segunda-feira, 29 de junho de 2009

A questão do método na Teologia da Libertação

O questionamento que realizamos sobre o tema em questão é o seguinte: Qual método ou hermenêutica seria o mais próximo da realidade e da verdade? Dificilmente encontraremos a resposta para esta pergunta, pois todos os métodos de interpretação da Bíblia procuram justificar-se dentro de seus próprios pontos de vista.
Existem vários fatores que fazem com que haja uma diversidade de interpretações da Bíblia Sagrada, dentre os quais destacamos: as condições sociais, a ideologia de quem efetua a análise, o conceito de revelação, A Bíblia, o subjetivismo, o relativismo, etc.
Os fatores acima, em nossa opinião contribuem para que se cheguem aos resultados teológicos e práticos totalmente divergentes ou opostos entre si.
A nosso ver, primeiramente, enxergamos como problema principal a relativização e subjetivação ao interpretar a Bíblia. Afinal, Ela é ou não é a Palavra de Deus? Ela é Palavra de Deus ou de Homem? Ou somente contem a Palavra de Deus, misturada com mitos e lendas e sujeita à falhas?
De acordo com os textos estudados, “a subjetividade e arbitrariedade filosófica da hermenêutica da TL já foram demonstradas, de modo que com seus novos óculos os liberacionistas podem ver o que quiserem nas Escrituras”.
Defendemos um princípio protestante denominado “sola fide, sola gratia, sola scriptura”. Somente pela fé, pela graça e pelas Escrituras é que chegaremos a um consenso bíblico.
Portanto, em nosso entendimento, consideramos a Bíblia como Palavra de Deus e a mesma deve ser estudada e analisada com equilíbrio, numa perspectiva global, ou seja, a “Bíblia interpreta-se a si mesma”. Ao analisarmos um texto bíblico, deve-se tomar muito cuidado. Deve-se levar em consideração o texto bíblico, refletir sobre o seu contexto, para não criar-se um pretexto e justificar-se o que quiser nas Sagradas Escrituras.

Teologia Feminista, Negra e Indígena

Cremos serem legítimos tais segmentos reivindicarem seus direitos, pois todos são seres humanos, dotados de dignidade.
As mulheres, os negros e os índios são segmentos desprezados e marginalizados perante a sociedade. Por isso, tais reivindicações são legítimas e de pleno direito.
A Teologia da Libertação trabalha estes temas numa perspectiva libertadora das amarras do preconceito social existente de longa data.
As mulheres sempre foram marginalizadas desde os tempos bíblicos. Os índios foram dizimados no período do descobrimento do Brasil. E os negros escravizados durante o período da monarquia no Brasil.
Todos são seres humanos e devem ser protegidos em seus direitos como pessoa humana.
Apesar de a Teologia da Libertação trabalhar esses temas, muito ainda falta para conquistarem seu espaço numa sociedade totalmente impregnada de preconceitos e intolerância frente a estes segmentos marginalizados.
Há necessidade de se divulgarem mais estes temas numa perspectiva ecumênica em todas as religiões. No entanto, existem muitas religiões que ainda legitimam suas práticas, usando a própria Bíblia para justificarem seus atos.
Se realizarmos uma exegese acurada das Escrituras Sagradas existem passagens que afirmam que as mulheres devem ficar caladas na Igreja e os negros foram amaldiçoados pelo próprio Deus.
O problema ainda persiste na hermenêutica Bíblica, pois existem argumentos para todo tipo de dominação e legitimação do status quo. O patriarcalismo ainda é dominante no meio religioso e cada vez mais necessita-se quebrar os paradigmas teológicos existentes.
As mulheres reivindicam igualdade perante os homens e a Constituição Federal de 1988 lhes dá essa garantia. Apesar de as mulheres terem conquistado o espaço que antes eram ocupados pelos homens, infelizmente ainda continuam presas ao lar e a sua vida profissional possui dupla jornada. Conquistaram liberdade profissional, mas ainda continuam fortemente ligadas aos seus lares e estão sobrecarregadas de trabalho doméstico e profissional.
Os negros conquistaram seu espaço no meio social e atualmente têm acesso ao ensino superior através das políticas de quotas para negros. Discutem-se, no entanto, se tais quotas são ou não dicriminalizadoras. Seria essa uma solução para a exclusão social dos negros? Este é um questionamento que tem gerado muita polêmica.
Os índios estão clamando pela sobrevivência, pois a maioria está sendo dizimada e desprezada pelo governo e pela sociedade e sofrem com a ausência de uma política de demarcação de suas terras.
Uma das iniciativas seriam estes segmentos deixarem de ser vítimas e serem protagonistas de sua própria história, reivindicando assim os seus direitos perante a sociedade dominante. Necessitam quebrar o “status quo” dominante e dessa forma conquistarem o seu espaço no campo social e teológico.

