segunda-feira, 29 de junho de 2009

Resumo crítico do artigo: a Teologia da Libertação: o problema das origens

No excelente artigo acima, de autoria de Mairon Escorsi Valério, o mesmo realiza uma abordagem do problema das origens da Teologia da Libertação. No entanto, não o enxergamos como problema, mas sim como uma abordagem do discurso religioso desse segmento teológico.
No início do artigo, o autor cita Foucault como um dos defensores do discurso, o qual em sua afirmação “passa por um processo de ordenação”. Na opinião de Foucault, o discurso passa por três processos básicos: o processo externo de exclusão, o poder exercido no interior do próprio discurso e as suas regras de efetivação.
O discurso da Teologia da Libertação fundamenta-se basicamente na busca e na volta às origens da “Igreja Primitiva”.
Em seguida, o autor apresentar defensores da Teologia da Libertação tais como Boff e Casaldáliga, os quais defendem que a “Igreja Primitiva” foi corrompida pela “Igreja Institucional”, através da união do poder romano com o poder religioso da época, fazendo com que a igreja se tornasse corrupta, impura, devendo a mesma ser reformada e purificada. Com isso, a Igreja tornou-se o “ópio do povo”, citando Marx e um fator de legitimação do “status quo” dominante.
Na opinião dos defensores da Teologia da Libertação, a “Igreja Primitiva era pobre e feita para os pobres”, daí a necessidade de se retornar aos primórdios e às origens da “Igreja pura” e sem mácula do Novo Testamento, descrita principalmente no Livro de Atos, onde todos os pobres e marginalizados viviam em comunidade e tudo lhes era comum. A partir desse pensamento, defende-se o socialismo cristão da Igreja Primitiva, citando-se várias passagens bíblicas, tanto do Antigo como do Novo Testamento.
Todo discurso religioso procura fundamentar-se nas Escrituras Sagradas e todos os movimentos religiosos prometem o retorno às origens. No entanto, a maioria não consegue cumprir com tal promessa e acabam se tornando corrompidos pelo sistema institucional. Cremos ser uma utopia a Igreja atual retornar aos primórdios da Igreja Primitiva. Muitos se esforçam, mas não conseguem. Fazem promessas, mas não cumprem.
Acreditamos ser válido a defesa dos pobres, oprimidos e marginalizados pela Teologia da Libertação. No entanto, não podemos nos esquecer que nos encontramos num período delicado da história da humanidade, onde vivemos num relativismo e subjetivismo exacerbado e cada um vive para si mesmo. Estamos no pós-modernismo, materialismo, hedonismo e na corrida pela própria sobrevivência. É cada um por si e Deus por todos. Não deveria ser assim, mas infelizmente é o que vislumbramos.
A Teologia da Libertação nos oferece as ferramentas hermenêuticas para a libertação do sistema dominante. Porém, não devemos considerá-la como único e exclusivo caminho. Existem outras teologias que também devem ser consideradas.
Defendemos uma autêntica teologia bíblica, fundamentada nas Escrituras Sagradas, como verdade escrita pelo próprio dedo de Deus para os nossos dias. Este sistema de coisas logo irá se desintegrar, pois aguardamos “novos céus e nova terra”, que ser humano algum jamais viu ou ouviu falar. Aguardamos uma nova terra onde já não haverá mais lágrimas, nem dor, nem doenças, nem morte. Aguardamos a nova Canaã celestial, onde o nosso Grande Deus já preparou para cada um de Seus filhos. Amém!

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