma incógnita, mas a do Rico da parábola, não!
Considerando as virtudes de ambos quem merece o Céu? Se Lázaro por ser mendigo foi para o Céu, o Rico não pode deixar de ir também, porque não é pecado ser rico, e, esse da parábola, demonstrou genuína humanidade, não expulsou o mendigo de sua porta, não chamou a Polícia nem a Saúde Pública, e ainda permitiu-lhe alimentar-se do pão de sua mesa.
A literalidade da parábola mostra que os pobres ao morrerem vão para o Céu, porque Lázaro morreu, e foi para o “seio de Abraão” – Lucas 16:23.
Você não acha que o seio de Abraão seja muito pequeno, porque no máximo este patriarca devia ter de altura, 2,30 m? E os pobres que morreram antes de Abraão, para que seio foram? Caberá no seio de Abraão todos os pobres do mundo quando morrerem? Se por ser mendigo tem direito ao Céu, o crente jamais poderá ficar fora dele, e que seio é esse para caber tanta gente? Abel, que viveu antes de Abraão, para que seio foi? E Abraão, chamado o amigo de Deus, homem justo e bom, o pai da fé, morreu, e para onde foi? Para o seu próprio seio?
E mais, literalmente falando, a fronteira entre o Céu e o inferno é tão próxima uma da outra que permite diálogo entre as pessoas que gozam as delícias do paraíso com as que sofrem o suplício eterno.
Então imaginemos por exemplo, que você, irmão, esteja no Céu, gozando a bem-aventurança. Aí, você contempla um amigo ou parente no inferno, o fogo inclemente devorando-o; dores, gritos horripilantes, tormento indizível. Afinal, o Céu e o inferno estão separados por uma “parede-de-meia”? Como você se comportaria?
Os que aceitam essa parábola literalmente para fundamentar a doutrina da imortalidade, se surpreenderão diante de outras parábolas relatadas pela mesma Bíblia, no campo literal. Confirme!
Leia Juízes 9:7-15, a parábola de Jotão. Você crê que as árvores falavam? Eram conscientes? Leia agora II Reis 14:9 e mantenha a calma. Leu?
Então, que lhe parece? Cardo e cedro são árvores. Árvores de lei e estão falando. E que casamento de filhos de árvores é esse? Querido irmão, são parábolas, e parábolas são metáforas, estória, não podem ser entendidas literalmente, uma “... ficção que representa um objeto para dar ideia de outro”.
Tudo aí é figurado. É uma mera e inteligente ilustração! Nada mais que dois reis: o de Judá (Amazias), e o de Israel (Jeoás); são personificados pelas árvores. Jeoás compôs a parábola para Amazias. Este não a atendeu (II Reis 14:11), e por isso, o povo do “cardo” (Amazias), foi ferido pelos “animais do campo” (exército do “cedro” – Jeoás).
Na parábola da ovelha perdida, a ovelha é um animal, mas representa o pecador (Lucas 15). Na parábola do semeador, a semente é o evangelho. A vinha do Senhor é a casa de Israel (Isaías 5:1-7).
O que, afinal, desejava ensinar o Senhor?
O Rico da parábola era uma “símile” dos judeus, a quem Deus fez os depositários dos oráculos divinos. Deveriam por isso ser a luz das nações. Os reis da Terra deveriam caminhar vendo a glória de Deus sobre eles (Isaías 60:3).
Lázaro, o mendigo parabólico também era uma “símile” (analogia – semelhança) dos gentios, que eram, lamentavelmente, considerados como cães, imundos e indignos das bênçãos de Deus, pelos judeus.
Assim que, foram os judeus comparados ao homem Rico da parábola, porque tinham as riquezas do evangelho; no entanto, não cumpriram a vontade de Deus a seu respeito, que era de ser a luz dos gentios. No campo religioso, os pobres gentios pegavam mesmo, apenas as migalhas.
No pátio do Templo de Jerusalém havia uma linha demarcatória que, se os gentios dali passassem, eram mortos no ato, isso porque eram considerados indignos de cultuar a Jeová neste santuário.
Leia em Mateus 15:21-28 um belo exemplo de sublime e sincera fé.
Jesus não possuia o preconceito dos judeus. Ele queria ensinar, na parábola do Rico e Lázaro, que os judeus (Rico) banqueteavam-se na mesa da verdade, enquanto os gentios (Lázaro), coitados, eram os cachorrinhos que procuravam a todo custo apanhar migalhas do evangelho.
Os ricos vestiam-se de linho branco. O branco significa paz, pureza, e era isso que Deus lhes desejava, caso ouvissem, e fossem fiéis ao legado divino. Os gentios eram o Lázaro tão repelente quanto o leproso. Eram os leprosos espirituais. Não tinham direito, como pensavam os judeus, às bênçãos e favores de Deus. Mas, irmão, a mesa da verdade, da qual se orgulhavam os judeus, tornou-se em laço para eles. Ouça: “E Davi diz: Torne-se-lhes sua mesa em laço, e em armadilha, e em tropeço, por sua retribuição”. Romanos 11:9.
Esse foi o quinhão de um povo recalcitrante, endurecido por tanta desobediência e rebelião. Embora representassem a preferência nacional de Deus, os judeus rejeitaram e mataram o Senhor do evangelho, por isso foram “quebrados” e outros “galhos” foram “enxertados” na Oliveira – nós, os gentios – representados na parábola, por Lázaro, o mendigo (confirme esta clareza em Romanos 11:17-21).
Os judeus, portanto, rejeitaram o Messias (o Rico morre). Esta rejeição consolidou-se com o apedrejamento de Estêvão, o primeiro mártir do cristianismo (Atos 7:54-60), quando então os filhinhos ou o Rico da parábola, perderam definitivamente a preferência divina, bem como o direito à salvação como um povo, embora individualmente todos eles tenham direito a ela.
Assim, pois, sem sombras de dúvidas, a parábola do Rico e Lázaro foi apresentada por Jesus para esclarecer definitivamente que o destino do homem – rico ou pobre é decidido aqui nesta vida, “pelo uso feito dos privilégios e oportunidades” conferidos por Deus. Mas, Jamais para apoiar a doutrina da imortalidade da alma, certo!
Leia como complemento: Mateus 16:27; 25:31-41; I Coríntios 15:51-55; I Tessalonicenses 4:16-17; Apocalipse 22:12, etc.
Grande abraço. Procure-nos, se desejar, ok!

Fonte: www.ados.com.br

Um comentário:

JOÃO JOAQUIM MARTINS disse...

Querido semelhante me perdoe se estou sendo inconveniente. Em caso afirmativo, simplesmente delete, sem precisar justificar. Acontece que sou carteiro, recebi cartas para entregar a cada ser humano que encontrar. Se você vai ler ou não é problema seu. Porém sou obrigado a entregar. Bem, a carta a que me refiro está disponibilizada no meu blog. O aviso, no entanto, acaba de lhe ser entregue. Muito obrigado por sua atenção. João Joaquim Martins, Servo dos servos do Senhor Jesus Cristo.