Estratégias e ações para que a Teologia da Libertação seja atualizada

Não basta que se realize a opção preferencial pelos pobres no âmbito teórico, mas sim no plano prático, na práxis da teologia em favor dos pobres, oprimidos e marginalizados.
Há necessidade de se realizar uma mudança radical e atualizada para com a Teologia da Libertação, pois a mesma, apesar de no início ter realizado a opção preferencial pelos pobres, atualmente existem forças antagônicas que se degladiam dentro de si mesma.
De um lado, constata-se uma ala dentro da própria Igreja Católica principalmente que defende a legitimação do “status quo” dominante e o fortalecimento da Igreja Institucional.
De outro, temos ainda a defesa e a opção preferencial pelos pobres dentro da Teologia da Libertação, ainda presente numa ala dentro da Igreja Católica, mas que se encontra fragilizada, sufocada e silenciada pela estrutura dominante.
Há também algumas denominações protestantes históricas, tais como as Igrejas Luteranas, que ainda defendem a Teologia da Libertação e algumas do segmento evangélico.
Como afirmado no texto pelo próprio autor: “boa parte deles deixou a luta ao lado dos pobres para dedicar-se a consolidação de organizações por eles criadas”.
Como visto, muitos estão preocupados com o bem-estar e consolidação de suas próprias organizações criadas às custas da defesa ideológica da Teologia da Libertação.
Há necessidade de um retorno urgente aos primórdios ideológicos desse movimento, caso contrário, o mesmo irá se estagnar pouco a pouco em suas próprias ideias.
Enquanto existir a legitimação do poder dominante pelo “status quo”, através de sistemas econômicos e políticos dominantes, e podemos até afirmar, religioso, dificilmente a Teologia da Libertação poderá se tornar uma realidade concreta e efetiva, sem a devida superação desses problemas.

Resumo crítico do artigo: a Teologia da Libertação: o problema das origens

No excelente artigo acima, de autoria de Mairon Escorsi Valério, o mesmo realiza uma abordagem do problema das origens da Teologia da Libertação. No entanto, não o enxergamos como problema, mas sim como uma abordagem do discurso religioso desse segmento teológico.
No início do artigo, o autor cita Foucault como um dos defensores do discurso, o qual em sua afirmação “passa por um processo de ordenação”. Na opinião de Foucault, o discurso passa por três processos básicos: o processo externo de exclusão, o poder exercido no interior do próprio discurso e as suas regras de efetivação.
O discurso da Teologia da Libertação fundamenta-se basicamente na busca e na volta às origens da “Igreja Primitiva”.
Em seguida, o autor apresentar defensores da Teologia da Libertação tais como Boff e Casaldáliga, os quais defendem que a “Igreja Primitiva” foi corrompida pela “Igreja Institucional”, através da união do poder romano com o poder religioso da época, fazendo com que a igreja se tornasse corrupta, impura, devendo a mesma ser reformada e purificada. Com isso, a Igreja tornou-se o “ópio do povo”, citando Marx e um fator de legitimação do “status quo” dominante.
Na opinião dos defensores da Teologia da Libertação, a “Igreja Primitiva era pobre e feita para os pobres”, daí a necessidade de se retornar aos primórdios e às origens da “Igreja pura” e sem mácula do Novo Testamento, descrita principalmente no Livro de Atos, onde todos os pobres e marginalizados viviam em comunidade e tudo lhes era comum. A partir desse pensamento, defende-se o socialismo cristão da Igreja Primitiva, citando-se várias passagens bíblicas, tanto do Antigo como do Novo Testamento.
Todo discurso religioso procura fundamentar-se nas Escrituras Sagradas e todos os movimentos religiosos prometem o retorno às origens. No entanto, a maioria não consegue cumprir com tal promessa e acabam se tornando corrompidos pelo sistema institucional. Cremos ser uma utopia a Igreja atual retornar aos primórdios da Igreja Primitiva. Muitos se esforçam, mas não conseguem. Fazem promessas, mas não cumprem.
Acreditamos ser válido a defesa dos pobres, oprimidos e marginalizados pela Teologia da Libertação. No entanto, não podemos nos esquecer que nos encontramos num período delicado da história da humanidade, onde vivemos num relativismo e subjetivismo exacerbado e cada um vive para si mesmo. Estamos no pós-modernismo, materialismo, hedonismo e na corrida pela própria sobrevivência. É cada um por si e Deus por todos. Não deveria ser assim, mas infelizmente é o que vislumbramos.
A Teologia da Libertação nos oferece as ferramentas hermenêuticas para a libertação do sistema dominante. Porém, não devemos considerá-la como único e exclusivo caminho. Existem outras teologias que também devem ser consideradas.
Defendemos uma autêntica teologia bíblica, fundamentada nas Escrituras Sagradas, como verdade escrita pelo próprio dedo de Deus para os nossos dias. Este sistema de coisas logo irá se desintegrar, pois aguardamos “novos céus e nova terra”, que ser humano algum jamais viu ou ouviu falar. Aguardamos uma nova terra onde já não haverá mais lágrimas, nem dor, nem doenças, nem morte. Aguardamos a nova Canaã celestial, onde o nosso Grande Deus já preparou para cada um de Seus filhos. Amém!

