sábado, 5 de setembro de 2009

Breve Histórico da Missão Integral

O texto "Missão, Evangelização e Diakonia", de autoria de Pedro Triana inicialmente nos apresenta o conceito de espiritualidade: “Espiritualidade é sentir-nos comprometidos e enviados em missão, clérigos e leigos, na luta pela vida e pelo Reino”. No conceito acima apresentado, o autor enfatiza que todos temos de nos unir na missão de Deus no mundo, ou seja, missionários, clérigos e leigos, todos devem se envolver cotidianamente com o Deus vivo e deixar-se consumir pelo fogo transformador e renovador do Espírito Santo.
O autor aponta dois erros fundamentais e concretos com relação às origens do cristianismo. Um de ordem cronológica e outro de ordem geográfica. No erro cronológico, o “Movimento de Jesus” sempre existiu. Primeiro veio a sua Missão, depois a Igreja. Já o erro geográfico apresenta uma visão distorcida ocidental, nortista, branca e desorientada das origens do cristianismo.
O autor enfatiza a necessidade de se recuperar a memória dos empobrecidos, dos excluídos e dos marginalizados, como centro da identidade do cristianismo.
A missão e evangelização devem ser anunciadas por meio de ações e de palavras. Deve-se, portanto, evangelizar mediante a prática, que inclui palavra e ação, o Reino de Deus.
A igreja tem por finalidade anunciar a Palavra de Deus e proclamar as boas novas do Reino para os pobres, os fracos, os discriminados, os marginalizados e os excluídos.
O coração da igreja deve ser, portanto, a diakonia. Esta é a própria razão de ser da igreja. Ela foi estabelecida para servir e não para ser servida. O objetivo principal dos seguidores de Cristo é a lei do serviço abnegado aos necessitados. Deus quer que tenhamos vida abundante e com qualidade. Somente através da solidariedade e da sensibilização é que a comunidade cristã poderá ser agente de mudança e de transformação de uma sociedade mais fraterna, justa e igualitária.
O autor conclui o seu texto nos apelando para a evangelização e proclamação extra-eclesial, ou seja, para fora da igreja, macro-ecumênica e amplamente inclusiva, pois, conforme a opinião de Boff, citada pelo autor, ninguém detém o “monopólio da revelação divina e dos meios de salvação”. Jesus Cristo veio para todos. Ele não faz distinção de etnia, credo ou cor da pele. Por isso Jesus Cristo nos conclama para reformularmos a nossa visão missiológica pelos caminhos da solidariedade, transformação e inclusividade na igreja.
Já o texto de autoria de Ivo Xavier de Oliveira, intitulado "Uma Reflexão Sobre a Evangelização e a Renovação do Anglicanismo, apresenta a opinião de um conceituado professor Dr. Jaci Correia Maraschin, da Metodista, de São Paulo.
De acordo com a opinião daquele renomado professor, a igreja necessita criticar as suas próprias estruturas, com o objetivo de transformá-la, pois a mesma ainda se encontra escrava do tradicionalismo e numa estrutura arcaica. Ainda, em conformidade com o professor, deve haver a inculturação do Evangelho no contexto social brasileiro, pois a prática pastoral nem sempre está prestando atenção a esta realidade social.
O sagrado já não pode mais ser considerado como o monopólio de uma igreja tradicional, por uma religião predominante, principalmente pela Igreja Católica Apostólica Romana que ainda se faz presente na sociedade brasileira.
Diante da grande diversidade religiosa no contexto social brasileiro, o autor enfatiza a necessidade de uma pastoral inclusiva e inculturada. Podemos pregar a Cristo sem, no entanto, eliminarmos outras culturas, tais como os povos africanos, os indígenas e outros segmentos religiosos.
Portanto, o autor nos apela para uma evangelização inter-religiosa e ecumênica, pois vivemos diante do pluralismo religioso e todas as religiões devem ser respeitadas, pois a religião faz parte do patrimônio cultural de uma sociedade e o monopólio do sagrado jamais poderá estar nas mãos de um único e exclusivo caminho. Deus faz nascer o sol sobre justos e injustos. Sobre fiéis e incrédulos. Ele não faz acepção de pessoas. Ele veio para todos e todas.

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