Forças e fraquezas da influência Européia na Teologia Latino Americana

Os autores da Teologia da Libertação são em sua grande maioria provenientes e formados nas escolas teológicas da Europa ou na América do Norte e, com isso, trouxeram ferramentas metodológicas e hermenêuticas para o desenvolvimento e crescimento de uma nova perspectiva teológica.
No entanto, com a chegada desses teólogos, vieram também novas filosofias, juntamente com os paradigmas do pensamento ocidental, os quais determinam metodologias próprias para se chegarem à verdade. Creio ser esta uma fraqueza da influência Européia na Teologia Latino Americana, pois, acaba relativizando-se a verdade subjetivamente.
Diante disso, surgem vários “ismos”, provenientes do pensamento teológico europeu. Surge o pluralismo religioso e a Bíblia já não é mais considerada como a Palavra de Deus, mas sim como um conjunto de lendas e mitos. Surge também um novo conceito de Deus, negando-se desta forma elementos essenciais da cristologia, interpretando Deus subjetivamente.
De outro lado temos, porém, o fortalecimento do pensamento teológico com novas ferramentas metodológicas e hermenêuticas, criando, assim, novas formas de interpretar a realidade da teologia na América Latina. Este seria um forte aspecto e ponto positivo da influência Européia na Teologia Latino Americana.

Importância da História da Igreja Cristã no contexto sócio, político e econômico para fazer Teologia

É sabido que a teologia não surge do nada, do vácuo. Ela surge da revelação de Deus na História, dentro da realidade social. A teologia se desenvolve dentro de um contexto social, político e econômico e cabe ao teólogo interpretar a realidade dentro desse contexto.
Destaca-se a importância da história da Igreja Cristã para analisar os fatos e os acontecimentos históricos ligados à Igreja.
O teólogo não deixa de ser também um sociólogo ou um político, pois ele está sempre ligado aos fatos e acontecimentos sociais e refletindo sobre a influência dos mesmos no meio religioso.
Diante disso, surge a Teologia para traçar um panorama da realidade social e os seus reflexos no pensar teológico à luz da Palavra de Deus.
Constata-se atualmente, o crescimento do subjetivismo e relativismo religioso, da tolerância e intolerância religiosa, dos diversos tipos de fundamentalismos, etc. Com isso, surge a necessidade da história da Igreja analisar e interpretar estes fatos à luz das profecias bíblicas para os últimos tempos, se é que já estamos nele ou não. Diante desses acontecimentos, surge a figura do teólogo com as ferramentas da História para interpretar e analisar essa realidade.
Portanto, pode-se afirmar sem sombra de dúvida da importância e do lugar da história da Igreja Cristã à luz dos acontecimentos sociais, políticos e econômicos na sociedade.

Temas da História da Igreja na América Latina

O autor Prof. Wilhelm Wachholz, Doutor em Teologia pela Escola Superior de Teologia de São Leopoldo, instituição esta ligada à Igreja Evangélica de Confissão Luterana nos apresenta em seu artigo: Temas da História da Igreja na América Latina, um esboço da história da Igreja, através dos tempos, desde a Reforma até os dias atuais.
De início, nos apresenta questionamentos sobre a História da Igreja como objeto de estudo, seu significado e qual o seu lugar na Historia da Teologia. Em seguida, o autor apresenta Jesus Cristo como pressuposto e fundamento da História, pois Ele encarnou-Se e se fez história na história humana.
Afirma que para conhecermos e compreendermos a Igreja necessitamos conhecer a sua história. Para compreendermos a Igreja, necessitamos reconhecer que “Cristo produz a Igreja”, pois a História é obra de Deus, assim como toda ela é obra humana. Ela é inteiramente provocada por Deus e ao mesmo tempo em que é inteiramente história dos seres humanos. A partir desse pensamento, perguntamos pelo sentido da História a partir do próprio Deus.
No tópico seguinte, o autor nos apresenta uma Metodologia para uma História da Igreja na América Latina e afirma que há um problema entre o cientista crente e o não crente, pois o último não tem compromisso com a Igreja e a sua História. Daí enfatiza-se que é desejável uma colaboração mútua entre ambos.
Ao final, a partir do tópico 3 em diante, o autor apresenta uma série de propostas de periodização para a História da Igreja na América Latina, com base nos principais acontecimentos, a partir do Cehila (1973), e dos principais autores que abordam a temática da História da Igreja, iniciando por Enrique Dussel (1972), Eduardo Hoornaert (1973), Alberto Methol Ferre (1968), dividindo, assim, a História da Igreja em vários períodos e fases.

Teologia Bíblica do Novo Testamento e Seus Métodos

Na disciplina de Teologia Bíblica do Novo Testamento estudamos vários métodos de interpretação, o quais destacamos os principais.

São eles:
a) Método Histórico-Kerigmático;
b) Método da História da Salvação;
c) Método Histórico-Positivo;
d) Método Sistemático.

O Método Histórico-Kerigmático tem como pano de fundo a Teologia do Novo Testamento de Rudolf Bultmann que teve como principal discípulo Hans Conzelmann, que tentou atualizar e corrigir o trabalho de seu mestre.
Bultmann procurava interpretar a fé num sentido existencial, sem levar em consideração o Jesus Histórico. Já Conzelmann procura reformular o trabalho de seu mestre interpretando o Novo Testamento à luz da história da tradição, sem, contudo, ainda não levar em consideração o Jesus Histórico, assim como seu mestre Bultmann. ` Sua obra assim, como a de seu mestre, em nossa opinião possui limitações hermenêuticas e teológicas, mas, porém, é considerado como merecedora de todo respeito pelos especialistas.
Já o Método da História da Salvação possui como expoentes os teólogos Oscar Culmann e Leonhard Goppelt.
Tal método apresenta três princípios comuns sobre a Teologia do Novo Testamento:

a) A Bíblia, tanto o Antigo Testamento como o Novo Testamento é considerada como uma unidade;
b) A Bíblia é interpretada à luz da história da salvação, como obra de Deus em primeiro plano, enquanto que o aspecto doutrinário é deixado em plano secundário;
c) Jesus ocupa o centro desse método, pois ele é o cumprimento da promessa e do futuro escatológico.

Já o Método Histórico-Positivo possui como expoentes os teólogos Werner Georg Kümmel e Joaquim Jeremias, ambos defensores do método histórico-crítico.
Ao contrário de Bultmann, Kümmel adota a palavra kerigma, ao invés da terminologia existencial.
Já Jeremias coloca a pregação e a mensagem do Jesus Histórico, ao contrário de Bultmann, que não o considerava, somente o sentido existencial.
E para finalizar, o Método Sistemático, que de acordo com a apostila, mostra-se mais problemático, porque corre o perigo de se perder a reconstrução histórica e a verdadeira e autêntica interpretação do Novo Testamento.
O principal expoente desta corrente foi o católico Karl Hermann Schelkle, com a exposição de sua obra em cinco volumes, a qual apresenta os temas da criação, a teologia trinitária, o Ethos cristão e a consumação da criação e da salvação. Para este teólogo “A Escritura é a Palavra de Deus”.
Diante de tantos métodos apresentados, cabe-nos um posicionamento a respeito. Somos da opinião de que a Bíblia é a Palavra de Deus, divinamente inspirada pelo Espírito Santo. A consideramos como um conjunto sistemático, como um todo, um conjunto coordenado de instruções e orientações para os filhos de Deus, tanto para o passado, como para o presente e o futuro. Consideramos as Escrituras Sagradas, tanto o Antigo, quanto o Novo Testamento, como “Palavra de Deus”. Não concordamos com as ditas “teologias” que desconsideram Jesus como um fato real e verdadeiro, ou seja, que negam o Jesus Histórico. Tais teorias negam a existência da pessoa de Jesus Cristo e o colocam num patamar não divino e realizam uma interpretação somente existencial e simbólica da pessoa de Jesus Cristo.

"Neo-Esoterismo Midiático".

O sociólogo, mestre e doutor em Ciências Sociais, Silas Guerriero, autor da sua obra Novos Movimentos Religiosos: O quadro brasileiro. Paulinas, 2006, apresenta um panorama e a imensa variedade existente entre os novos movimentos religiosos. Ele discute o contexto sociocultural que tornou possível esta efervescência de religiosidades, para depois analisar suas características, tanto sociais como religiosas. Ao final, ele volta o foco para a sociedade brasileira e procura exergar aí os componentes dessas novas religiões.
A obra acima vale a pena ser lida, pois traça um perfil dos vários movimentos religiosos contemporâneos.
Antes de falarmos sobre o tema proposto, cabe no momento fazermos uma distinção entre as palavras “esoterismo” e “exoterismo”.

A Enciclópedia Eletrônica, Wikipédia nos apresenta o seguinte conceito:
“Esoterismo” é o nome genérico que designa um conjunto de tradições e interpretações filosóficas das doutrinas e religiões que buscam desvendar seu sentido oculto. O esoterismo é o termo para as doutrinas cujos princípios e conhecimentos não podem ou não devem ser "vulgarizados", sendo comunicados a um restrito número de discípulos escolhidos.
Segundo Blavatsky, criadora da moderna Teosofia, o termo "esotérico" refere-se ao que está "dentro", em oposição ao que está "fora" e que é designado como "exotérico". Designa o significado verdadeiro da doutrina, sua essência, em oposição ao exotérico que é a "vestimenta" da doutrina, sua "decoração". Também segundo Blavatsky, todas as religiões e filosofias concordam em sua essência, diferindo apenas na "vestimenta", pois todas foram inspiradas no que ela chamou de "Religião-Verdade".
Um sentido popular do termo é de afirmação ou conhecimento enigmático e impenetrável. Hoje em dia o termo é mais ligado ao misticismo, ou seja, à busca de supostas verdades e leis últimas que regem todo o universo, porém ligando ao mesmo tempo o natural com o sobrenatural.
Muitas doutrinas espiritualistas são também chamadas esotéricas.
Já a palavra “Exoterismo” é o oposto de esoterismo. A palavra deriva do vocábulo grego εξωτερική (éksôtérikí) - de fora, exterior. Significa algo que está disponível de forma pública, sem limitações, ou universal.
Muitas sociedades secretas dividem-se em duas secções: a exotérica ou "face pública" e a esotérica ou "oculta" (que se encontra atrás de portas). Assim encontramos diversas organizações como as fraternidades ou irmandades, tais como a Maçonaria, as quais estão acessíveis aos iniciados num determinado nível mas que possuem níveis cada vez mais elevados de iniciação para a progressão ou evolução de cada um dos membros.
O termo exoterismo, utilizado sobretudo na forma de adjetivo (exotérico) surge pela primeira vez nos diálogos de Aristóteles - "Ética a Eudemo" - para indicar o que é público, por oposição ao que é iniciático (oculto). Designa igualmente as cerimónias públicas nas suas manifestações (religiosas, ritualísticas) e não nos seus significados (esses, sim, esotéricos). O exoterismo, a par com o esoterismo, faz parte das ciências tradicionais.
Fonte: Wikipédia
Diante das teorias acima, podemos afirmar que está ocorrendo uma descentralização das insituições religiosas e os indivíduos já não depositam mais confiança numa instituição ou credo, devido ao desencantamento do mundo. Estão em busca de algo mais que possam completar a sua espiritualidade, buscando preencher através de um sincretismo de várias crenças, desde a antiguidade até os tempos modernos. Nisso, acabam adotando um certo encumenismo, onde não existe uma verdade absoluta, mas relativizada, com diferentes concepções de mundo, todas interagindo, sem nenhum conflito.
Portanto, o neo-esoterismo midiático atual está vivendo uma experiência ou visão de mundo altamente fragmentada e somente uma visão já não é mais considerada como portadora de uma verdade absoluta. É a influência do relativismo pós-moderno na sociedade atual.

Sincretismo Religioso no Brasil

Sabemos da importância da diversidade cultural em nosso país e da existência do entrecruzamento entre as diversas matrizes religiosas, devido à influência do Catolicismo e das religiões de Matriz Africana. Diante disso respeitamos todas as profissões de fé, pois vivemos num país laico, num estado democrático de direito, onde temos total liberdade de crença e de consciência concernente às nossas práticas religiosas.
No entanto, de acordo com nosso entendimento, não somos a favor do sincretismo, pois de acordo com a Palavra de Deus, não podemos servir a dois senhores. Haveremos de agradar a um e aborrecer a outro. Por isso, creio ser incompatível um praticante das religiões afro, adotar práticas do protestantismo, catolicismo ou do espiritismo ao mesmo tempo ou vice-versa. Podemos cada um praticar a sua religião e respeitar o outro, sem, no entanto, abrirmos mão de nossa crença e práticas.
Um dos movimentos religiosos que mais tem adotado o sincretismo é mais precisamente o segmento neo-pentecostal e não os pentecostais, como afirmado na apostila, pois existe diversas diferença entre um e outro.
Os ne-pentecostais se apropriaram de práticas do catolicismo e uniram com as práticas da Umbanda, do Candomblé e do Espiritismo.
Uma pessoa ao adentrar num culto neo-pentecostal certamente ficará confusa, pois não saberá se está num culto, numa missa ou num centro de candomblé, pois neste segmento a ênfase em possessões é muito grande.
Com todo respeito, não quero ser preconceituoso neste aspecto, mas creio serem incompatíveis o sincretismo dessas religiões, pois todas possuem uma visão de mundo e cosmologia e práticas diferentes uma das outras.
Podemos praticar a tolerância nas diversidades, sem, no entanto, abrirmos mão de nossa particularidade de fé, pois vivemos num país culturalmente diverso e devemos respeitas todas as confissões de fé, sem incorrermos em discriminação, intolerância ou preconceito religioso, cada um na sua prática religiosa, respeitando o outro, o diferente, sem impor a sua ideologia, como sendo a verdadeira ou superior às demais visões de mundo.

Minha Visão Religiosa do Mundo

De acordo com o conhecimento que temos acerca da religião e de nossa fé, em conformidade com a minha visão religiosa de mundo, acredito que todos fomos feitos à imagem e semelhança de nosso Deus, Criador dos céus e da terra. Não somos fruto do acaso, nem tampouco originamos de uma bactéria ou primata.
Sou um cristão fundamentalista, que crê nas Sagradas Escrituras como sendo a verdade de Deus para os seus filhos nos últimos dias. Creio no relato literal da criação, em contraposição a teoria especulativa da evolução, fruto da invenção humana, que não pode ser provada cientificamente nem teologicamente. Fomos feitos para viver eternamente no Jardim do Éden, porém, o pecado nos excluiu da oportunidade de obtermos a vida eterna. Então, Deus, prevendo tal acontecimento, em sua grande onisciência, nos preparou o plano da redenção, enviando o seu filho Jesus Cristo, como forma de propiciação e redenção dos nossos pecados. Desta forma, Jesus tornou-se o substituto, o “Cordeiro de Deus” que tira o pecado do mundo, morrendo em nosso lugar e, através de sua misericórdia e graça obtemos novamente a vida eterna através de seu sacrifício na cruz do calvário.
Vivemos neste mundo como testemunhas de seu amor e a nossa vida consiste em glorificarmos a ele de toda a nossa alma e entendimento, dando testemunho do que Ele tem feito por nós. Somos peregrinos em terra estranha, pois a nossa pátria é celestial e almejamos morar eternamente com Jesus, onde não haverá mais lágrimas, nem morte, pestes, fomes, etc. Este mundo é passageiro e aguardamos a breve volta de nosso Criador e Redentor, Jesus Cristo, o qual virá nas nuvens dos céus com grande glória, honra e louvor.
A nossa esperança não consiste nos bens materiais que possuímos, mas nas coisas lá do alto, as quais aguardamos com grande expectativa a concretização de todas estas coisas.